Tirando o bode da sala



No post saindo-de-fininho, aventei a hipótese do presidente Trump escolher um entre os dois focos de sua batalha: a imposição de tarifas aos chineses, ou as negociações com a Europa sobre a importação de automóveis. O mundo em geral ficou focado no primeiro pois as negociações estão em andamento.

Também no post acima, mencionei que parecia mais provável que o foco saísse da China e migrasse para a Europa, haja visto que, os mercados tinham dado seu recado da sua preferência (ou qual a se evitar), com quedas importantes que ocorreram na bolsa de valores até dezembro de 2018.

Na noite de domingo, o presidente Trump, antes que fosse anunciado o vencedor do Oscar, afinal queria todo foco para si, publicou o Twitter abaixo.



Notem que, já anunciou o local para comemorar o proclamo. Deve estar feliz da vida, pois desde que “acomodou” sua estratégia em relação a China, o SP500 subiu aproximadamente 15%. Do lado Chinês, a bolsa desse país também subiu substancialmente, 25%.




Mas um acordo só está fechado quando devidamente assinado, e por enquanto os chineses não deram nenhum sinal neste sentido. Isso pode ser devido a dois fatores: não acham a mesma coisa (o acordo não está próximo de seu desejo); ou conhecendo bem Trump, preferem a assinatura concretizada.

Porém, está batalha ainda tem um acerto interno a ser resolvido, com o atual representante comercial americano, Robert Lighthizer. Na última semana, Trump jogou no lixo o MOU – Memorandum of Understanding, elaborado por esse colaborador, ao dizer "Eu não gosto de MOUs porque eles não significam nada. Para mim, eles não significam nada. Acho que é melhor você elaborar um documento. Eu nunca fui… um fã de um MOU ”

Em resumo, como a divisão entre o Lighthizer (que quer o melhor negócio ou nenhum acordo) e Trump (que estaria disposto a aceitar qualquer acordo que lhe permitisse salva-lo) se amplia, e Trump se torna cada vez mais frustrado com o excesso de zelo, um conflito sério é inevitável.

Mas, independentemente do que vem a seguir, ainda vale a pena considerar: Como os mercados reagiriam se Trump relegasse o Lighthizer a um papel secundário na administração das negociações e elevasse Mnuchin ou Kudlow em seu lugar? Ou melhor ainda, se Trump disparar o Lighthizer em um ataque de ressentimento? Enquanto uma crise inicial de pânico seria compreensível, dada a sensibilidade do mercado a qualquer coisa que desafiasse seriamente sua narrativa preferida de otimismo, os traders rapidamente se voltariam para a noção de que, removendo o Lighthizer, Trump removeu o maior obstáculo para lidar.

O presidente parece ter dado seu recado em público, como costuma fazer  You are almost fired!

Os europeus que se cuidem, dentro em breve as baterias devem se voltar para o velho continente, mais especificamente para a Alemanha. Caso isso aconteça, o momento na Europa poderia piorar ainda mais, pois já está bastante ruim. Como se nota no gráfico a seguir, a indústria está no campo da contração. Isso acontece quando esse indicador fica abaixo de 50. Já o setor de serviços ainda está se aguentado.




O resultado dessa desesperança pode ser visto no fluxo de recursos dos investidores, função da desaceleração e dos inúmeros problemas vividos pela França e Itália. Acredito que a Merkel já preparou seu lencinho branco para pedir a rendição!




No post o-remédio-perdeu-validade, fiz os seguintes comentários sobre o dólar, onde reafirmo minha ideia que o dólar está num movimento de queda, no curto prazo: ...” No gráfico a seguir tracei uma dessas possibilidades, a de um triângulo em formação, ainda dentro de uma onda B” ... ...” é preferível apontar em qual nível, a minha visão se mostra incorreta. Esse patamar corresponde ao intervalo entre R$ 3,97 – R$ 4,00” ...


No gráfico a seguir, se nota que o dólar desde o início de 2019, está contido no intervalo entre R$ 3,65 a R$ 3,80. Obediente como um bom soldado (capito? Hahaha ...). Mas em algum momento, esse soldado vai se rebelar e as cotações se movimentarão para cima ou para baixo. Como está anotado no gráfico acima, pode ser que, o dólar ainda esteja dentro da onda B, que no caso, pode ser um triângulo (em amarelo).



O SP500 fechou 2.796, com alta de 0,12%; o USDBRL a R$ 3,7472, sem alteração; o EURUSD a 1,1361, com alta de 0,18%; e o ouro a U$ 1.326, com queda de 0,10%.

Fique ligado!

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