Postagens

Recessão? Aonde?

Imagem
Na última sexta-feira foram publicados os dados de emprego nos EUA, e ficou longe de apontar uma desaceleração, ao contrário, estão bastante sólidos. O livro texto de economia advoga que os dados de emprego são desfasados, ou seja, não indicam o atual estado da economia. O motivo é que, essa informação reflete decisões tomadas pelas empresas em função de dados passados. Parece bastante lógico, mas sinceramente o livro texto está meio problemático ultimamente, não está sendo capaz de justificar inúmeras distorções que vem ocorrendo. Pelo sim, pelo não, não dá para dizer que a economia americana está prestes a entrar em recessão, com a criação de 304 mil empregos, um dos mais elevados dos últimos anos. O crescimento dos salários, outro indicador seguido pelos analistas, sofreu uma pequena retração em bases anuais. Nada que mereça algum destaque, embora sob uma métrica de 4 meses, a queda chama mais a atenção. Esse dado é suficiente para que o Fed volte a indic

Embriagado pelo sucesso

Imagem
Todos já ouvimos que a ganância e o medo influenciam os investidores em sua tomada de decisão. Ao ouvir os argumentos de cada uma dessas sensações, tudo aprece lógico, mas como esse processo acontece e a forma de prevenir para não se deixar levar pelas emoções, não é tão fácil. O articulista, Barry Ritzhold, publicou um artigo que versa sobre esse assunto, do qual, reproduzo de forma condensada. Do mais inexperiente ao mais astuto investidor, essa armadilha está sempre presente. Não existe nenhum limite de crescimento, que não possa ser destruída pela tentação de um investidor, de extrair muito dele. E não há oportunidade tão atraente que possa chamar a atenção de alguém que se recusa a olhar. Mas a ganância e o medo, nem sempre são falhas de caráter. Pessoas com as melhores intenções e ética caem na tentação. Enquanto a ganância e o medo são tipicamente vistos como opostos, eles compartilham uma origem. Há um ciclo natural em que a análise inocente evolui para a

O Fed não dá nada!

Imagem
Ao propor o Tema do Mosca de 2019, onde estava implícito uma divergência entre os participantes do mercado, em relação a política monetária a ser seguida pelo Fed, já imaginaria que num espaço de tempo de um mês, a autoridade monetária mudasse de opinião tão radicalmente. Para lembrar os leitores, pela indicação de seus membros, ficava implícito três altas de juros para o ano em curso, agora nenhuma!   O Federal Reserve indicou nesta quarta-feira que não irá aumentar os juros por enquanto, alimentando uma recuperação do mercado, com alta das bolsas e queda do dólar, As autoridades votaram por manter sua taxa de referência estável e provocaram uma reviravolta de sua posição política de seis semanas antes. No mês passado, eles aumentaram sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para um intervalo entre 2,25% e 2,5%. "O motivo para aumentar as taxas enfraqueceu um pouco", disse o presidente do Fed, Jerome Powell, em uma coletiva de imprensa após a mais

O grande temor

Imagem
Na semana passada encerrou-se o tradicional encontro de empresários e líderes mundiais reunidos em Davos. Além do restaurante oferecer o hot dog mais caro do mundo –U$ 43, a falta de diversos líderes mundiais, qual seria uma das principais discussões desse evento. Quão preocupado devemos estar com relação à inteligência artificial? A inteligência artificial (IA) substituiu o blockchain como a grande conversa para os executivos, perdendo apenas para o comércio entre os Estados Unidos e a China. Houve 11 sessões públicas sobre IA, a maior em relação a qualquer outro tópico. Oitenta e cincos por cento dos diretores-executivos responderam que o aprendizado de IA e de máquinas, a partir de grandes conjuntos de dados, mudaria drasticamente seus negócios nos próximos cinco anos, de acordo com um relatório da PwC. Mas, quando perguntados se a IA substituirá mais empregos do que cria, os CEOs ficaram divididos: 49% acham que sim, 41% não, e 10% não sabem. Se a China estava a c

Do lado errado do Hemisfério

Imagem
Não é só o Brasil que vem apresentando crescimento econômico baixo, para dizer a verdade, muito baixo. Seria de se supor que, uma economia do tamanho da brasileira e considerada como mercado emergente, nosso crescimento deveria ser bem maior. Um estudo elaborado pelo FMI aponta que essa situação de baixo crescimento, acontece em toda a América Latina, levando a pensar que o problema pode ser outro. O enfraquecimento da economia global e a crescente incerteza política estão contribuindo para desacelerar o ímpeto de crescimento da América Latina. No geral, a região deverá avançar 2% em 2019 e 2,5% em 2020 - ainda bem abaixo dos países pares em outras regiões. O aperto das condições financeiras globais e os baixos preços das commodities provocados pelas tensões comerciais entre os EUA e a China, contribuíram para a desaceleração da região. Além disso, a política monetária foi reforçada em algumas economias para conter as pressões inflacionárias decorrentes, em parte, da

O Fed mudou de turma

Imagem
O tema do Mosca para 2019 versa sobre o número de altas de juros a serem implementadas pelo Fed. A razão do tema, “quem dá menos”, é justamente a discrepância que havia no final do ano passado entre as taxas espelhadas pelo mercado, a dos economistas dos principais bancos, e o Fed. Sendo assim, coloquei em dúvida qual grupo prevaleceria neste ano, quem dá menos! Parece que pouco a pouco, os divergentes altistas estão tendendo para aquilo que o mercado esperava. Talvez todos estarão dando menos! Até aí, nada de muito grave, dependendo os motivos que justificam essa reavaliação. Agora se ao invés de dar menos, tiverem que “dar negativo”, reduzindo as taxas, então, uma recessão poderá estar despontando no radar. Uma das principais questões que o Federal Reserve enfrenta quando seu comitê de formulação de políticas se reúne esta semana é se vai contrapor-se à recente grande mudança na forma como os mercados caracterizam sua mentalidade política. Nas últimas semanas, os mercad

O cliente é rei

Imagem
Certa vez, eu estava em tratativas com a Merrill Lynch, negociando a Linear, empresa em que eu era sócio. Numa dessas conversas, meu interlocutor me disse: “ é mais importante ter a relação com o cliente, que ter um fundo com uma performance excepcional”. Como naquele momento, eu me enquadrava no segundo caso e ele no primeiro, achei que ele estava me “operando”, a fim de obter um preço melhor. O negócio acabou não acontecendo por conta do impacto em nossos fundos, oriundo da crise da Ásia em 1997. Mas essa frase nunca saiu da minha cabeça, e com o passar dos anos, entendi o que ele tinha a me dizer. Tinha toda a razão, quem tem acesso ao cliente é rei! Um artigo publicado pelo Wall Street Journal chamou minha atenção. A Amazon está pedindo para as empresas que fabricam bens de consumo criarem marcas exclusivas, depois de descobrirem que desenvolvê-las por conta própria é muito caro e demorado. Os gêneros alimentícios e adoçantes da marca GNC estão entre os primei