Modelo do "Descapitalismo"
No curso de economia se aprende que o trabalho, a terra e o
capital devem ser remunerados. Essa remuneração depende de fatores da oferta e procura. Tudo isso parece bastante lógico e justo. Quando houve a
crise de 2008, diversos bancos centrais agiram para evitar uma grande deflação,
palavra mais temorosa para uma autoridade monetária. Mas mesmo levando os juros
próximos a 0%, além de injetar grande quantidade de recursos no sistema, algumas
economias, principalmente a europeia e japonesa, não tiveram sucesso em recuperar suas economias.
Num movimento mais desesperado, resolveram adentrar num novo experimento, adotando
uma política de juro negativo.
Porém, tem uma porta
de saída, ao invés de manter seus recursos nos bancos, empresas e pessoas físicas, armazenaram grande quantidade de papel moeda, debaixo do colchão! Desta forma, evitam o custo de ser penalizado em seus depósitos no banco.
Um artigo publicado pelo FMI, sugere uma alternativa para
evitar essa distorção.
Muitos bancos centrais reduziram as taxas de juros para zero
durante a crise financeira global para impulsionar o crescimento. Dez anos
depois, as taxas de juros continuam baixas na maioria dos países. Enquanto a
economia global vem se recuperando, as recessões futuras são inevitáveis.
Recessões severas historicamente exigiram de 3 a 6 pontos percentuais de corte
nas taxas de juros. Se outra crise acontecer, poucos países teriam esse tipo de
espaço para a política monetária responder.
Para contornar este problema, um estudo recente da equipe do
FMI mostra como os bancos centrais podem criar um sistema que tornaria as taxas
de juros profundamente negativas uma opção viável.
Quão baixo você pode ir?
Em um mundo sem papel moeda, não haveria limite inferior nas
taxas de juros. Um banco central poderia reduzir a taxa de juros de, digamos,
2% para menos 4% para enfrentar uma grave recessão. O corte da taxa de juros
seria transmitido para depósitos bancários, empréstimos e títulos. Sem
dinheiro, os depositantes teriam que pagar a taxa de juros negativa para manter
seu dinheiro no banco, tornando o consumo e o investimento mais atraentes. Isso
estimularia os empréstimos, aumentaria a demanda e estimularia a economia.
Quando o papel moeda está disponível, no entanto, as taxas
de corte, significativamente em território negativo, tornam-se impossíveis. O dinheiro
tem o mesmo poder de compra que os depósitos bancários, mas com juros nominais
zero. Além disso, pode ser obtido em quantidades ilimitadas em troca de depósitos
bancário. Portanto, em vez de receber juros negativos, pode-se simplesmente
manter dinheiro a juros zero. O dinheiro é uma opção gratuita sobre juros zero
e funciona como um piso de taxa de juros.
Por causa desse piso, os bancos centrais recorreram a medidas
não convencionais de política monetária. A área do euro, a Suíça, a Dinamarca,
a Suécia e outras economias permitiram que as taxas de juros fossem levemente
abaixo de zero, o que tem sido possível porque retirar dinheiro em grandes
quantidades dos bancos é inconveniente e caro (por exemplo, taxas de
armazenamento e seguro). Essas políticas ajudaram a impulsionar a demanda, mas
não podem compensar totalmente o espaço perdido quando as taxas de juros estão
muito baixas.
Rompendo zero
Uma opção para romper o limite inferior zero seria
descontinuar o dinheiro cash. Mas isso não é simples. O dinheiro continua a
desempenhar um papel significativo nos pagamentos em muitos países. Para
contornar este problema, em um estudo recente da equipe do FMI, e pesquisas
anteriores, examinamos uma proposta de bancos centrais para tornar o dinheiro
tão custoso quanto os depósitos bancários com taxas de juros negativas.
A proposta é que um banco central dívida a base monetária em
duas moedas locais separadas - dinheiro em espécie e dinheiro eletrônico. O
dinheiro eletrônico seria emitido apenas eletronicamente e pagaria a taxa
básica de juros, e o dinheiro em espécie teria uma taxa de câmbio - a taxa de
conversão - contra o dinheiro eletrônico. Essa taxa de conversão é fundamental
para a proposta. Ao estabelecer uma taxa de juros negativa sobre o dinheiro
eletrônico, o banco central permitiria que a taxa de conversão de dinheiro em espécie
em termos de moeda eletrônica fosse depreciada à mesma taxa que a taxa de juros
negativa sobre o dinheiro eletrônico. O valor do dinheiro cairia, portanto, em
termos de dinheiro eletrônico.
Para ilustrar, suponha que seu banco anunciou uma taxa de
juros negativa de 3% em seu depósito bancário de 100 dólares hoje. Suponha
também que o banco central anunciou que os dólares em dinheiro se tornariam
agora uma moeda separada que se depreciaria em relação aos “e-dólares” em 3% ao
ano. A taxa de conversão de dólares em dinheiro em “e-dólares ”mudaria de 1
para 0,97 ao longo do ano. Depois de um ano, sobrariam 97 dólares em sua conta
bancária. Se, em vez disso, você tirasse 100 dólares em espécie hoje e o
mantivesse em segurança por um ano, trocá-lo por dinheiro eletrônico depois
desse ano também valeria 97 dólares.
Ao mesmo tempo, as lojas começariam a anunciar os preços em
dinheiro eletrônico e em dinheiro separadamente, assim como as lojas de algumas
pequenas economias abertas já anunciam os preços tanto em moedas estrangeiras
domésticas quanto em moedas estrangeiras. O dinheiro estaria perdendo valor
tanto em termos de bens quanto em termos de dinheiro eletrônico, e não haveria
nenhum benefício em manter caixa em relação aos depósitos bancários.
Esse sistema de moeda local dupla permitiria ao banco
central implementar uma taxa de juros negativa, conforme necessário, para
conter uma recessão, sem provocar qualquer substituição em grande escala em
dinheiro.
Prós e contras
Embora um sistema de moeda dupla desafie nossos preconceitos
sobre dinheiro, os países poderiam implementar a ideia com mudanças
relativamente pequenas nas estruturas operacionais dos bancos centrais. Em
comparação com propostas alternativas, teria a vantagem de liberar
completamente a política monetária do limite inferior zero. Sua introdução
reafirmaria o compromisso do banco central com a meta de inflação, em vez de
levantar dúvidas sobre isso.
Ainda assim, implementar esse sistema não é isento de
desafios. Isso exigiria importantes modificações do sistema financeiro e legal.
Em particular, questões fundamentais relativas à lei monetária teriam que ser
abordadas e a consistência com o arcabouço legal do FMI precisaria ser
assegurada. Além disso, exigiria um enorme esforço de comunicação.
Os prós e contras do sistema são específicos de cada país e
devem ser cuidadosamente comparados a outras propostas, como metas de inflação
mais altas, para aumentar o espaço da política monetária em um ambiente de
juros baixos. Consideramos essas questões e mais em nossa pesquisa.
Fico perplexo com soluções como essas para que se possa efetivar
uma política monetária que vai contra os princípios básicos de economia.
A motivação dessa ação por parte do banco central seria incentivar as empresas a tomarem empréstimos, e os consumidores adquirem bens
sem juros, buscando assim sair da estagnação. Ora, se o objetivo é esse, porque
também não instituir que o trabalho não seja remunerado, ou pior o funcionário tenha
que pagar para trabalhar?
Tudo isso é tão absurdo, que os motivos buscado dos bancos centrais acabou acontecendo, porém, de forma pífia, ao um custo de elevação enorme das dívidas,
como comentei no post de ontem risco-de-divida-elevada. Esse é o modelo
que denomino de “Descapitalismo”, um Capitalismo que os recursos não são
remunerados, mas sim, penalizados!
No post fora-100-do-cdi, Fiz os seguintes
comentários sobre o ouro: ....” Enquanto o nível
de U$ 1.240 não for violado, acredito que o ouro possa testar a área apontada
no retângulo U$ 1.350 – U$ 1.370. Agora, se vai ultrapassar ou não, é a
questão. Muito pouco a fazer nesse mercado, por enquanto! ” ...
Observando-se um período mais curto, identifiquei uma
oportunidade de curto prazo. Conforme anotado no gráfico abaixo vou sugerir uma
operação de compra de ouro a U$ 1.280, com um stoploss a U$ 1.250. O objetivo
seria de U$ 1.350.
Não que essa operação seja uma maravilha, pois arrisca-se U$
30 para um lucro de U$ 70, mas dependendo de como evoluir, o objetivo pode
mudar.
Noto entre os analistas uma certa divergência sobre a alta
do ouro, alguns acreditam que novas altas irão acontecer, enquanto outros
acreditam que estrai próximo de uma reversão que levaria o metal para baixo de
U$ 1.050. O Mosca está aberto para as
duas hipóteses, pois não existe uma convicção neste momento. Porém, se o ouro
ultrapassar a região de U$ 1.370, vamos ser compradores, caso contrário,
ficamos com o outro time.
O SP500 fechou a 2.703, com queda de 1,04%; o USDBRL a R$
3,7166, com alta de 0,50%; o EURUSD a € 1,1343, com queda de 0,16%; e o ouro
a U$ 1.309, com alta de 0,33%.
Fique ligado!
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