Inflação nos EUA: retorno ou inexistente?


Antes de começar a análise de hoje, gostaria de fazer alguns comentários sobre a reunião do FED realizada ontem. Como era largamente esperado, a autoridade monetária elevou a taxa de juros em 0,25% para 1,5% a.a.  Outro ponto em que o mercado estava interessado era saber se haveria alguma mudança nas projeções dos anos seguintes. O gráfico a seguir, denominado de FED Dot Plot, deixa claro que não há mudanças, para o próximo ano espera-se três aumentos de 0,25%, projetando uma taxa para o final do ano em 2,25% a.a.



A professora Yellen já está com tudo pronto para deixar o FED, e ontem foi sua última reunião. Como já foi divulgado, será substituída por Jerome Powell, que ainda será sabatinado pelos senadores. Segundo a opinião dos analistas, o novo chefe deverá ter uma postura semelhante a seu antecessor.

Ontem também foi publicado a inflação de novembro do CPI. Embora o índice subiu 0,4% no mês e 2,2% a.a., quando se exclui a gasolina e os alimentos “core” a alta foi de modestos 0,1% e 1,7% a.a. O motivo da alta no índice pleno foi resultado da elevação do preço da gasolina. Como o gráfico abaixo aponta, uma análise em várias janelas de 1 mês, 3 meses, 6 meses e anual aponta estabilidade nos preços em níveis abaixo do objetivo traçado pelo FED.


Como o assunto é monetário a análise hoje será dos juros de 10 anos. No ano passado eu tinha uma visão bastante altista dos juros, tudo indicava que as taxas estariam entrando num movimento de alta mais consistente. Não que isso não seja mais possível, pois o elemento técnico que levou a essa indicação continua válido.

No post inflação-revanche, fiz os seguintes comentários: ...” As flechas em vermelho mostram o que se denomina em análise técnica double key reversals, que, em linguagem dos “humanos”, significa um indicador de mudança de tendência - a baixa de juro. A flecha verde mostra o rompimento de pontos importantes de resistência. Isso faz com que o cenário de alta passa a ser o de maior probabilidade” ...


Logo a seguir o círculo aponta as oscilações trimestrais dos juros, que ficaram contido num intervalo bem estreito entre 2,0% a.a. e 2,6% a.a. Assim, pode ser que este ano foi um ano de preparativo da alta.


Do ponto de vista técnico o mercado não forneceu muita informação. Em função disso, mantenho o mesmo prognóstico do ano anterior: ...” eu teria os seguintes níveis a apontar: o primeiro, que eu só anotei porque faz parte do script, embora eu praticamente não utilize, é de 5% a.a.; o segundo, que indicaria uma correção "leve" 7% a.a. e o terceiro, mais provável, 8,5% a.a. Para dizer a verdade, teria que apontar também o de 10,5% a.a., mas achei que seria demais por hoje” ...

- David, Ah, Ah, Ah, vai repetir o erro?
Veja meu amigo, acho que você não leu em detalhes o trabalho do ano passado. Para rememorar veja minha frase ...” O mais provável é que todo esse movimento demore vários anos para acontecer” .... Se esse cenário de materializar nem sei se o Mosca ainda estará publicando, talvez meu sucessor vai verificar essas altas.

A previsão acima se refere a indicação (1) no gráfico acima. Mas pode ser que os juros fiquem mofando ao redor de 1,5% a 3% (2), não é meu cenário básico. Para analisar essa hipótese vou mencionar o trade que ainda está em curso.

No post quando-logica-não-prevalece, fiz os seguintes comentários sobre os juros de 10 anos: ...” a resolução final está próxima, acredito que até o Natal no máximo, o mercado nos dirá se os juros estão mirando para 2,65% a.a. ou mais, ou se as forças que comandam a queda, empurram os juros na busca de novas mínimas” ...


Pela sétima vez os juros tentar romper a marca de 2,42%, sendo essa última, nesta semana, antes da reunião do FED. Ontem o mercado se decepcionou um pouco com o resultado do FED, ocasionando uma queda até 2,35%. Usando aquela famosa ditada “ água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, tecnicamente os juros estariam prontos para subir. E caso esse nível romper, será de forma forte.

Para completar, e como não poderia deixar de ser, se os juros caírem abaixo de 2,15% e principalmente 2%, o cenário (2) de longo prazo ganha força. Como sempre, acompanhem o Mosca para as atualizações.

O SP500 fechou a 2.652, com queda de 0,40%; o USDBRL a R$ 3,3416, com alta de 0,96%; o EURUSD a € 1,1787, com queda de 0,31%; e o ouro a U$ 1.252, com queda de 0,19%.


Fique ligado!

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