Roaring Kitty reaparece #nasdaq100 #NVDA

 


Num mercado do tamanho do americano, é difícil acreditar que aconteçam coisas como as que comento a seguir. Supostamente, a quantidade de profissionais qualificados ultrapassa em muito a dos amadores — talvez não em quantidade, mas no volume de operações.

Durante a pandemia, uma “figura” sui generis de nome Keith Gill fez um sucesso enorme ao elaborar uma estratégia com opções da GameStop em 2021. O Mosca publicou em fevereiro de 2021 o que ocorreu o-acerto-por-sorte: naquele momento, a maioria das pessoas trabalhava de casa, ganhava dinheiro do governo para suportar esse momento e foi à especulação na bolsa. Além disso, alguns hedge funds estavam com posições vendidas, criando um cenário propício para um short squeeze. Gill ganhou alguns milhões de dólares e conseguiu milhares de adeptos. Essas ações, depois de um tempo, voltaram a cair, pois a empresa, quando percebeu a alta, emitiu um caminhão de ações, já que não merecia aquele preço.

Keith Gill ficou quieto por um tempo até que, mais recentemente, fez outra aparição e tentou novamente a sorte nessa empresa paciência-de-jo . As ações, que no auge chegaram a valer US$ 120, foram caindo até chegar a US$ 10 – talvez ele quisesse desovar o resto que sobrou. Desta vez, a farra durou 2 semanas, mas foi suficiente para levar a cotação a US$ 67. [Comentário: O Gill diz ter hoje 9 milhões de ações da GME, ou seja 225 milhões de dólares na cotação atual. Mesmo podendo ser exagero e com o risco de perder tudo bem rápido, não dá pra dizer que ele se deu mal...se saísse do jogo agora.]

Ontem, ele surgiu novamente, só que desta vez mudou de foco ao publicar a imagem de um cachorro no Twitter. Imediatamente, as ações de 2 empresas, Chewy e Petco Heath, que estão relacionadas com cães, subiram conforme publicado na Bloomberg por Bre Bradham e outros.




Chewy Inc. e Petco Health and Wellness Co. viram suas ações subirem e caírem rapidamente na quinta-feira após Keith Gill – conhecido online como "Roaring Kitty" – postar uma imagem de desenho animado de um cachorro no X.**

A Chewy, que envia suprimentos como alimentos para animais de estimação diretamente aos clientes, subiu rapidamente até 34%, máxima intradiária desde junho de 2019. A Petco saltou até 12%, com ambas as ações acionando interrupções de volatilidade ao longo do caminho. Os ralis foram de curta duração. A Chewy estava com alta de apenas 3,2% às 15:15, horário de Nova York, e fechou sem variação, enquanto a Petco estava sendo negociada com queda de 1% e fechou com alta de 0,30%.

As ações normalmente não disparam assim a menos que haja "notícias normais", como uma aquisição, atualização ou anúncio de recompra, disse Steve Sosnick, estrategista-chefe da Interactive Brokers LLC. No entanto, neste caso, "é uma imagem de um cachorro" que está impulsionando os movimentos, acrescentou.

 Se ele não foi rápido no gatilho e não vendeu suas ações/opções enquanto estavam subindo, ficou com o mico na mão.

Essa empreitada foi noticiada na Bloomberg, Wall Street Journal e outros informativos. Só posso imaginar que, com a entrada do verão no Hemisfério Norte, os investidores estão mais preocupados em fazer as malas para as férias do que acompanhar o mercado, basta ver a volatilidade em níveis baixíssimos.

 



O apelido Roaring Kitty [Gatinho que Ruge] remete à ideia de que mesmo um "gatinho" pode ter um grande impacto e fazer um barulho significativo no mundo financeiro. É uma metáfora para um investidor individual, aparentemente insignificante comparado a grandes investidores institucionais, que pode causar uma grande agitação e influenciar os mercados financeiros de maneira poderosa. Pode, daqui a pouco, ser só o Kitty. Acredito que da próxima vez que ele tentar uma nova gracinha, a reação do mercado será inversa: assim que ele anunciar, as ações começarão a cair e só voltarão a subir depois que ele zerar sua posição com prejuízo.

Talvez ele não saiba ou não tenha percebido que no mercado financeiro a direção para cima ou para baixo tem o mesmo valor; ganha-se nas duas situações. E como já não está tendo tantos adeptos, o pessoal, ao invés de comprar, vai vender com seu anúncio. E a partir daí nunca mais será citado ou, se for, será no mau sentido.

Ontem ocorreu o primeiro debate entre os candidatos americanos à presidência: o atual Biden versus Trump. Sem entrar nos detalhes desse evento, não encontrei em nenhum lugar uma classificação melhor que um desastre para Biden, o que não deve ser uma surpresa, dadas as inúmeras gafes ocorridas ultimamente. A pesquisa elaborada pela Bloomberg não deixa a menor dúvida de quem deve ganhar as eleições. Um fato estranho ocorreu ontem: o Governador democrata da Califórnia, Gavin Newsom, foi presencialmente ao debate da CNN sem que houvesse a menor razão para tanto. Será que ele se colocou no banco de reservas e está pronto para assumir caso Biden seja retirado da disputa?




No post a-prova-dos-nove fiz os seguintes comentários sobre a Nasdaq100: ... “Como os leitores sabem, eu estou dividido entre duas contagens distintas. Em relação à que pode produzir uma queda mais profunda, a que eu estou trabalhando ontem atingiu o objetivo calculado então só por aí merece atenção. Mesmo no cenário mais altista, houve a concretização de 5 ondas” ...

 



Quando estava escrevendo este post, o mercado ainda não tinha aberto. Eu acredito que hoje poderemos ter uma opção mais clara por qual caminho a bolsa deve tomar. Como relevante, será publicado o PCE, índice de inflação que o Fed usa para estabelecer sua política monetária. As possibilidades neste momento são: ainda uma pequena alta a ser completada (mais sobre isso adiante); entrada na correção esperada, abrindo chave: mais profunda ou mais rasa – o gráfico a seguir é sobre a mais profunda.

A contagem de 5 ondas sempre pode oferecer mais subdivisões consideradas extensões que no cenário padrão nunca são consideradas. Essa explicação se deve pelo fato de eu ter mencionado acima que havia sido completado 5 ondas (veja destaque).




Sobre a Nvidia, meus comentários foram: ...”A Nvidia ultrapassou o nível citado acima de US$ 132, mas reverteu no mesmo dia (ontem), fechando abaixo dessa marca, o que deixa dúvida sobre o próximo objetivo de US$ 163. Observando essa retração, em qual dos cenários podemos crer? Continuidade para novas altas ou uma retração mais abrangente? A segunda opção parece mais favorável no momento, dada a extensão do movimento. Eu colocaria o stop loss em US$ 117. Se a onda (3) azul terminou, se pode esperar uma retração apontada no gráfico que levaria a ação para US$ 104,1 / US$ 86,4” ...




A observação feita para a Nasdaq100 vale também para a NVDA, embora as características de sua correção deixem dúvida se haverá uma nova alta. Durante a retração da semana passada, por pouco não foi acionado o stop loss que defini, e a recuperação, depois de atingir a mínima de US$ 118, não foi “brilhante”. Parece que a trajetória traçada no gráfico abaixo vai ser seguida. Em todo caso, vamos aguardar o que deve ocorrer nas próximas horas.




O gráfico abaixo me fez pensar bastante no seu significado e razão. Nele se encontra a correlação entre as ações individualmente contra o SP500. É bem provável que, dada a concentração das ações em poucas empresas grandes, a vida das outras torna-se mais errática. Tenho um pequeno portfólio de ações e notei que a performance deste ano foi muito concentrada nas grandes. As outras ações subiram e, de repente, entraram em forte queda, acionando o stop loss, consistente com essa observação.



Em todo caso, podemos concluir que comprar ações e vender o índice como um hedge não deve funcionar, talvez só para as grandes – é possível perder nas duas pontas! Como o analista destaca, houve situações no passado onde isso ocorreu, como o Bull Market dos anos 90. O mais importante é que pode continuar por um bom tempo. Não deixem de considerar esse fato se pretendem ter uma carteira de ações diversificada.

Outra matéria que gostaria de enfatizar é sobre a robustez do mercado residencial americano, que, mesmo com as taxas de juros subindo, acaba não tendo muitas ofertas de imóveis. Já toquei nesse assunto antes, mas o gráfico abaixo permite desenvolver melhor o raciocínio. Os americanos compram suas moradias dando uma entrada inicial que varia de 20% a 30% do imóvel, e o restante é financiado a taxa fixa (a maioria) por 30 anos. Ocorre que, se o proprietário quiser vender esse imóvel antes do término do financiamento, é obrigado a quitar a dívida.




Suponha uma dívida assumida anteriormente de US$ 100.000 e, na taxa média que se extrai do gráfico abaixo de 4% a.a., sua prestação seria de US$ 5.783 anuais. Agora, se decidir comprar um imóvel novo, os mesmos US$ 100.000 na nova taxa de 7,25% a.a., a prestação passaria a US$ 8.261 anuais, um aumento de 42%. Isso por si só já inviabilizaria para alguns o mesmo imóvel nas condições atuais pela relação prestação/renda.




O SP500 fechou a 5.460, com queda de 0,40%; o USDBRL a R$ 5,5901, com alta de 1,61%; o EURUSD a € 1,0708, sem variação; e o ouro a U$ 2.324, com queda de 0,11%.

Fique ligado!

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