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Tomografia para fundos de investimento

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Ao escolher um fundo para investimento quase a totalidade dos investidores, bem como dos gestores, baseiam no retorno passado. Não é só isso, mas é muito importante. Contrariamente, provavelmente você não investiria num fundo que vem perdendo! Toda lamina contendo as informações de um fundo contem em letras minúsculas os dizeres “resultados passados não são garantia de resultados futuros”. Mas, posso dizer por toda experiência que, em algum momento o gestor vai errar, e isso você não sabe de antemão. Em uma de minhas pesquisas recentes, tive acesso ao resultado de um estudo acadêmico que me surpreendeu. Em 2005, três acadêmicos publicaram um artigo notável. "Julgando os gestores de fundos pela empresa que mantêm em seu portfólio", de Randolph Cohen, Joshua Coval e Lubos Pastor, revelando um método poderoso de prever o desempenho futuro dos fundos de ações nos EUA. Quando os autores classificaram os fundos pela nova medida do artigo, a porção que continha os fund

Como terminam os monopólios

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Na década de 80, ter uma linha de telefônica era coisa de rico. Naquele momento, para possuir uma linha era necessária uma solicitação com pagamento, a companhia telefônica, sem data para instalação, demorava anos. Alguns investidores (ou melhor, especuladores!), observando essa anomalia, resolveram comprar linhas para aluguel. Cada linha valia ao redor de U$ 5.000 (cotação essa expressa no Black que tinha ágio de pelo menos 30% acima da cotação oficial). O custo do aluguel era da ordem de 12% a.a. Era um mercado tão organizado que, toda a parte legal, era feita com boas garantias para que o proprietário não amargasse prejuízos da conta telefônica. Um negócio da China! Com uma taxa de retorno de 12% a.a. em dólar, com um ativo que só poderia se valorizar, como seria possível perder dinheiro? A aposta naquele momento era que esses proprietários de linha tinham um produto que era “protegido” pelo monopólio da TELESP, dado que, por ser uma empresa estatal sem capital, não ti

Gestão não convencional

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Acredito que todos já ouviram falar da empresa WeWork, que está revolucionando o mercado de alugueis de escritório. Atendendo a moda de não comprar nada, a WeWork oferece escritórios prontos para usar por períodos variáveis de tempo. Como são a maioria dos CEO de startups, Adam Neumann, não foge à regra. De uma forma simplista comprou inúmeros imóveis ao redor do mundo através de crédito e participações acionarias, onde se inclui a Soft Bank, especialista em empresas empreendedoras, gerando um fluxo de caixa negativo a perder de vista, e lucro, nem pensar. Há alguns meses pretendia fazer a abertura de seu capital através de uma operação de IPO, na sequência da Loft e Uber para citar alguns. Acontece que o mercado azedou para essas empresas “sem lucro” gerando um ceticismo enorme sobre novas emissões, e mesmo sobre a sobrevivência dessas empresas. Como consequência, Neumann foi destituído da We Work, o que faz lembrar o caso de Steve Jobs nos anos 80. Um artigo publicado

Insegurança

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Os executivos de grandes companhias ao redor do mundo vivem um momento difícil. Prever o futuro de seus produtos e serviços em conjunto com a concorrência, já é uma tarefa árdua. Diferentemente de passado recente, os riscos hoje são muito superiores, de repente, meia dúzia de jovens, desenvolvem um aplicativo ameaçando seu negócio. Agora, além disso as tensões vividas estão afetando seus negócios de forma imprevisível. O Presidente da maior economia do mundo, Donald Trump, está numa batalha com a China, q segunda maior, com estragos já causados ao redor do mundo. Essa é uma briga, como se diz coloquialmente, de cachorro grande. Os efeitos mais preocupantes na atualidade é se haverá ou não recessão nos EUA, que caso ocorra, poderá ter efeitos importantes nos investimentos. Também é duvidoso qual seria sua extensão. Não é à toa que o investimento em ativos fixos despencou, como um executivo se mete a investir em novas máquinas num cenário com este? Opta por somente o necess

Sobraram alguns porcos

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Na última sexta-feira o mercado comemorou as boas notícias vindas da Inglaterra e dos EUA. O Mosca representou esse momento com a remoção de muitos animais da sala, permanecendo os bodes. Mas parece que ainda existem alguns porcos (qualquer semelhança é mera coincidência – Vamos Santos! Hahaha ...) a serem retirados. No Reino Unido, a tentativa de Boris Johnson de garantir um acordo com o Brexit teve problemas depois que a União Europeia alertou que as negociações ainda estavam longe de ser um avanço, e os aliados políticos do primeiro-ministro britânico se distanciaram de seus planos. Após um fim de semana de intensas negociações em Bruxelas, o principal negociador da UE no Brexit, Michel Barnier, disse em uma reunião de enviados no domingo, que as propostas do Reino Unido para romper o impasse na fronteira irlandesa careciam de detalhes e corriam o risco de deixar o mercado único vulnerável a fraudes. O partido sindicalista que apoia o governo conservador minoritário de J

A doce vida com os bodes

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Quando se entra numa negociação considerando estar em condição vantajosa, duas coisas podem acontecer: você tinha uma percepção correta da situação e rapidamente se chega a um acordo, ou não mediu corretamente as forças de seu oponente e o processo se torna demorado. Nesse segundo caso, quanto mais tarda a solução, mais você fica disposto a abrir mão de vantagens que lhe são de direito, porém o estado inerte, é negativo para ambos. Hoje acordamos com a possibilidade de dois assuntos encardidos terem uma solução, ou pelo menos uma saída: Brexit e o acordo comercial entre USA e China. O otimismo do Brexit foi marcante e a libra subiu mais na sexta-feira - seu maior ganho percentual diário em sete meses - depois que Donald Tusk, presidente do conselho da UE, disse ter visto "sinais promissores" sobre a chance de um novo acordo Brexit entre o Reino Unido e a UE, mesmo que o país não tenha apresentado um plano realista e viável. O otimismo de que um acordo pode ser a

Nem o câmbio impacta mais a inflação

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Há dois anos eu estava preparando a reunião de um cliente, onde iria sugerir uma mudança importante em seu portfólio. Talvez vocês já me conheçam o suficiente para saber que não sou aquele tipo de pessoa que sugere portfolios mais “equilibrados”. Se um ativo na minha opinião não vai render quero ter zero! Qual seria minha proposta: liquidar todos os investimentos atrelados ao CDI e alocar em ativos indexados ao IPCA de preferência isentos de IR. A taxa do CDI se encontrava em 9% a.a. e a dos títulos em IPCA por volta de 5% a.a., enquanto os títulos pré-fixados ao redor de 10% a.a. Esse cliente tinha muita experiência como empresário, porém pouca experiência em finanças. Levando isso em consideração minha sugestão por pré-fixado não poderia ser muito elevada. Ao analisar os potencias riscos combinado ao seu perfil, pensei onde poderia dar errado minha sugestão. Uma análise clássica nesse sentido teria como resposta a elevação da inflação. Mas sinceramente nem passou pela m