Recessão? Aonde?
Na última sexta-feira foram publicados os dados de emprego
nos EUA, e ficou longe de apontar uma desaceleração, ao contrário, estão
bastante sólidos. O livro texto de economia advoga que os dados de emprego são
desfasados, ou seja, não indicam o atual estado da economia. O motivo é que,
essa informação reflete decisões tomadas pelas empresas em função de dados
passados. Parece bastante lógico, mas sinceramente o livro texto está meio problemático
ultimamente, não está sendo capaz de justificar inúmeras distorções que vem
ocorrendo.
Pelo sim, pelo não, não dá para dizer que a economia
americana está prestes a entrar em recessão, com a criação de 304 mil empregos,
um dos mais elevados dos últimos anos.
O crescimento dos salários, outro indicador seguido pelos
analistas, sofreu uma pequena retração em bases anuais. Nada que mereça algum
destaque, embora sob uma métrica de 4 meses, a queda chama mais a atenção.
Esse dado é suficiente para que o Fed volte a indicar elevações
na taxa de juros? Pela reação do mercado na última sexta-feira, acredito que
essa não seja a visão do mercado, pois as taxas de juros implícitas nos títulos
de curto prazo do governo americano, tiveram pequena alta.
Sob esse tema juros, vejam a seguir, como estão localizadas
as taxas de juros nominais e reais das principais economias mundiais. Os
títulos americanos oferecem juros nominais e reais mais elevados além de ampla
liquidez.
Em nosso mundo de movimentos “diferentes” do esperado, chama
a atenção a alta da bolsa americana em comparação com o fluxo de recursos em
fundos dedicados a esse mercado. Veja a seguir a disparidade entre ambos.
Alguém tem alguma explicação?
SP500 flow
Um outro parâmetro que causa uma certa preocupação com o
futuro das empresas, mostra um quadro que está sendo distorcido pela recompra
de ações pelas empresas.
Uma forma de elevar a rentabilidade dos acionistas consiste
em usar o caixa de uma companhia – ou contrair empréstimos para tanto, e recomprar
uma parcela de suas ações no mercado, através de uma oferta pública. Em fazendo
isso, o lucro por ação se eleva mesmo que o restante dos indicadores se
mantenham.
Para melhor compreensão imaginem que uma empresa tem um
lucro de U$ 100 e possui 1.000 ações emitidas. Nessa situação seu lucro por
ação é de U$ 0,10 (U$ 100/1.000). Suponha que essa empresa recompre 200 ações
do mercado, e no semestre seguinte, suas vendas e lucros são iguais. Nesta nova
situação o lucro por ação será de U$ 0,125 (U$ 100/800), uma alta de 25%, sem
que a empresa tivesse qualquer melhoria.
Vejam a seguir a evolução dos lucros das empresas em relação
as estimativas (primeiro gráfico) e a elevação das receitas. Nitidamente, as
receitas foram bem inferiores enquanto os lucros não tanto.
No post o-fed-mudou-de-turma, fiz os seguintes
comentários sobre o dólar: ...” A seguir aponto os possíveis objetivos para a queda,
primeiro a região compreendida entre R$ 3,55/R$ 3,50, que caso seja
ultrapassada imagino R$ 3,30” ...
No gráfico a seguir, com uma visão de mais curto prazo,
aponto os objetivos traçados acima. AS implicações são bem distintas, caso o
dólar atinja o primeiro nível e ultrapasse. Um primeiro objetivo passa a ser ao
redor de R$ 3,35, com possibilidade de quedas posteriores em níveis ainda mais
baixos.
Porém, antes de se “embriagar com o sucesso” prefiro
acompanhar obtendo do mercado maiores insights. No meio tempo, estou apertando
o stoploss para R$ 3,74.
O SP500 fechou a 2.724, com alta de 0,68%; o USDBRL a R$
3,6707, com alta de 0,30%; o EURUSD a € 1,1431, com queda de 0,21%; e o ouro
a U$ 1.312, com queda de 0,45%.
Fique ligado!
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