A mais valiosa opção de venda
Hoje é dia de Halloween comemoração tradicional americana
que se incorporou aos costumes brasileiros. O conceito por traz da celebração é
que os portões do céu se abrem a meia-noite, permitindo que as almas dos que já
foram retornem para se reunir com suas famílias. Os enfeites são macabros:
teias de aranha, zumbis, vampiros, múmias, tumbas e abóboras. Resumindo, hoje é
o dia das Bruxas!
Ontem o Fed entregou o que o mercado gostaria, reduziu a
taxa de juros, e se colocou numa posição neutra para o futuro, além de deixar
implícito que não existe recessão nos EUA, ao contrário, a economia está bem.
As bolsas em consequência, atingiram máxima histórica naquele país.
Os resultados do 3º trimestre das empresas que são
publicados nesse período, estão superando as expectativas. Embora os lucros
estejam a caminho de declinar pelo terceiro trimestre consecutivo, cerca de 75%
das 280 empresas do S&P 500 que divulgaram resultados até quarta-feira de
manhã superaram as expectativas.
Enquanto os lucros totais deverão cair cerca de 3,2% em
relação ao ano anterior, o maior declínio desde 2016, a maioria dos analistas
considerou que estamos no fundo do poço. Eles projetam crescimento de ganhos
que irão se acelerar no próximo ano, ajudando a aliviar o medo de uma possível
recessão.
É verdade que a performance da bolsa americana não se
distribui de maneira igual entre os setores. A tecnologia lidera com ampla
vantagem qualquer outro segmento nos últimos 5 anos, conforme se pode observar
no gráfico a seguir comparando o Nasdaq 100 versus o SP 500.
Todo esse cenário é positivo para o Presidente americano que
está às voltas com a possibilidade de impeachment. Mas qual seria o candidato
de preferência dos chineses? Hoje em dia, foi criada uma animosidade dos
americanos contra os chineses independente se o candidato é do partido
Republicano ou Democrata. Mesmo assim, acredito que os orientais preferem
qualquer outro ao presidente atual. No mínimo, o novato tem uma posição mais
fraca para negociar.
Partindo desse princípio a alta das bolsas e melhora da
economia americana não é bom. Chutar o pau da barraca, também não, pois
respinga em seu pais. O ideal seria levar em banho maria até o próximo ano.
Sendo assim, os chineses têm em suas mãos o acordo comercial
com o EUA para usar. Nesta manhã a Bloomberg reportou que a China dúvida da
possibilidade de um acordo de longo prazo com o Presidente Trump, alertaram que
não vão se mexer nas questões comerciais mais espinhosas e continuam
preocupados com "a natureza impulsiva de Trump e o risco que ele poderia
recuar até no acordo limitado que ambos os lados dizem que querem assinar nas
próximas semanas”.
Curiosamente, apenas uma hora antes, a Reuters informou que
Pequim poderia remover tarifas extras impostas desde o ano passado aos produtos
agrícolas dos EUA para facilitar o caminho para os importadores comprarem até
US $ 50 bilhões em valor, segundo o chefe de uma associação comercial apoiada
pelo governo, no que parecia haver narrativas em duelo entre a Reuters e a
Bloomberg. Também antes do relatório da Bloomberg, o Ministério da Comunicações da China disse que
as negociações comerciais estão progredindo bem e que as equipes mantêm uma comunicação
estreita, enquanto os lados prosseguem de acordo com o plano anterior e levam
os negociadores dos EUA e da China a realizar uma ligação na sexta-feira.
Confuso? Talvez essa será a estratégia da China daqui em
diante, se a visão do Mosca estiver correta.
Deveríamos ter diversas idas e vindas, visando “segurar” o mercado sem que
cause grandes danos.
Usando a lógica do mercado de derivativos, onde a opção de
compra dá o direito ao seu detentor de exercer uma determinada ação a um preço
estabelecido, enquanto a opção de venda permite a quem possui vender essa ação.
Até o momento, Trump imaginava que tinha uma opção de venda contra o mercado
Chinês acreditando que se impusesse tarifas muito elevadas colocava a economia
chinesa no chão. Agora o jogo mudou, é a China que tem uma opção de venda não
dá economia americana, mas algo até mais destruidor, da bolsa americana.
No post boia-furada, fiz os seguintes comentários
sobre o SP500: ...
“Nos últimos dias a bolsa americana está tentando romper a marca histórica de
3.020” ... ... “Enquanto não ocorrer o rompimento, é possível uma correção que
poderá estar delimitada conforme a figura abaixo” ...
O rompimento acabou acontecendo essa semana, mas o índice
ainda não se distanciou o suficiente para descartar um eventual false break. A
configuração recente da bolsa dá margem a algumas interpretações do ponto de
vista técnico, o que exige um pragmatismo as premissas. Anotei no gráfico a
seguir, a área que contempla meu comentário.
No momento a bolsa se encontra exatamente no ponto de
ruptura a 3.025. No trade proposto, sugeri um stoploss a 2.970, mas prefiro
apertar um pouco mais esse nível para 3.000. O motivo é que, se o rompimento é
para valer, a bolsa não tem nada a fazer muito distante do patamar de hoje. Existe
indefinições de configuração externado acima, sendo assim, não se pode arriscar
muito.
O SP500 fechou a 3.037, com queda de 0,30%; o USDBRL a R$
4,0172, com alta de 0,74%; o EURUSD a € 1,1152, sem variação; e o ouro a U$
1.513, com alta de 1,20%.
Fique ligado!
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