Uma boa e uma má notícia

O assunto sobre os mercados emergentes ainda domina as notícias. Uma dúvida comum, é se os movimentos atuais representam uma situação de contágio, ou se limita especificamente a alguns países. Vou compartilhar alguns gráficos que parecem mais um tumulto temporário, do que um contágio generalizado. Em situações como estas a temperatura pode ser medida através do comportamento das bolsas de valores, e nos prêmios pagos nos contratos de Credit_default_swap, que mede o custo para se proteger de um calote do devedor, no caso um país.

Vamos inicialmente observar o comportamento destes parâmetros nos mercados desenvolvidos.


Na parte superior o comportamento dos ativos americanos, e na inferior os Europeus. Fica evidente que a situação recente não aparenta nenhuma preocupação nestes mercados.

Analisando-se estes prêmios de risco para os mercados emergentes, somente países como a Indonésia e Turquia, tem riscos semelhantes aos vistos em 2011-2012, entretanto o stress estava contido. Assim até o momento, o período atual não parece ser mais severo do que aquele.



Um fator importante a se considerar é o diferencial de inflação entre os países emergentes e desenvolvidos, enquanto os primeiros passam por um recrudescimento inflacionário, os últimos vêm apresentando níveis de inflação muito baixos.


Historicamente, períodos onde as commodities sobem, os mercados de ações dos países emergentes sobem, e ao reverso, os países desenvolvidos ao serem impactados por uma inflação mais elevada oriunda dos preços das commodities, tem um crescimento econômico mais fraco.


A fraqueza dos mercados emergentes e commodities que começou em 2011 caracterizou um forte movimento de alta no SP500, similar ao que ocorreu nos finais dos anos 90.

Segundo este analista, atualmente, a imprensa está induzindo os investidores a uma histeria em torno dos mercados emergentes. O stress nestes mercados não é nada de novo, e aparecem em países específicos de tempos em tempos. Entretanto sempre existe um risco, que uma determinada situação, culmine num contágio generalizado, semelhante ao que ocorreu em 1997-1998. A melhor maneira de determinar se estas situações transbordam em algo mais perigoso, é monitorar os níveis de CDS, bem como o preço do ouro. 

Assim a boa notícia é que a fraqueza dos mercados emergentes pode estar sendo ocasionada por um estímulo desinflacionário, semelhante ao que ocorreu no final dos anos 90, e mais recentemente, desde 2011 .... com uma ressalva de que o contágio não aconteça, esta seria a má noticia!

No post rolezinho resolvi liquidar a posição de ouro e fiz o seguinte comentário ... Não apresentou uma alta convincente, precisaria ultrapassar o nível de US$ 1.300 (1); qualquer escorregada abaixo de US$ 1.230 aumentará as chances de queda (2)....Desde então houve uma ameaça no sentido de subir, mas com a queda dos últimos dias, voltou a indecisão.

Do ponto de vista técnico, o ouro encontra-se numa posição delicada, próximos as mínimas dos últimos anos, nada garante que uma nova mínima não irá acontecer, mas se este for o caso, vamos comprar!

O SP500 fechou a 1.782, com queda de 0,65%; o USDBRL a R$ 2,4122, sem alteração; o EURUSD a 1,3487, com queda de 0,50%; o ouro a US$ 1.243, sem alteração.
Fique ligado!

Comentários

  1. Concordo contigo David, "a imprensa está induzindo os investidores a uma histeria em torno dos mercados emergentes"... Na minha opinião os jornalistas econômicos de hoje são muito jovens e inexperientes e tendem a reproduzir sem criticar notícias alarmistas. Isso acaba ajudando a criar esse comportamento de "manada"...

    ResponderExcluir

Postar um comentário