O cliente é rei
Certa vez, eu estava em tratativas com a Merrill Lynch, negociando
a Linear, empresa em que eu era sócio. Numa dessas conversas, meu interlocutor
me disse: “ é mais importante ter a relação com o cliente, que ter um fundo com
uma performance excepcional”. Como naquele momento, eu me enquadrava no segundo
caso e ele no primeiro, achei que ele estava me “operando”, a fim de obter um
preço melhor.
O negócio acabou não acontecendo por conta do impacto em
nossos fundos, oriundo da crise da Ásia em 1997. Mas essa frase nunca saiu da
minha cabeça, e com o passar dos anos, entendi o que ele tinha a me dizer.
Tinha toda a razão, quem tem acesso ao cliente é rei!
Um artigo publicado pelo Wall Street Journal chamou minha
atenção. A Amazon está pedindo para as empresas que fabricam bens de consumo
criarem marcas exclusivas, depois de descobrirem que desenvolvê-las por conta
própria é muito caro e demorado.
Os gêneros alimentícios e adoçantes da marca GNC estão entre
os primeiros a lançar produtos por meio de um programa acelerador que a Amazon
lançou no ano passado, para terceirizar o trabalho. A fabricante de colchões
Tuft & Needle também criou recentemente uma nova marca chamada Nod
exclusivamente para a Amazon.
O programa da Amazon é o mais recente exemplo do gigante de
e-commerce flexionando seus músculos para tentar oferecer os preços mais baixos
e a seleção mais ampla, uma vez que, busca conquistar uma fatia maior de
mercado dos fabricantes de grandes marcas.
A Amazon, por conta própria, também vem aumentando
discretamente o número de suas marcas internas nos últimos anos. Analistas
estimam que agora têm mais de 100. Incluem a marca mais óbvia a Amazon Basics,
que faz de tudo, de malas a baterias; a marca de alimentos Happy Belly; e a
marca de produtos para bebês Mama Bear.
As marcas internas geralmente geram uma margem de lucro
maior para os varejistas, incluindo a Amazon, e podem atrair clientes porque
não conseguem encontrar essas marcas em outro lugar. Mas desenvolver uma nova
marca e formular produtos leva tempo. A Amazon passou vários anos criando e
lançando marcas como Happy Belly e Mama Bear. Ao conseguir que outros
fabricantes de marcas façam esse trabalho, a Amazon pode aumentar suas ofertas
de marca privada mais rapidamente e a um custo menor, disseram pessoas familiarizadas
com o programa.
A Amazon é cada vez mais importante para os fabricantes de
produtos de consumo. Agora, é responsável por quase metade de todas as vendas
online, de acordo com a eMarketer.
O programa da Amazon também pode ser usado para "marcas
órfãs" que os fabricantes pararam de vender ou nunca chegaram ao mercado.
Uma marca de café que foi descontinuada de uma loja de descontos ofereceu à
Amazon por meio do programa acelerador, pois já tinham os grãos de café,
embalagem e marca. Agora, a Amazon terá uma marca exclusiva de café
praticamente sem custo – Um Outlet digital!
No curto prazo parece tudo maravilhoso, o fabricante aumenta
suas vendas com um mínimo de esforço; o custo para a Amazon é quase zero, além de
elevar as opções de produtos; e os clientes podem se beneficiar da estrutura da
Amazon com preços baixos. Mas eu teria uma observação aos fabricantes, limitem
sua venda pela Amazon, do dia para a noite, poderão ser substituídas ou colocar
um concorrente em condições melhores. A marca Amazon é que sempre vai prevalecer,
eles são donos dos clientes!
No post juros-quem-dá-menos, eu tracei dois cenários
para os juros de 10 anos. Naquele momento imaginava uma correção contida até no
máximo 2,7% para que, em seguida, começasse a subir novamente: ...” Meu cenário
mais provável é que o juro suba, podendo ser de forma expressiva. Porém, para
que isso aconteça, é condição necessária que o nível de 2,65% não seja mais
atingido! “ .... Porém, não
foi o que ocorreu, os juros recuaram até 2,55% fazendo com que o cenário
alternativo entrasse em voga: ...” Mais do mesmo –. Nessa situação, o juro deverá
cair, e ficar contido no retângulo traçado na figura abaixo – 2,40%/2,10%.
Sendo assim, a alta dos juros poderia ser postergada, até que novamente busque
romper 3%” ... ...” Mas a queda poderia se estender abaixo do intervalo
apontado acima, o que aumenta a chance de testar a mínima atingida em 2016 de
1,35%, ou pior, abaixo dela” ...
Parece muito confuso? Então resumiria da seguinte forma: o
movimento de alta foi abortado, voltando novamente a prevalecer uma correção.
Essa correção pode retardar a alta por um tempo, ou jogar uma pá de cal,
voltando a cair ás mínimas atingidas em 2012 e 2016.
Bem, como não posso responder a nenhuma dessas dúvidas,
vamos nos ater ao curto prazo, e aguardar maiores informações que o mercado
indicar.
No gráfico a seguir, apresento minha sugestão para o curto
prazo. Inicialmente os juros deveriam subir até 2,80% - 2,90%, ou eventualmente
2,97%, para voltarem a cair em seguida.
Não me arrisco nesse momento a nenhum trade no juro de 10
anos, pois calculo que esse movimento seja uma onda B. Mesmo para quem não é especialista
em análise técnica, já sabe que essa onda é um terror. Eu me recuso a operar
quando esse é o caso. Vou esperar o movimento terminar e talvez me envolver num
trade de venda de juros mais adiante.
O SP500 fechou a 2.664, com alta de 0,85%; o EURUSD a €
1,1414, com alta de 0,97%; o ouro a U$ 1.299 (on sale! Hahaha ...), com alta de
1,42%.
Fique ligado!
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