Powell piscou? #eurusd
Não tem jeito, o assunto da moda é inflação e recessão, nada
é mais importante nesse momento. Quem conseguir identificar sinais numa ou
noutra direção pode fazer a diferença em seus investimentos. As bolsas
internacionais seguem dentro de uma correção complexa possibilitando vários
cenários.
Na minha extensa vivencia de mercado financeiro se especula
que o presidente do Fed sabe coisas que o mercado não sabe, sendo assim, se
torna crucial acompanhar as aparições e observar suas reações quando responde
perguntas em eventos que está presente, algo que os profissionais do poker bem-sucedidos
sabem bem fazer.
Ontem o presidente Powell testemunhou no Senado americano,
Colby Smith no Financial Times e Jonathan Levin na Bloomberg, relataram esse
evento.
Jay Powell disse que uma recessão nos EUA é "certamente
uma possibilidade" e alertou que evitar uma recessão depende em grande
parte de fatores fora do controle do Federal Reserve.
Ele argumentou que os EUA eram suficientemente resistentes
para suportar uma política monetária mais dura sem deslizar para uma recessão,
mas reconheceu que fatores externos, como a guerra na Ucrânia e a política
covid-19 da China, poderiam complicar ainda mais as perspectivas.
"Não é nosso resultado pretendido, mas é certamente uma
possibilidade", disse Powell, respondendo a uma pergunta sobre o risco
que os planos do Fed de aumentar as taxas este ano podem levar a uma
recessão.
Ele acrescentou que, devido aos "eventos dos últimos
meses ao redor do mundo", era "agora mais difícil" para o Banco
Central atingir suas metas de inflação de 2% e um forte mercado de
trabalho.
"A questão de saber se somos capazes de realizar isso
dependerá, em certa medida, de fatores que não controlamos", disse ele, em
referência ao aumento dos preços das commodities decorrentes da invasão da
Ucrânia pela Rússia e das cadeias de suprimentos conprometidas por causa dos
bloqueios da China.
Os legisladores pressionaram Powell várias vezes sobre o
fardo imposto pelos recentes movimentos do Fed para combater a inflação, agora
em 8,6%, o maior em quatro décadas. "Sabe
o que é pior do que inflação alta e desemprego baixo? É uma inflação alta e uma
recessão com milhões de pessoas perdendo o emprego", disse Elizabeth
Warren, a senadora democrata progressista de Massachusetts. "Espero que
você reconsidere isso antes de atirar esta economia de um penhasco.
" Powell disse em uma troca separada que haveria
riscos consideráveis se o Fed não agisse para restaurar a estabilidade dos
preços, com a inflação ficando entrincheirada.
"Sabemos pela história que isso prejudicará as pessoas
que gostaríamos de ajudar, as pessoas do espectro de baixa renda que sofrem
agora com a alta inflação", disse ele. "Isso vai machucá-los mais do
que ninguém. Não podemos falhar nessa tarefa.
" O rendimento da nota do Tesouro dos EUA de dois anos, que se move com expectativas de taxa de juros, caiu 0,1 ponto percentual para 3,06%.
As preocupações com uma possível recessão cresceram com dados de inflação piores do que o esperado este mês. Embora Powell tenha afirmado que a economia dos EUA estava "muito forte e bem-posicionada para lidar com uma política monetária mais apertada", ele reconheceu que novas surpresas de inflação "poderiam estar reservadas".
"Portanto, precisaremos ser ágeis na resposta aos dados
recebidos e às perspectivas em evolução, e nos esforçaremos para evitar
adicionar incerteza no que já é um momento extraordinariamente desafiador e
incerto", disse ele.
O Mosca tem relatado que existem alguns sinais indicando que a inflação pode estar retrocedendo. Tanto os preços implícitos nos índice dos metais industriais, que apresentam uma queda de 40% da máxima, bem como os agrícolas que mostram queda menor de 12%, poderão amenizar nos próximos meses a inflação. O próprio petróleo cai 20% da máxima. Expira conforto? Um pouco, em todo caso é melhor que se estivessem subindo sem parar!
Por enquanto o Fed não precisa se preocupar pois a taxa de
juros dos Fed funds ainda está muito baixa, tem um percurso de alguns meses até
que atinja o patamar de 3%, e diferentemente do mercado financeiro brasileiro,
nos EUA não existem contratos indexados ao Fed funds (ou são mínimos).
Os efeitos financeiros já estão espelhados na curva de
juros, ou seja, as empresas e investidores pagam e recebem como se a taxa dos
Fed funds já estivesse em 3% (aproximadamente), o que ainda não foi sentido é o
enxugamento da liquidez que está em curso e irá impactar as taxas.
O grande risco em meu ponto de vista são dois: a inflação
não desacelerar e ao contrário continuar subindo; os ativos persistir em queda
gerando um receio na população cujo subproduto afetaria o consumo.
No post aperto-de-mais-ou-de-menos, fiz os seguintes comentários sobre o euro: ...” Honestamente me sinto como naquele jogo de 7 erros, só que no caso do euro seria dos 7 acertos, pois todos os cenários são validos, até que deixem de ser. Já estou acompanhando num prazo mais curto uma nova possibilidade, mas que ainda precisa de confirmação. Não vou ficar enchendo de gráficos os leitores sem que eu tenha nenhum interesse de propor algum trade nessa situação” ...
Qual a minha confiança nesse cenário? baixa! Por outro lado,
um rompimento mais firme abaixo de € 1,03 daria indicações que essa queda
esperada, até o objetivo abaixo da paridade expresso acima, já está em curso.
Não vejo nada de interessante a se fazer nesse mercado por
enquanto.
O SP500 fechou a 3.795, com alta de 0,95%; o USDBRL a R$ 5,2388,
com alta de 1,12%; o EURUSD a € 1,0521, com queda de 0,41: e o ouro a
U$ 1.822, com queda de 0,81%.
Fique ligado!
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