Gestores ativos continuam chorando as pitangas #EURUSD
Eu sempre tive minhas dúvidas sobre fundos ativos, e quem
acompanha o Mosca já está acostumado com isso. Já ouvi muitos argumentos a
favor deles, mas nenhum me convenceu até agora. O problema é que eles cobram
mais – algo em torno de 0,64% de taxa, contra apenas 0,09% dos fundos passivos,
segundo a Schwab – e, na maioria das vezes, não entregam resultados melhores
que os índices que seguem. Essa é uma opinião que mantenho firme. Hoje, trago
mais uma análise sobre isso, inspirada por um estudo da Research Affiliates e
algumas reflexões que me fizeram repensar até minha própria visão.
O estudo, lançado em junho de 2025, mostra que os fundos
passivos, que simplesmente acompanham índices como o S&P 500, estão
dominando as escolhas dos investidores no mundo todo. Isso ganhou força com
mais de US$ 2 trilhões investidos em ETFs em 2024, de acordo com a ETF Global
Insights. Mas nem tudo é perfeito. Com tanta gente seguindo essa onda, ações
que antes não tinham nada a ver umas com as outras agora sobem e descem juntas.
Isso bagunça a diversificação e deixa o mercado menos capaz de "precificar"
as coisas direito, já que as decisões são mais automáticas e menos baseadas em
fundamentos sólidos. No Mosca, sempre achei arriscado ir atrás de modismos sem
pensar, e agora vejo sinais de que esse domínio dos passivos – que já passa de
50% – pode estar preparando o terreno para um problema maior no futuro.
Alguns defendem os fundos ativos dizendo que a concentração em certos setores pode ser um risco. Para mim, isso não cola. Se um setor está bombando, faz sentido que receba mais atenção, e isso parece mais uma escolha lógica do que um problema. A crítica de que essas ações sofrem mais em crises me parece exagerada e focada no curto prazo. O estudo sugere que olhar só para alguns meses distorce a visão, e eu concordo – um horizonte de anos daria uma ideia mais clara. Será que o estudo está puxando a brasa para o lado dos ativos ao ignorar isso? Suspeito que sim, e isso me faz pensar se não estão tentando justificar a existência desses fundos apesar de seus resultados fracos.
O estudo reforça meu ponto ao falar que os fundos passivos investem mais por impulso e preço, esquecendo coisas como vendas ou lucros futuros. Isso já aconteceu antes, como na bolha das dot-com, quando índices cheios de ações infladas acabaram caindo feio na correção. Entre 1995 e 2005, o S&P 500 deu 11,4% ao ano, enquanto outros índices mais equilibrados, como o S&P 500 igualitário e o Russell 1000 Value, renderam 13,6% e 13,2%, segundo a Bloomberg. No Mosca, vejo nisso uma dica: ajustar os investimentos com base em fundamentos pode ser mais esperto do que confiar em gestores ativos que nem sempre acertam.
Outra questão é que as ações dos fundos passivos estão cada vez mais alinhadas, enquanto as dos ativos perdem fôlego. Os ETFs, que são como cestas de ações, pioram isso ao comprar e vender tudo ao mesmo tempo, criando pressão nos preços sem critério. O estudo avisa que, se muitos resgatarem de uma vez, pode virar uma avalanche, aumentando a bagunça. Será que quem defende os ativos subestima esses riscos ao olhar só o curto prazo? Acho que sim, e a falta de uma análise mais longa me deixa desconfiado. No Mosca, isso é algo que não dá para ignorar.
Por fim, o estudo aponta que essas distorções abrem portas.
Estratégias que ajustam os investimentos com base em fundamentos, como índices
mais equilibrados, podem pegar retornos melhores ao evitar ações
supervalorizadas. No Mosca, isso soa como um desafio: se os fundos ativos não
mostram resultado, talvez o futuro esteja em métodos mais organizados para
lidar com os exageros do mercado. Ainda preciso checar se isso aguenta uma
análise séria e se os números do passado confirmam em um prazo maior. O papo
segue em aberto, e o Mosca vai continuar cavando, sem engolir histórias
prontas.
Dados de emprego
Amanhã, os dados de emprego dos EUA serão divulgados, com expectativa de
criação de 125 mil vagas e manutenção da taxa de desemprego. Contudo, o Mosca
alerta: esses números podem estar sob pressão. A automação impulsionada por
inteligência artificial (IA) está redesenhando o mercado de trabalho. Segundo a
Challenger, Gray & Christmas, cerca de 700 mil empregos foram eliminados em
2025, reflexo não apenas de cortes governamentais, mas também de iniciativas
como a DOGE de Elon Musk, que intensificam a substituição de mão de obra por
tecnologia.
O Deutsche Bank, em análise recente, destaca a eficiência de gigantes modernas. A Nvidia, maior empresa dos EUA, opera com apenas 36 mil funcionários, gerando impressionantes US$ 94,4 milhões em valor de mercado por empregado. Em contraste, Amazon e Walmart, com 1,56 milhão e 2,1 milhões de trabalhadores, respectivamente, apresentam números bem mais modestos. Esse cenário levanta uma questão crucial: estaríamos diante de uma mudança estrutural, onde a escala não depende mais de grandes contingentes humanos? A história mostra precedentes, como Kodak e Cisco, que também prosperaram com equipes enxutas, alavancadas por tecnologia e margens elevadas.
O Mosca observa que, enquanto o mercado celebra a eficiência, a IA pode estar redefinindo o conceito de trabalho. Ciclos de baixa densidade de empregos em gigantes corporativos não são novidade, mas a velocidade atual é inquietante. A evolução constante na distribuição de empregos entre setores sugere que a adaptação será essencial. Amanhã, os números dirão se a expectativa resiste à realidade, mas o futuro do trabalho já está sendo moldado hoje.
Análise Técnica
No post “Apple como novo palpiteiro” fiz os seguintes comentários sobre o euro: “A onda ii laranja pode cair mais alguns centavos, embora isso não seja obrigatório, e a correção pode já ter se encerrado. Minha sugestão é comprar entre € 1,1140 e € 1,1106, com stop loss em € 1,1064, representando um risco de aproximadamente 0,5%”.
O euro atingiu a mínima de € 1,1209, ficando muito próximo do limite que indiquei. Não acompanhei a moeda única em detalhes, o que me levou a perder essa oportunidade – estava mais focado no ouro. Essa onda final está se desenvolvendo na forma de um ending diagonal, padrão que ocorre em momentos de exaustão, onde há desarmonia na onda 4, que ultrapassa a onda 2, configurando uma exceção na Teoria das Ondas de Elliott. Assim, a onda (v) vermelha deve terminar em algum nível dentro do retângulo abaixo.
Nota: por outro lado, o valor deve superar € 1,15 – tecnicidades!
Observe que o gráfico acima utiliza uma janela de 2 horas, e eu havia comentado que a moeda única poderia alcançar € 1,20. A seguir, apresento o gráfico com janela semanal, alinhado à ideia mencionada. Note que, por outros critérios, o euro poderia chegar entre € 1,1683 e € 1,1848. E agora, como fica? Nesse movimento final, resta um potencial de alta de aproximadamente 1,5%, o que não parece compensar. Prefiro aguardar a conclusão para avaliar se surge outra possibilidade, que não apresentarei por ora.
Complicado? Para quem não conhece a Teoria das Ondas de Elliott, pode parecer. Sugiro acompanhar o Mosca – conflito de interesses? Hahaha...
O S&P estava as 12h30 a 5.995, com alta de 0,41%; o USDBRL a R$ 5,5974, com queda de 0,68%; o EURUSD a € 1,1446, com alta de 0,25%; e o ouro a U$ 3.362, com queda de 0,43%.
Fique ligado!
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