A Teimosia que Custa Caro #S&P 500

 


O Mosca alerta: a fórmula do PT, centrada na distribuição de recursos para consolidar poder político, é uma receita comprovadamente falha. Aumentar a dívida pública para financiar benefícios de curto prazo cria um ciclo vicioso que empobrece o Brasil no longo prazo. Como um castelo de areia na praia, cada grão de gasto adicionado eleva a estrutura, mas a torna mais instável. Um único erro – um grão mal colocado – pode desencadear o colapso. Essa metáfora do equilíbrio instável, tão bem descrita na física, reflete a fragilidade da economia brasileira sob políticas populistas. A experiência argentina, sob Javier Milei, serve como um alerta: medidas impopulares, como cortes drásticos e reformas estruturais, foram necessárias para romper um ciclo de má gestão econômica, ainda que ao custo de uma recessão profunda. O Brasil, segundo o Mosca, caminha para um destino semelhante, onde a estagnação prolongada só será evitada por mudanças radicais.

A Bloomberg, em artigo de Juan Pablo Spinetto, reforça essa percepção. O Brasil, descrito como o "país dos projetos intermináveis", enfrenta um ambiente de negócios sufocado por burocracia, impostos sobrepostos e incertezas jurídicas. O Museu da Imagem e do Som, no Rio de Janeiro, é emblemático: anunciado há 15 anos, permanece inacabado, um símbolo de ineficiência. Apesar de reformas recentes – como as da previdência, tributária e trabalhista –, o Brasil continua no topo do ranking de complexidade para negócios, segundo o Global Business Complexity. A agenda de "abundância liberal", inspirada em ideias como as de Milei, ganha força: menos intervenção estatal, cortes de gastos e incentivo ao investimento privado. O Mosca concorda: sem essas mudanças, o Brasil permanecerá preso em sua própria areia movediça.

A situação fiscal é o elefante na sala. A dívida pública brasileira, conforme gráfico da Bloomberg, cresce a passos largos, projetada para alcançar níveis alarmantes até 2034.




A irresponsabilidade fiscal do governo Lula, com aumento de impostos sobre transações financeiras e gastos descontrolados, encontra resistência crescente no Congresso, cada vez mais conservador. Uma pesquisa da Atlas Intel, publicada pela Bloomberg, mostra que os brasileiros reprovam a gestão fiscal de Lula em comparação com seu antecessor. Apesar de 15 trimestres consecutivos de crescimento econômico, a inflação e os juros altos, consequências de déficits orçamentários, minam a confiança. O Mosca aponta que, sem uma guinada para a disciplina fiscal, o Brasil pode enfrentar uma crise semelhante à da Argentina, onde apenas medidas extremas conseguiram reverter o rumo.




A oportunidade para mudança é clara. Como destaca Reginaldo Nogueira, do Ibmec, nunca houve um momento tão favorável para cortes de gastos e redução da burocracia. As eleições de 2026 serão um divisor de águas: candidatos que adotarem um discurso de eficiência e liberalismo econômico, inspirados por Milei, podem encontrar eco em um eleitorado cansado de promessas populistas. O Mosca acredita que o Brasil não precisa de um "Milei de cabelo maluco", mas de líderes que enfrentem a realidade com coragem, cortando o desperdício em Brasília e promovendo um ambiente onde o setor privado possa florescer Sem isso, o castelo de areia desmoronará, e quanto mais demora maior a chance de um novo “Collor”.

A Dívida Global: O Alarme do Dólar

A teimosia fiscal não é exclusividade brasileira. Nos Estados Unidos, a gestão da dívida pública e a desconfiança no dólar, abordadas no artigo da Bloomberg e no Wall Street Journal, acendem um alerta global. O dólar, há décadas um "privilégio exorbitante" pela sua dominância como moeda de reserva, enfrenta questionamentos crescentes. O Mosca observa que, quando a dívida de um país cresce, mas sua economia permanece estável, o mercado tende a ignorar o problema. Contudo, políticas erráticas, como as tarifas flutuantes de Trump, elevam os rendimentos dos títulos e pressionam a moeda. O Wall Street Journal destaca a preocupação de especialistas como Ray Dalio, que prevê um "ataque cardíaco" econômico em três anos, e Jamie Dimon, que alerta para uma possível "rachadura" no mercado de títulos.




A dívida americana, com juros anuais superando US$ 1 trilhão, é insustentável. A combinação de cortes de impostos não financiados e um potencial conflito comercial com detentores de títulos do Tesouro, como a China, agrava o risco. Kenneth Rogoff, ex-economista do FMI, reforça que crises de dívida não surgem apenas de cálculos aritméticos, mas de perda de confiança. O Mosca alerta: se a fé no dólar for abalada, o impacto será global, afetando desde o financiamento de déficits até o comércio internacional. A solução passa por disciplina fiscal e regulação financeira prudente, mas o Congresso americano segue na contramão, ampliando o endividamento e a alavancagem. Para o Brasil, dependente do dólar em transações globais, esse cenário exige vigilância. O colapso de um castelo de areia americano pode gerar ondas que desestabilizem nossa própria estrutura frágil.

 

Análise Técnica

No post “europa-na-linha-de-tiro” fiz os seguintes comentários sobre o S&P500: “Atualmente, considero a sequência de ondas em vermelho como uma formação diagonal. Caso essa interpretação esteja correta, a onda (4) vermelha deve interromper o otimismo predominante no mercado, com uma queda adicional de cerca de 5%. No entanto, essa configuração não é definitiva, e também avalio uma contagem mais tradicional para essas cinco ondas em vermelho”.




Como mencionei anteriormente, apresento a seguir a contagem tradicional. O motivo é que, nos últimos dias, a retração da bolsa foi bastante limitada, o que me leva a crer que essa alternativa parece mais plausível, sem, contudo, descartar a contagem anterior. Nesse cenário, vou sugerir um trade de compra a 5.930 e stop loss a 5.860. O objetivo estaria em torno de 6.500 pontos.




Algo inédito aconteceu nesta contagem. As medidas das ondas (v) laranja e (5) vermelha apontam praticamente para o mesmo nível, como destaquei no retângulo. Quando isso ocorre, é um indicativo de que a contagem adotada ganha maior robustez. Mas níveis praticamente idênticos? Em 25 anos acompanhando a análise de Elliott Wave, nunca vi algo assim! Fica registrado.

O S&P 500 fechou a 5.970, com alta de 0,58%; o USDBRL a R$ 5,6377, com queda de 0,62%; o EURUSD a € 1,1371, com queda de 0,61%; e o ouro a U$ 3.353, com queda de 0,77%.

Fique ligado!

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