O Penúltimo Tango em Buenos Aires
A America Latina sempre foi uma região sem muita
credibilidade junto a comunidade internacional. Motivos não faltaram para
tamanha desconfiança e generalização dessa imagem. O Brasil ficou quase duas décadas
sob o comando da esquerda. No início de seu mandato, Lula conseguiu enganar o
fraco Presidente americano Barak Obama. Certa ocasião, Obama apontando seu dedo
para o Lula disse “esse é o cara”. Talvez o que tenha faltado era completar “
esse é o cara mais corrupto da face da terra”.
Nós conseguimos nos livrar desse mal na última eleição
quando Jair Bolsonaro assumiu o país. Não morro de amores por ele, tenho
diversas divergências, mas sou fã da equipe econômica que vem fazendo um
excelente trabalho. Estamos no caminho certo, basta ter um pouco mais de
paciência e torcer para o cenário externo não estragar a festa. Mesmo com essas
ressalvas em relação ao presidente, ao ver o que acontece ao redor de nós, fico
muito feliz!
Além do Chile, com manifestações violentas nos últimos dias,
o assalto as urnas na Bolívia, e os problemas recentes no Peru e Equador, ontem
foi a vez dos Hermanos colocarem de
volta O peronismo, com a eleição de Alberto Fernández em conjunto com Cristina
Kirchner, a ex-presidente responsável pela situação catastrófica em que vivem.
É verdade que Mauricio Macri não teve o guts
para efetuar as mudanças que eram necessárias, o que acabou somente
empurrando o problema para frente.
O novo governo peronista herdará uma economia em crise, à
beira de sua nona inadimplência, em recessão e com inflação em torno de 55%.
Embora Macri também tenha enfrentado uma situação econômica desastrosa quando
assumiu o poder há quatro anos, a maioria das principais estatísticas
macroeconômicas agora é consideravelmente pior depois de uma crise cambial
contundente que obrigou a Argentina a buscar um resgate recorde de US $ 57
bilhões do FMI.
Ironicamente, foi outro governo peronista que explodiu o FMI
em 2001, quando a Argentina, durante o que mais tarde seria conhecida como
Grande Depressão, deixou de pagar cerca de US $ 130 bilhões em dívidas.
E como o mercado de capitais da Argentina já havia entrado na
fronteira de um possível default em agosto, quando seus títulos e moedas
implodiram, os formuladores de políticas monetárias sabiam o que esperar. Hoje
baixou uma nova regulamentação limitando as compras em dólares a apenas US $
200/mês por pessoa, abaixo dos US $ 10.000.
Como mencionado, essa situação é semelhante a do primeiro
mandato do Lula, onde os mercados com receio do que o PT poderia fazer entrou em
parafuso antes da eleições. A nova dupla de área Al-Crhis tem um problema sério
pela frente. Se decidir desafiar os credores externos, incluindo o FMI, vai
levar a Argentina a uma grande depressão, pois com a fama de mal pagador mor
internacional, vai ficar sem um tostão furado, e suas reservas se esgotariam em
pouco tempo.
A ilustração a seguir mostra o fluxo de vencimento de sua dívida
em moeda local e internacional.
O novo governo assume em dezembro, porém, a escolha de seu Ministério
poderá nos dar uma ideia de qual modelo irá utilizar. Se resolver ir para lado
de confrontação será o “Penúltimo Tango em Buenos Aires”, referência do Mosca a um filme antigo estrelado por
Marlon Brando e Maria Schneider.
- David, por que penúltimo?
Pelo histórico da Argentina, sempre terá mais um! Hahaha ...
No post dependemos-da-sorte, fiz os seguintes comentários
sobre o dólar: ...
“Conforme se pode notar, o dólar ficaria mais algum tempo contido pelas bordas
do triângulo para depois subir aos níveis de R$ 4,40 ou R$ 4,60. Ambos cenários
apontam para alta do dólar” ...
O abandono da opção de um triângulo abre a possibilidade
para alguns cenários possíveis para o dólar. Em todos tem algo em comum, que um
novo movimento de alta deveria ocorrer mais à frente. Ao invés de expor cada um
deles, que deixaria o leitor confuso, vou estabelecer níveis onde a reversão
dessa queda deveria ocorrer.
O primeiro nível seria ao redor de R$ 3,95, seguido de perto
por R$ 3,90. Esses dois parâmetros indicariam um determinado cenário técnico.
Se a queda não for contida nesses níveis, surge R$ 3,80 e em seguida R$
3,65/3,68, com outro panorama.
O último informe sobre a posição dos estrangeiros em relação
ao real mostra um volume bastante elevado de apostas contra nossa moeda,
conforme anotado a seguir. Acredito que, os leilões que devem ocorrer na
próxima semana, trarão uma parcela importante de recursos dos investidores internacionais.
Talvez o gráfico a seguir não capturou esse movimento. A conferir no próximo.
O SP500 fechou a 3.039, com alta de 0,56%; o USDBRL a R$
3,9939, com queda de 0,22%; o EURUSD a U$ 1,1099, com alta de 0,19%; e o ouro a
U$ 1.492, com queda de 0,76%.
Fique ligado!
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