Extravagância

Fui buscar a definição da palavra extravagância no dicionário: 
s.f. Ação que se desvia das normas usuais do bom senso; excentricidade, esquisitice.
Dissipação; esbanjamento; estroinice; libertinagem: suas extravagâncias de rapaz arruinaram-lhe a saúde.
Então se encaixa bem ao valor da suíte no New Jersey´s MetLife Stadium para a final da primeira partida do Super Bowl, querem saber? US$ 1.000.000,00! 

Meus pais foram sobreviventes da II Guerra Mundial e imigraram para o Brasil em 1948, com uma mão na frente e outra atrás, como se costuma dizer. Fui educado num ambiente que não se aceitava o desperdício, minha mãe dizia que não podia sobrar nenhuma comida no prato, pois muita gente morre de fome. 

Nos dias de hoje, e com a concentração excessiva de renda no Universo, e fácil imaginar que muitas pessoas podem se dar ao luxo de gastar esta quantia sem ocasionar nenhum efeito em seu patrimônio, mas aí a questão não é de poder, mas é  valer. Será que é melhor gastar US$ 1.000.000,00 para algumas horas de divertimento, ou doar esta quantia para quem precisa? 

Ontem eu disse que iria comentar sobre a situação da China, acredito que é de conhecimento de todos que teve um elevado crescimento de seu PIB, nestes últimos anos.

  
Isto aconteceu através dos saldos comerciais com os outros países e pelos investimentos, em detrimento do seu consumo interno, que é baixo. Com a recessão de 2008 e o baixo crescimento dos países desenvolvidos, depositou-se uma esperança em dar mais ênfase ao seu consumo interno, só que isso vem acontecendo a passos de tartaruga, e neste meio tempo, ainda depende de seus saldos comerciais. Os países desenvolvidos vem diminuindo seus déficits comerciais, principalmente os USA e Europa, veja a seguir.

 O déficit combinado que era de US$ 800 bilhões em 2008, foi reduzido para US$ 200 bilhões atualmente e os BIITS(*), conjuntos de países de 2ª linha, elevaram seus déficits com cifras modestas. Esta é uma das razões para a diminuição do PIB Chinês, pois não basta a vontade de querer exportar, é preciso que os outros países demandem estes produtos, e nos dias de hoje todo mundo quer garantir o emprego no seu pais.
(*) - Brasil, Índia, Indonésia, Turquia e África do Sul.

No post inércia, publiquei um gráfico comparando uma formação semelhante a de um megafone na bolsa americana. A figura abaixo aponta estes mesmos momentos juntamente com outras variáveis.
Para melhor compreensão vamos focar na parte superior, em vermelho encontra-se a evolução do SP500 juntamente com os juros de 10 anos; taxa de poupança; CPI (inflação); e rendimentos e salários. Na década de 70, a inflação estava em níveis bastante elevados, juntamente com os juros. Com a entrada de Paul Volker, como Presidente do FED, implementou-se uma política de combate a inflação muito ortodoxa. Aos primeiros sinais de retração dos níveis inflacionários a bolsa americana iniciou uma período longo de alta até os anos 2000. Notem também que neste período as dívidas das famílias americanas elevaram-se significativamente, conforme pode ser visto no gráfico inferior.

Este analista quer frisar que, embora a formação técnica possa sugerir um novo período de alta para o SP500, isto se deve aos estímulos monetários implementados pelo FED e Cia., pois do ponto de vista das variáveis econômicas, se assemelham mais a momentos de termino de um mercado de alta.

Abaixo atualizei o gráfico que compara o SP500 e a volatilidade, e como vocês podem ver, ainda não existe nenhum indicador que sugira uma reversão na bolsa, pois a volatilidade encontra-se muito baixa.


Vivemos um período de divergência entre as varáveis econômicas e os dados técnicos, não é uma situação de equilíbrio, ou melhor, um desequilíbrio estável como eu denominei . Quanto tempo isto pode durar? Who Knows! Este é o tema do mosca para 2014.

O SP500 fechou a 1.843, com alta de 0,28%; o USDBRL a R$ 2,3573, com alta de 0,57%; o EURUSD a 1,3561, sem alteração e o ouro a US$ 1.241, com baixa de 0,97%.
Fique ligado!

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