Surpresas antigas
As vezes nos surpreendemos com determinadas notícias, mais
pelo seu impacto, do que pelo fato em si. Acredito que não seja surpresa para
ninguém que, pelo sucesso obtido pelas empresas tipo Uber, que permitem o
compartilhamento de veículos, causariam impacto na indústria automobilística.
Entre os mais jovens é nítido o desapego por bens, e o
automóvel não é exceção. Na minha casa, entre meus filhos e os da minha esposa,
dois de seis não possuem carro. Um percentual de 33% sobre uma amostra
grandeeeee! Hahaha ...
Não bastasse eles, eu acabei vendendo meu carro, e ficamos
somente com um. É verdade que, com a idade, não se usa tanto o automóvel, mas
posso garantir que fiz uma ótima decisão, tanto financeiramente como em termos
de comodidade.
Dito isso, e considerando que nós não somos a única família
que agiu dessa forma, não seria previsível que a venda de automóveis sofreria
uma queda? Pois bem, uma matéria publicada pela Business Insider reporta que os
EUA poderiam entrar em recessão por esse motivo.
O mundo está perdendo seu entusiasmo com carros, e isso é um
fator que empurra a economia global para a recessão, de acordo com dois
economistas do HSBC.
O gráfico abaixo compara os registros de carros novos com às
vendas no varejo nos EUA para mostrar esse ponto. A economia dos EUA está indo
bem, os compradores mantiveram sua demanda do varejo. Mas não para automóveis:
A demanda por carros está em declínio devido a um maior foco
nas políticas ambientais, aumento da urbanização e investimento em alternativas
- seja carros sob demanda ou transporte público. Os economistas do HSBC citam
também, outra evidência de que os aplicativos de compartilhamento de viagens
como o Uber estão reduzindo a demanda por carros.
Não são apenas os EUA, A indústria automobilística na Europa
também está encolhendo:
·
A Honda anunciou que fecharia sua fábrica em
Swindon, na Inglaterra, com a perda de 3.500 empregos.
·
A Honda também está fechando uma fábrica na
Turquia.
·
A General Motors anunciou que estava fechando
sete fábricas globalmente em novembro de 2018, com 14.000 empregos perdidos,
reduzidos ou movidos.
·
A Ford está cortando operações na Europa com a
perda de "milhares" de empregos.
·
A Jaguar Land Rover disse em janeiro que
cortaria 5 mil empregos no Reino Unido.
O s economistas do HSBC estão mais preocupados com a redução
geral no comércio global e o efeito que teve nas exportações globais. As
guerras comerciais - EUA - China e Grã-Bretanha versus a UE - atingiram os
fabricantes da forma mais dura, à medida que empresas e consumidores tentam
reduzir sua exposição a mercados internacionais incertos. Ao fazê-lo, eles
reduziram sua produção agregada total, prejudicando os empregos.
"Grande parte da fraqueza da economia global está
concentrada no setor manufatureiro". “Partes do mundo já estão em recessão
industrial"
O dano foi irregular. Os EUA e a China ainda estão se saindo
relativamente bem graças aos estímulos fiscais de seus respectivos governos.
Mas a produção industrial na Europa e no Japão está sofrendo.
"Os índices de surpresa para a zona do euro e a América
Latina caíram desde meados de 2018 e as previsões de crescimento para as
principais economias foram reduzidas de forma agressiva nos últimos seis
meses", diz a nota do HSBC.
"As estimativas de consenso para os EUA e China em 2018
ainda estão completamente inalteradas em relação às previsões de junho,
enquanto o resultado do crescimento do PIB alemão em 1,5% ficou 0,9% abaixo da
previsão de abril. O Japão ficou 0,7% abaixo e o consenso mais recente para a
América Latina é 1,2% abaixo do consenso de meio de ano. "
Grande parte da fraqueza da economia global está concentrada
no setor manufatureiro: o PMI industrial global caiu 3,6 % desde o início de
2018, enquanto o PMI de serviços desceu 1,6 %.
O impacto dessa mudança estrutural está ainda no começo,
porém parece inexorável sua direção, a diminuição do número de automóveis por
residência. Além disso, dentro em breve, será possível instalar um software
para os carros autônomos. De cara vai eliminar centenas de milhares de empregos
de motorista, utilização full time do veículo, e praticamente eliminar o seguro
de automóveis. Isso sim são tempos modernos!
No post parabéns-você, fiz os seguintes comentários
sobre o Ibovespa: ...” podemos considerar que a correção está em curso? Tudo indica que sim,
mas é necessário ainda uma confirmação: que os preços caiam abaixo de 93.400,
além do nível de 98.500 não seja atingido” ...
O movimento da bolsa na última semana modificou as
probabilidades que eu havia associado ao Ibovespa. Traduzindo de forma mais
compreensível aos leitores, a correção que eu estava esperando pode ser bem
menor da apontada abaixo.
Sendo assim, desconsidere esses objetivos.
- David, que furada!
Hahaha ...
É melhor uma furada sem resultado que uma convicção com prejuízo.
Não entendo sua alegria, eu sempre digo que me baseio nas informações do
mercado, a minha previsão é dependente do que acontece. Se estiver errada vou
mudar.
No gráfico a seguir está minha nova premissa, acredito que a
bolsa ainda terá uma pequena correção, onde entraremos de novo no mercado a
93.000, com um stoploss a 91.000. Se isso acontecer, acredito que o objetivo
anterior de 110 mil poderá ocorrer na sequência.
O que pode ocorrer de errado? Inicialmente o meu objetivo de
queda, proposto anteriormente, pode estar em curso. Para tanto, basta a bolsa
cair abaixo de 90.000; segundo, o nível de 93.000 não ser atingido e o Ibovespa
ultrapassa a marca de 98.500. Na primeira perdemos dinheiro, na segunda talvez
entre no rompimento da máxima.
Tudo acertado, só falta combinar com os Russos, ou melhor,
com os filhos do Bolsonaro!
O SP500 fechou a 2.779, com alta de 0,15%; o USDBRL a R$
3,7227, com queda de 0,33%; o EURUSD a € 1,130, com alta de 0,28%; e o ouro a
U$ 1.341, com alta de 1,13%.
Fique ligado!
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