Cutucaram o Leão # EURUSD #USDBRL



Lula cutucou o leão com vara curta — e, agora, está sentindo as garras. A ofensiva comercial comandada por Donald Trump, com a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros que entram nos EUA, expõe o Brasil a uma encruzilhada diplomática e econômica. Diferentemente da postura calculada de líderes como Narendra Modi, que mantêm relações com todas as potências sem se comprometer em disputas ideológicas, o Brasil optou por uma retórica de enfrentamento e se viu no centro de um conflito que não lhe pertence.

O impacto econômico não é trivial. Segundo a Goldman Sachs, o novo pacote tarifário poderá elevar as tarifas efetivas em 35,5 pontos percentuais, com potencial de reduzir o PIB brasileiro entre 0,3 e 0,4 ponto percentual. Embora as exportações brasileiras para os EUA representem apenas 2% do PIB, o efeito simbólico e político é muito maior — principalmente quando se leva em conta o clima de incerteza que a retaliação americana gera entre investidores e empresas exportadoras.


 


A decisão de Trump se soma à sua já extensa lista de medidas unilaterais com motivação eleitoral. O mesmo ocorreu com o cobre: anunciado de forma improvisada, o aumento tarifário provocou corrida para entregas emergenciais em territórios isentos como Porto Rico e Havaí. No caso brasileiro, não há rota de fuga. O país é o maior fornecedor de café arábica para os EUA (35% do total), além de responder por 55% das importações americanas de minério de ferro — setores cujos preços podem ser diretamente afetados.

Mais do que uma política comercial, trata-se de uma manobra política. Trump quer mostrar força, mesmo que o custo recaia sobre o consumidor americano. E quer, sobretudo, expor Lula. O presidente brasileiro foi rápido em buscar apoio retórico entre aliados de ocasião, como China e Rússia, mas é pouco provável que esses países assumam qualquer protagonismo na crise — no máximo, um tapinha nas costas. Lula está sozinho.

O mais preocupante é a resposta desajeitada do governo brasileiro, especialmente da ala ideológica do PT. A tentativa de transformar o ataque tarifário em uma cruzada contra os ricos — com a narrativa de que a saída seria “taxar os bilionários” — apenas desvia o foco da realidade: o Brasil está sendo punido por sua posição política e por ter se tornado um parceiro considerado 'inconveniente' por Washington. E a consequência, se confirmada a elevação da carga tributária, poderá ser uma desaceleração econômica com cheiro de recessão em pleno ano pré-eleitoral.



Além disso, o timing das medidas revela mais do que simples estratégia eleitoral: é também uma forma de interditar o futuro político da liderança populista brasileira. Ao criar um impasse insolúvel, Trump bloqueia a diplomacia e acirra a polarização.

E ainda há um componente geoeconômico mais amplo. A escalada tarifária americana está promovendo distorções significativas em mercados globais. O caso do cobre ilustra isso perfeitamente: os estoques nos EUA e na China foram ajustados às pressas, criando prêmios recordes nos preços futuros e risco de desabastecimento. A própria Nvidia, símbolo do boom da inteligência artificial, subiu 10% no mesmo dia em que os mercados deveriam ter reagido negativamente ao gesto de Trump — sinal de que, por enquanto, o mercado financeiro ignora os riscos de médio prazo em nome do curto.

No meio dessa tempestade, o Brasil precisaria mais do que nunca de uma diplomacia profissional, pragmática e estratégica. Não é o caso. Ao adotar uma postura belicosa, Lula transforma uma disputa comercial em uma cruzada ideológica, desprezando as lições de quem joga no tabuleiro global com inteligência. A Índia é o melhor exemplo: sem se alinhar a nenhum lado, colhe os frutos do seu silêncio estratégico e de uma economia em ascensão.

O Mosca aposta que, salvo uma guinada de postura, o governo brasileiro sairá menor dessa crise. O leão já rosnou — e mordeu.


Análise Técnica

No post “inflação-sob-o-escrutínio-do-var” fiz os seguintes comentários sobre o euro: “Sendo assim, propus uma sugestão de compra na ruptura da onda 1 laranja, conforme destacado na figura abaixo, a € 1,1494, com stop loss a € 1,1372 e objetivo a € 1,2004, a ser mais bem calculado”



O Mosca só está com o trade no euro e acredito que minha ideia de alta até aproximadamente € 1,20 está em dúvida. Como não sou pago para ficar em dúvida decidi liquidar a posição pela manhã a € 1,1700. O motivo é que não gostei da sequência apresentada no gráfico de janela de 2 horas não mostrado aqui.



Se minha desconfiança for correta o euro deveria entrar numa onda C laranja que pode levar a níveis abaixo da paridade. Mas ainda é muito cedo. O mercado está fortemente posicionado na moeda única e pela lógica econômica atual, ao invés de se valorizar deveria se desvalorizar.

- O David, acertou no bumbum da Mosca no dólar, só faltou comprar!

No post “lutando-morro-acima” dei minhas razões para não fazer tal movimento. Sobre seu comentário, não posso me sentir um gênio por ter zerado a posição nas mínimas, acontece nada mais. Vou comentar melhor na segunda-feira, mas no curto prazo para que realmente o sentido tenha mudado para cima, o dólar tem que começar a subir do nível atual de R$ 5,53 e ultrapassar R$ 5,62, senão pode ter sido falso e voltar a cair. Não fique tão excitado.

O S&P 500 fechou a 6.280, com alta de 0,27%; o USDBRL a R$ 5,5435, com queda de 0,62%; o EURUSD a € 1,1695, com queda de 0,22%; e o ouro a U$ 3.324, com alta de 0,33%.

Fique ligado!

Comentários

  1. Lula? Mas o filho do Bolsonaro assinou carta e fez vídeo dizendo que foi ele que pediu estas taxas para livrar o pai da cadeia...

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  2. você que um presidente como o Trump vai se deixar levar pelo filho de um ex-presdiente? Trump pode ser tudo, mas burro ele não é. Essa carta do filho do Bolsonaro nem deve ter chegado as suas mãos. Na minha opinião, os motivos de usar o Bolsonaro na carta são dois: chocar o Lula e deixa-lo sem nada para negociar... vamos aguardar até agosto ...

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