O litígio se intensifica #nasdaq100 # Bitcoin

 


Até pouco tempo atrás os EUA e a China viviam como um casal feliz, o primeiro concentrava a produção de seus produtos naquele país por ter um custo de manufatura inferior ao seu e o segundo comprava títulos do governo americano para financiar o seu déficit comercial gerado por essas importações. Tudo ia bem por décadas até que os americanos começaram a ficar desconfiados que a China pretendia passar uma rasteira. E assim no governo Trump começou o processo de divórcio com imposição de tarifas de importação, bem como restrições na venda de produtos para as empresas de alta tecnologia. A China reagiu na sequência e como o gráfico a seguir mostra, um modelo tarifário entre eles, diferente dos outros países, impactou o seu comércio.




A exportação faz parte do motor de crescimento da China, durante os últimos anos buscou mudar essa tendencia visando um maior consumo interno, porém a cultura dos seus habitantes é voltada para poupança, frustrando essa estratégia pois precisava de escala. Desta forma, buscou novos parceiros fora do mundo ocidental. Mas não é fácil substituir seu maior cliente do passado.




A sua balança comercial tem se mantido razoável, mas provavelmente não é suficiente para os robustos resultados de crescimento do PIB apresentados no passado. O impacto é sentido nas exportações, bem como nas importações. A primeira é de maior importância por tudo que comentei acima, pois é a base de seu crescimento, enquanto a diminuição das importações tem pouca margem de manobra, pois se trata na maioria de commodities.



Não basteasse esse problema, o setor imobiliário vem enfrentando uma crise nos últimos anos sem que haja uma solução à vista. O mercado de títulos das empresas de construção que se encontravam na mão de poupadores chineses buscando um retorno maior, um a um, vem sendo negociados a centavos do seu valor de face. Toda essa desconfiança levou os investidores estrangeiros a se desanimar com o futuro próximo, gerando uma pressão adicional na moeda chinesa, que mesmo com pesadas intervenções do banco central negociam a níveis próximo a máximas, desafiando romper rumo a valores históricos vistos no passado mais longínquo.




Como qualquer litígio, cada parte reage para se proteger e o setor mais sensível de um país e sua economia. O EUA consegue se manter em boa forma durante esse período, sua economia mostra resiliência. Mas essa semana a China desferiu um golpe na maior empresa do mundo, a Apple, proibindo que funcionários ligados ao governo de usar iPhones. John Authers comenta na Bloomberg o impacto no mercado em função dessa medida.

Apple machucada

Em um período de dois dias, a Apple viu cerca de US$ 200 bilhões (aproximadamente o tamanho de todo o McDonald's) de seu valor de mercado serem dizimados. E parece que a culpa é da China, que anunciou planos para expandir a proibição do uso de iPhones para agências apoiadas pelo governo e empresas estatais. Várias agências começaram a instruir os funcionários a não levarem seus iPhones para o trabalho, informou o Wall Street Journal, o que a Bloomberg confirmou em seguida. Além disso, Pequim planeja estender essa restrição de forma muito mais ampla a outras empresas estatais e outras organizações controladas pelo governo.

Se as autoridades seguirem em frente, tal proibição arrisca corroer a posição da Apple em um mercado que rende cerca de um quinto de sua receita, e de onde fabrica a maioria dos iPhones do mundo por meio de fábricas extensas que empregam centenas de milhares de pessoas. A Apple, afinal, considera a China seu maior mercado externo e base de produção global. Como as colegas Jenny Leonard e Debby Wu escreveram:

A Apple goza de ampla popularidade na China, apesar do crescente ressentimento dos esforços americanos para conter a indústria de tecnologia do país asiático. Os iPhones da empresa estão entre os mais vendidos do país e são comuns tanto no governo quanto no setor privado.

Compreensivelmente, a notícia fez as ações caírem 5,1% na quinta-feira, elevando a queda de dois dias para 6,8%. Isso atingiu o mercado de ações dos EUA, cada vez mais dominado pelos maiores nomes da tecnologia. O S&P 500 perdeu 14,3 pontos no dia; 9,5 pontos foram atribuídos exclusivamente à Apple. O forte impulso recente da empresa parou drasticamente:


Apple cai abaixo do nível técnico principal



O movimento não é surpreendente, dado o esforço da China para reduzir sua dependência do software americano - e demonstra que os EUA têm muito a perder se a relação comercial se deteriorar ainda mais. Isso ainda pode significar a desgraça para algumas empresas de tecnologia americanas menores que dependem de vendas e produção na China, à medida que as nações se desacoplam cada vez mais.

"Dada a quantidade de empresas americanas com negócios materiais na China, uma escalada de uma guerra comercial pode ter sérias consequências", escreveu Louis Navellier, diretor de investimentos da Navellier & Associates. "Mas o tamanho maciço da Apple diminuiria o impacto da maioria dos outros players e, por enquanto, é muito voltado para a tecnologia."




Para o analista do Bank of America Corp., Wamsi Mohan, o "momento da potencial proibição é interessante", dado o recente lançamento do smartphone topo de linha com capacidade 5G da Huawei Technologies. Susannah Streeter, chefe de mercados da Hargreaves Lansdown, escreveu em uma nota que "se a situação se agravar, isso poderia potencialmente permitir que os concorrentes tivessem uma chance maior de roubar a coroa da Apple".

Tudo isso ocorre depois que a secretária de Comércio, Gina Raimondo, disse no domingo  à CBS que sua visita de quatro dias à China, parte do esforço do governo Biden para aliviar as tensões entre as duas maiores economias do mundo, produziu "um grande progresso", embora tenha acrescentado que "não pode haver confiança" a menos que Pequim estabeleça regulamentações mais previsíveis.

Para James St. Aubin, diretor de investimentos da Sierra Mutual Funds, a maior preocupação é a direção da viagem:

Sozinho, isso provavelmente não é um grande problema para a Apple. Mas se começar uma tendência em que a China se torna hostil à Apple porque os EUA são hostis à Huawei e outras empresas chinesas, você pode imaginar o quão complicado isso seria. A Apple tem sido uma das poucas a avançar na China. E vê-los sendo excluídos ou encaixotados naquele espaço tem algumas repercussões.

Como na separação de um casal o que as partes percebem de imediato os potenciais conflitos de interesse que não existiam antes. Cada parte usa de suas armas para obter seus objetivos. Uma certeza existe é um jogo de perda x perda. Por outro lado, também buscam um acordo e esse momento ocorre quando uma das partes aceita as condições impostas pelo outro. No caso de dois países é muito mais complicado, pois não existem os filhos que tem que ser preservados, o final é imprevisível.

No post teimosia-custa fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: ... “ Desta forma, decidi arriscar novamente com uma compra no rompimento anotado no gráfico em 15.278 e stop loss a 15.080. O objetivo seria visto de hoje em 17.572, a ser mais bem calculado se a bolsa suba” ...




Têm se observado minha insegurança no curto prazo em relação às bolsas americanas. Já por 2 vezes – incluindo a atual busquei entradas oportunísticas. O que se pode concluir mais claramente é que o mercado está num período de consolidação ‑ sinônimo de correção num mercado de alta. O desafio e encontrar um ponto de entrada que ofereça pouco risco. Esse período começou no final de julho e até agora não existe uma conclusão. Esse é o maior motivo da cautela do Mosca, que tem associado níveis de stop loss bastante restritos.

Uma das alternativas que estou seguindo está apresentada a seguir. Nesse caso, a onda 4 verde ainda estaria em andamento sob a forma de um triangulo. Se esse for o caso, a nasdaq100 vai ficar “enxugando gelo” – não saindo do lugar, conforme sinalizado no gráfico abaixo. Nessas condições prefiro ficar fora do mercado por enquanto liquidando a posição existente.




O mercado de Bitcoin está sem graça para os padrões das cripto moedas. No passado mostrava pujança nos movimentos de alta onde não era raro observar altas de 5% ou até maiores num dia, verdade que as quedas também eram de mesma magnitude. Em relação à performance está devendo bastante.




Desde final de 2021, o indicie que mede o retorno das bolsas internacionais medido pelo MSCI World Equity Index atingiu a máxima, de forma comparativa com o Bitcoin, o primeiro estaria próximo a zerar suas perdas, enquanto esse último a queda é de 65%. Tenho a impressão que o número de pessoas que se interessam pelas cripto moedas está diminuindo, uma condição necessária para sua alta.




O SP500 fechou a 4.457, com alta de 0,14%; o USDBRL a R$ 4,9798, sem variação; o EURUSD a € 1,0700, sem variação; e o ouro a U$ 1.918, sem variação.

Fique ligado!

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