Rumo ao monopólio da informação
Cada um de nós é testemunha da forma como acessamos as
informações nos dias de hoje. Por exemplo, de todas as fontes que eu leio
diariamente, somente uma é através de conteúdo físico, e nem sempre, pois quando
viajo, é digital.
Um artigo publicado pela Bloomberg, relata sobre a evolução
dessa indústria e seu impacto na profissão de repórter. Ao final, acrescento
alguns pontos que considero importantes.
Alguns veículos como a Google, pelo seu tamanho e exposição,
estão se aproveitando dessa onda, espremendo toda a indústria de informação. Em
2010, essa empresa ultrapassou em receita os outros veículos. Os números agora
não estão nem remotamente próximos.
Esta não é uma comparação perfeita: as receitas de anúncios
do Google são globais, enquanto as do setor de jornais dos EUA não são. Ainda
assim, é direccionalmente correto e bastante revelador. Então surge a dúvida se
a Google estava prestes a fazer o mesmo na frente de emprego.
Com 140 mil empregados na folha de pagamento em dezembro, os
jornais dos EUA ainda estão à frente do Alphabet. A tendência, no entanto, não
é claramente sua amiga, e há uma reviravolta na história. Em julho passado, a
Bloomberg, relatou que o Alphabet emprega cerca de tantos “trabalhadores
contratados temporários” quanto o pessoal de benefícios completos. No início
deste ano, esses contratados superaram em número os funcionários diretos pela
primeira vez nos vinte anos de história da empresa.
Se os contratados da Alphabet, na verdade, superam seus
funcionários, então pode ter mais de 200.000 pessoas trabalhando para ela,
muito mais do que a indústria de jornais dos EUA. Sim, os jornais têm editores
e outros trabalhadores contratados que também não aparecem nos números de
empregos na folha de pagamento, e os número da Alphabet são globais, enquanto
os números dos jornais não são. Não é uma comparação tão significativa. Mas
ainda é perturbador.
Na segunda metade do século XX, os jornais nos EUA ganharam
dinheiro principalmente vendendo anúncios. Eles usaram parte desse dinheiro
para contratar jornalistas, mas também tinham muito para seus acionistas.
Agora, é claro, é o Google e o Facebook que ganham muito
dinheiro vendendo anúncios, e possuem grandes margens operacionais: o Alphabet
/ Google apresentou uma margem de 22,9% em 2018, enquanto a do Facebook foi de
44,6%. Eles reúnem o público de maneira muito mais econômica e direcionada do
que os jornais já fizeram. Nos últimos anos, também se tornaram grandes empregadores.
O que eles não fazem, com exceções ocasionais, é contratar jornalistas.
A seguir, encontra-se os setores da Indústria que contrata
jornalistas.
À primeira vista,
parece que as perdas totais de empregos pararam em 2010. Mas essa categoria
deselegante e em rápido crescimento de “portais de publicação e difusão na
Internet e busca na web”, embora inclua muitos jornalistas exclusivamente
digitais, cobre a maioria dos funcionários.
“Todos os outros serviços de informação”, que também tem
crescido, incluem bibliotecas, arquivos e outras coisas. O setor de
radiodifusão, que encolheu um pouco, mas se manteve muito melhor do que os
jornais e revistas, tem muitos de seus funcionários do lado do entretenimento.
Uma medida mais direta, é a contagem anual de “repórteres e
correspondentes” das Estatísticas anuais. Havia uma estimativa de 38.790 nos
EUA em maio de 2017, abaixo dos 53.060 em 2006.
Muitos outros trabalhos foram eliminados pela mudança
tecnológica ao longo dos séculos, por isso pode parecer um pouco conflitante
quando um jornalista elabora uma reportagem sobre os empregos perdidos nesse
setor. Mas os jornalistas desempenham um papel social útil, que ainda precisa
ser efetivamente assumido pela inteligência artificial, pelo crowdsourcing ou
por outras inovações. E, embora uma mistura de novos modelos de negócios, sejam
suficientes para manter o jornalismo nacional numa escala razoavelmente eficaz,
no nível local, as coisas realmente não parecem encorajadoras.
Estudos acadêmicos estão começando a quantificar os efeitos
dessa perda de jornalistas locais. Um estudo publicado em dezembro por dois
professores de comunicação e um cientista político concluiu que o fechamento de
jornais locais tornou os eleitores mais propensos a votar em um ingresso
político direto, aumentando assim a polarização partidária. "Quando eles
perdem jornais locais, descobrimos que os leitores se voltam para seu
partidarismo político, para informar suas escolhas políticas", concluíram
os autores.
O Google faz muitas coisas úteis e agora emprega muitas e
muitas pessoas. Mas eles geralmente não aparecem nas reuniões do conselho da
cidade para fazer perguntas difíceis.
Mas será que somente a diminuição no número de repórteres é
tudo? Acredito que essa concentração na divulgação de informações nas mãos de
poucas empresas, permitem um poder muito grande e perigoso. Primeiro que o
objetivo dessas empresas de tecnologia é muito mais voltado aos lucros. Com P/L
elevados o mercado espera um crescimento rápido de suas receitas; depois
permite uma possível manipulação das informações de acordo com seus interesses.
O estudo acadêmico citado acima aponta, de certa forma, neste sentido; e por último,
a notícia publicada de forma centralizada, está sujeita a um pseudo “monopólio”,
ao invés de publicações em diversos meios de comunicação. Para entender meu
ponto de vista, imaginem que nas últimas eleições existisse somente o Google
divulgando as notícias.
No post risco-de-divida-elevada, fiz os seguintes
comentários sobre o SP500: ... “No gráfico a seguir, abre-se duas possibilidades: em
verde – uma reversão no intervalo de 2.700 – 2.730, em azul – continuidade do
movimento de alta até uma nova área compreendida entre 2.800 – 2.820” ... ...”
ao nível entre 2.800 e 2.830 existe uma alta probabilidade de acontecer uma
queda, que levaria o SP500 entre 2.660 e 2.500” ...
Durante a semana passada a bolsa americana se retraiu sem
com isso comprometer os objetivos. Ontem, o SP500 obteve um desempenho positivo
motivado pelas notícias do acordo entre os parlamentares sobre o muro a ser
construído na fronteira com o México, bem como as negociações com a China que
caminham positivamente.
No gráfico a seguir, aponto uma congruência observada de
acordo com critérios técnicos, indicando que nessa região, poderia acontecer o
termino da alta recente.
Não sei se vou me envolver numa venda na região ao redor de
2.800, tudo vai depender do desenrolar nos próximos dias. Mas certamente não
ficaria comprado, ou na melhor das hipóteses apertaria bastante o stoploss.
No momento o Mosca não
detém nenhuma posição, fomos stopados recentemente no Ibovespa e no dólar. Nada
me atrai muito no curto prazo, sendo assim, permanecemos como espectador. Lembrem
que os mercados ficam 70% do tempo num movimento de correção e 30% numa
escalada direcional. Não vejo nada direcional por enquanto.
O SP500 fechou a 2.753, com alta de 0,30%; o USDBRL a R$
3,7543, com alta de 1,20%; o EURUSD a € 1,1260, com queda de 0,62%; e o ouro
a U$ 1.305, com queda de 0,38%.
Fique ligado!
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