O Fed não dá nada!
Ao propor o Tema do Mosca
de 2019, onde estava implícito uma divergência entre os participantes do
mercado, em relação a política monetária a ser seguida pelo Fed, já imaginaria
que num espaço de tempo de um mês, a autoridade monetária mudasse de opinião
tão radicalmente. Para lembrar os leitores, pela indicação de seus membros,
ficava implícito três altas de juros para o ano em curso, agora nenhuma!
O Federal Reserve
indicou nesta quarta-feira que não irá aumentar os juros por enquanto,
alimentando uma recuperação do mercado, com alta das bolsas e queda do dólar,
As autoridades votaram por manter sua taxa de referência
estável e provocaram uma reviravolta de sua posição política de seis semanas
antes. No mês passado, eles aumentaram sua taxa básica de juros em 0,25 ponto
percentual, para um intervalo entre 2,25% e 2,5%.
"O motivo para aumentar as taxas enfraqueceu um
pouco", disse o presidente do Fed, Jerome Powell, em uma coletiva de
imprensa após a mais recente reunião de política monetária do banco central.
Powell citou os riscos crescentes de uma forte desaceleração
econômica nos EUA devido ao arrefecimento do crescimento na Europa e na Ásia.
Ele também disse que, as autoridades estão prestando muita atenção a conflitos
de políticas relacionados a disputas comerciais, Brexit e o potencial para
futuras paralisações do governo dos EUA.
As autoridades do banco central relutaram em sinalizar tal
pausa nos aumentos das taxas de juros até recentemente, porque os dados
econômicos dos EUA têm sido fortes e, até o final do ano passado, os mercados
de ativos estavam aquecidos, alimentando preocupações sobre potenciais bolhas
financeiras.
O Fed ressaltou sua postura mais flexível ao fornecer
atualizações importantes sobre sua política de encolher seu portfólio de ativos
de US $ 4 trilhões, que cresceu após a crise financeira de 2008, durante
sucessivas campanhas de estímulo.
O banco central disse que as autoridades concordaram com uma
questão operacional crítica, o que efetivamente exigirá uma manutenção de um estoque
maior de títulos do Tesouro do que o esperado, quando eles começaram a reduzir
esses ativos 16 meses atrás.
Eles também mostraram maior disposição para mudar o ritmo da
redução da carteira se a economia enfraquecer. Cerca de US $ 40 bilhões em
títulos do Tesouro e hipotecas estão saindo do balanço do Fed todos os meses.
Uma das razões que podem ter levado o Fed a considerar esta
hipótese deve-se ao fato do crescimento da dívida pública oriunda da expansão fiscal
implementada por Trump, com a redução de impostos, conforme se pode verificar
no gráfico a seguir.
Os mercados esperam que o Fed suspenda indefinidamente a
alta de juros. Após a divulgação do comunicado na quarta-feira, os mercados futuros
colocaram uma probabilidade de 6% de que as taxas seriam maiores daqui a um
ano, e uma probabilidade de 22% de que as taxas seriam mais baixas em prazo
mais longo.
Uma observação feita pelo jornalista do WSJ, Greg Ip,
explicita a dúvida que foi gerada principalmente pelas declarações de Powell no
passado …” as pessoas esperavam que o Fed
fosse brando, mas não tão brando: o Presidente Jerome Powell disse efetivamente
que não haverá mais aumentos de juros este ano, e ele até consideraria encolher
o balanço mais lentamente. Os mercados adoraram, mas a questão permanece: o que
mudou nas últimas seis semanas para justificá-lo? Se o Sr. Powell está tentando
abrandar sua mensagem para os mercados, a fim de compensar, o que parecia muito
forte em dezembro, suspeito que ele venha a se arrepender. Se, por outro lado,
algo fundamental mudou nas visões econômica e inflacionária do Fed, ele nos
deve uma explicação melhor do que ele apresentou na quarta-feira” ...
Parece que o Fed passou em “dar mais”, para não “dar nada”!
Será que o Tema do Mosca ficou
obsoleto?
No post a-influencia-do-comportamento-humano, desenvolvi dois cenários possíveis para o SP500. A seguir, encontra-se o mais
provável: ...” Macro
Triângulo – Nesse caso, o índice da bolsa ficaria 2019 e o início de 2020,
contido num intervalo compreendido entre 2.400 – 2.800, conforme a figura
abaixo” ...
Essa é a visão de mais longo prazo. No curto prazo, o índice
se aproxima de uma área importante que poderá dar mais informações. No gráfico
a seguir, abre-se duas possibilidades: em verde – uma reversão no intervalo de
2.700 – 2.730, em azul – continuidade do movimento de alta até uma nova área
compreendida entre 2.800 – 2.820.
Se por acaso, a bolsa ultrapasse o nível de 2.830, o cenário
apontado no post acima passaria a ser a primeira opção: ...” Surpresa – Neste caso, a correção já teria
terminado e o movimento de novas altas estaria em curso, rumando para os níveis
citados acima” ...
O SP500 fechou a 2.704, com alta de 0,86%; o USDBRL a R$
3,6439, com queda de 1,11%; o EURUSD a € 1,1442, com queda de 0,30%; e o ouro
a U$ 1.321, sem variação.
Fique ligado!
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