Sobraram alguns porcos



Na última sexta-feira o mercado comemorou as boas notícias vindas da Inglaterra e dos EUA. O Mosca representou esse momento com a remoção de muitos animais da sala, permanecendo os bodes. Mas parece que ainda existem alguns porcos (qualquer semelhança é mera coincidência – Vamos Santos! Hahaha ...) a serem retirados.

No Reino Unido, a tentativa de Boris Johnson de garantir um acordo com o Brexit teve problemas depois que a União Europeia alertou que as negociações ainda estavam longe de ser um avanço, e os aliados políticos do primeiro-ministro britânico se distanciaram de seus planos.

Após um fim de semana de intensas negociações em Bruxelas, o principal negociador da UE no Brexit, Michel Barnier, disse em uma reunião de enviados no domingo, que as propostas do Reino Unido para romper o impasse na fronteira irlandesa careciam de detalhes e corriam o risco de deixar o mercado único vulnerável a fraudes. O partido sindicalista que apoia o governo conservador minoritário de Johnson em Londres também levantou preocupações.

No acordo firmado entre EUA e China faltou a assinatura, pois só na cabeça do Trump isso parecia resolvido ao tuitar na sexta-feira que as consequências seriam imediatas. Tudo parecia ir bem, quando no final da tarde em Beijing, p governo Chinês comunicou que gostaria de novas conversas antes de Xi Jinping assine. Sendo assim, não saiu ainda da fase 0.

Nem mesmo os dados ruins da balança comercial chinesa foram suficientes para abortar esse novo empecilho levantado pelos chineses. As exportações da China para os EUA encolheram mais de um quinto no mês passado, atingidas por tarifas mais pesadas, o que ressaltaria a urgência de Pequim resolver o atrito comercial com Washington.

As remessas chinesas para os EUA caíram quase 22% em setembro em relação ao ano anterior, acelerando de uma queda, de 16% em agosto. O declínio nos EUA foi um fator importante, juntamente com a desaceleração da economia global, na queda de 3,2% no total de exportações em setembro.

As negociações comerciais de alto nível entre a China e os EUA nos últimos dias renderam uma trégua. O presidente Trump disse que os EUA arquivariam um aumento planejado nas tarifas de US $ 250 bilhões em mercadorias chinesas em troca da garantia da China de que comprariam produtos agrícolas dos EUA no valor de US $ 40 bilhões a US $ 50 bilhões. O resultado foi visto como uma vitória para a China, pois permitiu que Pequim adiasse uma ação sobre concessões que não deseja fazer.

O acordo parcial provavelmente não aliviará os principais desafios que os exportadores chineses enfrentam, já que as tarifas existentes nos EUA e uma desaceleração adicional no crescimento global manterão as exportações moderadas nos próximos trimestres.

As importações caíram 8,5% no ano em setembro, um declínio maior do que os economistas projetavam e estendendo a queda de 5,6% em agosto. As importações chinesas dos EUA caíram 15,7% em relação ao ano anterior em setembro, diminuindo de 22,3% em agosto.

Devido à forte queda nas importações, o superávit comercial global da China aumentou para US $ 39,65 bilhões em setembro, ante o superávit de US $ 34,8 bilhões em agosto. Os economistas esperavam um superávit de US $ 34,05 bilhões.

Mesmo que seja assinado o acordo com deseja Trump, o impacto em termos de crescimento na economia americana seria de um decréscimo de 0,1% do PIB, o maior estrago já foi causado com as tarifas implantadas anteriormente e que se encontram em vigor.


Parece que mesmo que os porcos saiam da sala, o que parece ser o caso, os bodes ainda continuarão causando impacto na economia. Talvez, como o Mosca vem frisando, o real objetivo seria a economia chinesa não ultrapassar a americana, o que parece ser inexorável.

No post a-democracia-em-decadência, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ... “O dólar acabou recuando e começa se aproximar dos níveis que considero atrativo para uma compra. O movimento de curto prazo não parece estar completo, o que me deixa mais cauteloso para sugerir o trade. De uma maneira mais geral, acredito que o mais provável de ocorrer seria uma reversão em dois possíveis níveis: R$ 4,01 ou R$ 3,95” ...
A hipótese traçada na semana passada fica comprometida. No próximo gráfico parece que um triângulo esteja de desenhando. Se esse for o caso, vamos ter que pagar mais caro para poder entrar no trade.


Um cálculo aproximado projeta um valor para o dólar em R$ 4,36/ R$ 4,40, que se ultrapassado levaria a R$ 4,55. O primeiro é mais provável, porém vale o alerta.

Participei de um simpósio patrocinado pelo Banco Credit Suisse, onde vários gestores externaram suas ideias e posições. Sai com a impressão que a grande maioria é otimista com a bolsa brasileira, o mesmo não podendo ser dito de nossa moeda, cujas visões estão dividas sobre uma eventual valorização.

Recebi hoje um gráfico contendo o posicionamento dos investidores estrangeiros. Fiquei surpreso com a extensão de apostas negativas no real, praticamente com o mesmo número de contratos que em 2014. Lógico que os motivos são bem diferentes, mas a quantidade não!


Isso é bom ou ruim? Depende como se quer enxergar, se eles estiverem errados e por exemplo o dólar no exterior (aquele dólar x dólar lembram?) cair, teriam que zerar com impacto positivo para o real, caso contrário, podem sair vencedores (será que estão lendo o Mosca? Hahaha ...).

O SP500 fechou a 2.966, com queda de 0,14%; o USDBRL a R$ 4,1278, com alta de 0,45%; o EURUSD a 1,1024, com queda de 0,15%; e o ouro a U$ 1.492, com alta de 0,17%.

Fique ligado!

Comentários