Nem tudo vira moda
Tenho acompanhado a explosão do mercado de ETF no mercado
americano. Para quem não conhece, ETF é negociado como uma ação, cujo ativos
são compostos de acordo com um determinado índice. Por exemplo, o ETF SPY,
equivale a compra das 500 ações que a compõe o SP500, exatamente na proporção
estabelecida.
A grande vantagem é a facilidade de negociação, liquidez e
baixos custos. Uma pesquisa feita com os investidores institucionais americanos
apontou 3 pontos para sua preferência. A Greenwich Associates que elaborou esse
trabalho, reportou que essa categoria de investidor, detêm 25% de seus ativos
em ETFs, um crescimento significativo dos 18,5% de 2017.
1)
Turbulência dos mercados
As empresas pesquisadas disseram que administrar riscos e
retornos é de longe sua principal prioridade, quando a turbulência tomou conta
dos mercados. As tensões entre EUA e a China é elevada, o processo do Brexit
continua instável, e receios sobre a economia chinesa e sua dívida, cresceram.
2)
Uma mudança acelerada para indexação
Os institucionais concluíram que os ETFs são uma boa maneira
de ter exposição em diferentes índices de ações e bonds. Estão querendo usar
esse veículo para substituir os gestores de fundos ativos, embora vários
comentaram que também estão usando o ETF em detrimento de ações ou bonds
individuais.
O diretor da Greenwich comentou que os investidores podem
ter se desapontado com os retornos obtidos pelos fundos ativos em 2018. Esse
deveria ser o momento onde era suposto que esses fundos fossem mais efetivos.
3)
O aumento da versatilidade dos ETFs
Os grandes institucionais encontraram que podem usar os ETFs
para uma grande variedade de propósitos, incluindo mudanças de táticas,
rebalancear seus portfólios e escolher novos ativos. Outra tendência também
observada é o uso desse veículo para produtos de renda fixa.
A figura a seguir mostra as principais razões dos
investidores institucionais em usar os ETFs. A pequena alteração entre um ano e
outro mostra a consistência desse veículo.
Mas não são somente os institucionais que estão migrando
para os ETFs, o gráfico a seguir mostra o enorme fluxo dos últimos anos.
Naturalmente, os indivíduos também rumam para o mesmo caminho.
Com tudo isso por que no Brasil esse veículo é pouquíssimo
difundido? Acredito que seja por falta de interesse do público por
investimentos em ações. Nos últimos anos, investir em ações foi no mínimo muito
estressante. O gráfico abaixo mostra a
evolução das cotações nos últimos 10 anos, e como se pode notar foi uma
montanha russa, o que deve ter assustado boa parte dos investidores.
Outro fator que deve teve um efeito importante de inibição,
para investimentos em bolsa, foi a elevada taxa de juros que prevaleceu boa parte
desse tempo.
Mas esses fatores mudaram consideravelmente nos últimos 2
anos, tanto os juros caíram a níveis historicamente baixos como o fluxo de
investimentos para a bolsa se elevou. Desta forma, acredito que é uma questão
de tempo para que os ETFs sejam utilizados pelos investidores no Brasil.
Meu racional por esse veículo, são as elevadas taxas
cobradas pelos administradores de fundos tradicionais. Esses produtos são
oferecidos localmente com a cobrança de 2% a.a. de taxa de administração, e uma
boa parte dos fundos, um adicional de taxa de performance de 20% do que exceder
algum indexador com: IGPM, IPCA, CDI.
A título de simulação, elaborei uma tabela considerando
vários cenários de alta na bolsa, com a cobrança das taxas acima. Notem como o
resultado para o investidor é impactado por esses custos, sua taxa liquida é de
78% do rendimento da bolsa.
ganho
Pode ser que num determinado ano, o gestor consiga uma
remuneração que pague esses custos, porém no longo prazo, vários estudos
mostram que ficam abaixo do objetivo a que se propõe.
No Brasil ainda não é moda, mas se realmente o pais se
estabilizar com juros descentes é provável que uma boa parcela dos
investimentos será canalizada para a bolsa de valores. A moda vai pegar, podem
me cobrar!
No post past-copy, fiz os seguintes comentários sobre o
SP500: ...” ao
nível entre 2.800 e 2.830 existe uma alta probabilidade de acontecer uma queda,
que levaria o SP500 entre 2.660 e 2.500” ...
O mercado resolveu escutar a recomendação do Mosca ao reverter quando as cotações
atingiram 2.813 ontem.
- Boa David, porque
não tomou coragem e vendeu.
Não vendi porque essa retração não necessariamente indica
que a bolsa reverteu, por enquanto, pelo fechamento de hoje, a retração é um
mísero 1%. O mercado pode subir tranquilamente daqui em diante.
Vou observar nos próximos dias e avaliar se vale a pena entrar
com um trade de venda. Em todo caso, acredito que essa possível queda é uma
correção, e ao atingir um nível ao redor do que está anotado acima (a ser melhor
calculado), vou sugerir um trade de compra.
O SP500 fechou a 2.784, com queda de 0,28%; o USDBRL a R$
3,7511, com alta de 0,61%; o EURUSD a € 1,1370, sem variação; e o ouro a U$ 1.312,
com queda de 0,53%.
Fique ligado!
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