Qual o argumento!
Pela manhã foi publicado os dados do PIB americano,
crescendo a uma taxa anualizada de 1,9% a.a., no 3º trimestre. Este resultado
ficou acima da expectativa dos analistas. O interessante é que o Presidente
Trump, alguns minutos antes da publicação, tuitou “ The Greatest Economy in American History”. Essa sua insinuação
poderia levar a uma especulação que tinha o resultado antes da publicação, e
isso não seria impossível, embora seja pouco provável.
A alta do PIB real no terceiro trimestre refletiu aumentos
nos gastos do consumidor, gastos do governo, investimentos em moradias e
exportações, enquanto o investimento das empresas e os estoques diminuíram. As
importações aumentaram, embora o comércio líquido tenha subtraído o PIB pelo
segundo trimestre consecutivo.
O aumento nos gastos do consumidor refletiu aumentos nos
bens (principalmente bens e veículos recreativos, alimentos e bebidas) e nos
serviços (liderados por serviços de saúde, habitação e serviços públicos). No
geral, o consumo pessoal aumentou 2,9% no terceiro trimestre, mais uma vez
superando as expectativas de um resultado de 2,6%, depois de aumentar 4,6% no
trimestre anterior.
Outro resultado publicado, o PCE – índice inflacionário seguido
pelo Fed, foi de 2,2%, em linha com a expectativa.
Em resumo, horas antes da decisão do Fed, esse relatório
aponta para um cenário de Goldilocks,
que não confirma a “maior economia da história”, mas não deixa muita margem de
manobra para o Fed. Não se pode esquecer que esse trimestre foi bastante
afetado pelas medidas tomadas pelos EUA e China, em relação ao seu embate na
área de comércio.
Fico imaginado o que Jerome Powell vai argumentar para
justificar uma redução dos juros. Com desemprego na mínima, inflação
estabilizada e próxima do seu objetivo, economia crescendo razoável em termos
absolutos, porém muito bem em termos relativos, Brexit bem encaminhado, e Trump
não querendo arrumar confusão, porque haveria de reduzir os juros?
Um dado curioso diz respeito a performance das bolsas
chinesas e americana em 2019. A mídia cobre em extensão a bolsa nos EUA, porém
sem tanta frequência a chinesa. O gráfico a seguir coloca esses dois índices
frete a frente, e não parece que os investidores estão tão preocupados, ou
estiveram, com a batalha entre os dois países.
O Fed como esperado reduziu a taxa de juros em 0,25%. No seu
comunicado um detalhe pode significar uma pausa nos juros. Ao invés de usar o
termo “ agir apropriadamente para sustentar a expansão”, usou “ o Fed irá
acompanhar as informações futuras para definir o nível adequado dos juros”.
Essa última frase vale qualquer coisa, parada ou continuidade na redução.
É incrível que um banco central tão poderoso não consiga se
posicionar de forma mais explicita, ou seja, prefere ficar no muro!
No post como-terminam-os-monopólios, fiz os seguintes
comentários sobre o euro: ... “ Nessas últimas semanas o euro deu sinal de vida,
impulsionado pela possibilidade de um acordo entre a UE e a Inglaterra no que
tange ao Brexit” ... ... “Ainda não, é necessário que o nível de € 1,12 - €
1,125 seja ultrapassado, veja no gráfico a seguir a importância de tal região”
...
Não houve nenhuma grande evolução na moeda única que
justifique uma mudança de opinião. Por enquanto, as duas possibilidades se
encontram abertas: a do início de um movimento de alta tão esperado pelo Mosca (azul); ou ainda uma última queda
até o nível de € 1,08 (vermelho).
Qualquer tentativa de operar nessa situação é como jogar no
Cassino. Se for para fazer isso, melhor ir direto a um, pelo menos é mais
divertido e você vai saber logo qual é o cenário. Aqui como lá, se pode fazer
inúmeras apostas, sempre que sua “ficha” é retirada da mesa. O Mosca vai aguardar pacientemente!
O SP500 fechou a 3.046, com alta de 0,33%; o USDBRL a R$
3,9878, com queda de 0,26%; o EURUSD a € 1,1144, com alta de 0,31%; e o ouro a
U$ 1.495, com alta de 0,56%.
Fique ligado!
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