Confusão na área
No mês de dezembro vários fatores podem ter afetado a
confiança do consumidor americano. Essa situação teve efeito em alguns
indicadores que começam a ser divulgados agora, depois da extensa greve
ocorrida nos EUA.
Como comentei diversas vezes que, o fantasma da recessão
ronda no ar. Acredito que agora, nenhum analista irá negar essa possibilidade,
inclusive os que estavam mais otimistas há cerca de um mês, como o Deutsche
Bank.
Hoje foi publicado as vendas no varejo para o mês de
dezembro, e o resultado foi horrível! Uma queda de 1,2% no índice completo – Headline, e -1,7% no índice que exclui
itens mais voláteis como gasolina e alimentos – Control Group, o menor nível desde o ataque de 11/09 em 2001! Embora
esse resultado está em contraste com os relatórios publicados sobre o Natal,
que foram considerados bastante saudáveis.
Como o consumo representa 70% do PIB americano, esse resultado
terá impacto sobre esse indicador, a ser publicado proximamente. Agora se espera
um nível um pouco acima de 1%.
O Deutsche Bank, que tem agora uma visão bem mais cautelosa,
levanta a dúvida se esses resultados que estão desacelerando, são motivados por
fatores temporários (guerra comercial, fechamento do governo em dezembro e janeiro,
incerteza do Brexit, queda do mercado acionário em dezembro), ou fatores mais
permanentes (enfraquecimento do efeito positivo do corte de impostos, alta dos
juros pelo Fed apresentando seus efeitos, e declínio proveniente do termino de
ciclo econômico, na compra de carros e casas, que acarreta elevação das taxas
de inadimplência para os consumidores).
Não há um indicador único que possa prever ou determinar uma
recessão, embora alguns possam chegar perto disso, mas aqui estão alguns dos
principais indicadores, e o que eles estão mostrando agora:
Diferença dos juros curtos x longos
Este pode ser o sinal de mercado mais acompanhado de uma
desaceleração. O Fed de Nova York tem um rastreador de probabilidade de
recessão baseado no spread médio mensal entre os rendimentos dos bonds de três
meses e de 10 anos. A leitura mais recente mostrou a chance de uma recessão em
23 % para os próximos 12 meses, a maior desde a leitura do ano até julho de
2008. Leituras abaixo de 50% não são necessariamente seguras: o índice não está
no topo desde o início dos anos 80, embora já tenham ocorrido três recessões.
Sentimento do consumidor
O investidor Jeffrey Gundlach disse no mês passado que o
crescente distanciamento entre o sentimento do consumidor sobre a situação
atual e as expectativas é o "sinal mais recessivo no momento".
Enquanto isso, uma medida do sentimento das pequenas empresas perdeu o terreno,
desde a eleição do presidente Donald Trump. É claro que as medidas de confiança
caem durante as desacelerações, embora a extensão com que tais pesquisas possam
realmente prever uma recessão seja discutível.
Pesquisas da Indústria
O mesmo vale para pesquisas mensais da Indústria e outras
empresas realizadas pelo ISM, e cinco bancos do Federal Reserve. Estes tendem a
ser voláteis de mês para mês, embora todos os indicadores da Indústria
produzido pelo Fed caíram juntos em dezembro pela primeira vez desde maio de
2016. O índice nacional do ISM atingiu um mínimo de dois anos (recuperou algum
terreno em janeiro). Uma fraqueza ainda maior nos medidores indicaria que o
setor está caindo, embora isso não signifique necessariamente que toda a
economia esteja com problemas.
Crescimento Global
Com a desaceleração do crescimento global levando o Fed a
fazer uma pausa nos aumentos das taxas de juros, os analistas da Goldman Sachs.
apresentaram uma maneira útil de calcular o quanto a desaceleração mundial
afeta a economia dos EUA. Eles dizem que, para cada declínio de 1 % no
crescimento fora dos EUA, a expansão americana é reduzida em cerca de 0,5%. Os
economistas atualmente calculam uma chance de 14% de uma recessão nos EUA no
próximo ano; que sobe para 46% com um declínio de 3 % no crescimento global, de
acordo com um relatório recente.
Dados Reais
Em última análise, qualquer evidência de uma recessão virá
nos principais indicadores da economia dos EUA, incluindo emprego, renda e
horas trabalhadas; vendas; e, claro, o produto interno bruto. Esses são alguns
dos números analisados pelo Departamento Nacional de Pesquisas Econômicas, o
árbitro das datas de início, e término das recessões nos EUA. Até agora, esses
números não estão perto de piscar vermelho, mas quando o fizerem, provavelmente
será tarde demais para qualquer previsão de recessão.
Confuso? Vocês não são os únicos, todo o mercado também
está. Por mais que os analistas busquem descobrir com antecedência se uma
recessão está batendo na porta, não conseguem. Sempre alguns desses analistas
irão anunciar que estão seguros que uma desaceleração acontecerá em “x” meses.
Passado esse período, se realmente acontecer, serão lembrados pela imprensa,
como o economista que previu a recessão corretamente. Não se iludam, foi puro
chute. Lógico, baseado em seus modelos, que só funcionaram nesse caso.
No post do-lado-errado-do-hemisfério, fiz os seguintes comentários
sobre o euro: ...”
No curto prazo, a situação do euro continua bastante indefinida. Imagino que
ainda existe a possibilidade de queda para níveis ao redor de € 1,06, porém,
não saberia dizer se já estamos no caminho ou ainda uma pequena alta deve
ocorrer” ... ...” Na primeira hipótese, o euro deveria subir até € 1,17 - €
1,185 (é possível que a alta se estenda até € 1,20), para em seguida voltar a
cair – em verde; na outra em vermelho, a queda já estaria em curso” ...
Passados duas semanas de nossa atualização, nada de muito
diferente aconteceu. Em relação ao que fazer, comentei: ...” mas como se posicionar? Fixaria os níveis
de € 1,12 e € 1,155 como delimitadores entre elas, ou seja, acima de € 1,155
vale o verde, abaixo de € 1,12 o vermelho” ... com as cotações mais
próximas do último intervalo, as chances são maiores de queda.
Como apontado no gráfico acima, um triangulo descendente
está se formando, e nessas situações o mais provável é o rompimento para baixo.
David, então vende!
Escute, esperamos até agora, pacientemente, porque se
precipitar faltando tão pouco para a confirmação? Verifique o gráfico nesse
período, tenho certeza que em diversos momentos poderia se envolver tanto na
compra como na venda, e o resultado teria sido frustrante. Vamos aguardar!
O SP500 fechou a 2.745, com queda de 0,27%; o USDBRL a R$
3,7232, com queda de 0,83%; o EURUSD a € 1,1293, com alta de 0,25%; e o ouro a
U$1.312, com alta de 0,53%.
Fique ligado!
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