2022 Começou com medo #nasdaq100
O mercado, nestes primeiros dias do ano novo, começou com medo de tudo: medo da inflação americana estar fora de controle, medo do Fed apertar demais, medo de uma explosão da Omicron, medo da Rússia invadir a Ucrânia... Esses medos afetaram as bolsas ao redor do mundo. Mas no fundo o maior medo é que a bolsa tenha atingido o ponto máximo em virtude dos ganhos expressivos nos últimos dois anos.
Sobre
esse assunto, o articulista Michael Batnick publicou em seu site The
Irrelevant Investor uma matéria que analisa dados do passado e questiona: e
se os mercados continuarem subindo?
Como você sobrevive a um mercado de alta?
Normalmente,
quando as pessoas falam sobre sobrevivência nos mercados, elas pensam em proteger o
capital em um mercado de queda. Mas aguentar um mercado de alta de vários anos
não é nenhuma moleza. Quanto mais tempo continuar, mais achamos provável que acabe.
E sim, vai acabar algum dia, mas e se esse dia estiver muito longe?
Dado
o quanto os retornos têm sido fortes nos últimos anos, é difícil imaginar que essa fase
dure mais uma década.
Medir
um mercado de alta é a coisa mais subjetiva possível, então você pode discutir ou discordar
veementemente do que vou falar. Tudo bem, como eu disse, isso é subjetivo. Mas no
meu blog, valem os meus gráficos.
Este mostra mercados de alta desde 1950. Estamos em território desconhecido se a alta começou das mínimas de março de 2009.
Mas o mercado de alta começou no dia em que o mercado de queda terminou? Se tivemos um topo em 2000, então o S&P 500 ficou de lado por 14 anos, e o disparo do mercado de alta só aconteceu em 2013. Tudo bem. Se usarmos isso como ponto de partida (linha vermelha), as coisas parecem muito diferentes. E se você gosta de usar comparações históricas, isso se alinha com a sequência de várias décadas dos anos 50 e 60.
Mas
isso é impossível, certo? Quer dizer, dado os retornos
recentes e o nível das avaliações e das taxas de juros, não tem como as
coisas melhorarem, não é? Bem, isso depende do que você quer dizer com
"retornos recentes".
Os retornos parecem muito fortes nos últimos cinco anos, mas não fora do esquadro.
Se olharmos para retornos de 10 anos, então as coisas parecem ainda melhores. O único período que teve retornos semelhantes foi o final dos anos 80 e 90.
Se voltarmos 20 anos, parece que tem espaço para subir. Por falar nisso, veja como as coisas ficaram nas mínimas de 2020 — 2% de retornos por 20 anos, tão ruins quanto o que vimos desde 1950.
Se voltarmos o relógio para o pico em 2007 e compararmos esse período com todos os outros períodos de 14 anos, as coisas ficam bem no meio. Nem boas nem ruins.
E
se os ganhos crescerem 5% no próximo ano e o múltiplo passar de 30 para
35? Nesse cenário, o mercado teria um retorno maior que 20%.
Se isso parece exagerado para você, considere que a Tesla adicionou um Bank of
America ao seu valor de mercado no ano passado. Ou que 10.000 Bored Apes têm
uma capitalização de mercado maior que a Shake Shack. Ainda parece exagerado?
Sobrevivência é o nome do jogo. Os
investidores têm que suportar qualquer mercado, especialmente um mercado em
alta. Em vez de se preocupar como e quando isso acabar, pergunte a si mesmo, e
se continuar?
Michael
faz um exercício observado sobre diversas janelas e combinado com momentos que
ocorreram no mercado americano. Tudo isso é interessante ex post, mas a
vida não é assim — ainda mais com a tendencia do imediatismo tomando conta de
nossas vidas. Se eu tiver que usar o argumento “pode investir na bolsa e se der
errado espera 20 anos que irá recuperar”, tenho certeza de que nesse caso a
pessoa que ouviu meu conselho vai me xingar por muito tempo.
Mas
por outro lado, ficar fora, principalmente nos últimos anos em que a taxa de
juro real ficou negativa, é um convite para perder dinheiro no tempo de forma
lenta. O ideal é encontrar seu nível de conforto e dividir seus investimentos.
Além, disso, e para quem acredita na análise gráfica, ajustar a parcela de
risco em consonância com os movimentos.
Para
quem tem seus investimentos no Brasil é mais simples, agora que os juros
subiram bastante, você investir com um juro real de 5% é um conforto que não se
encontra no resto do mundo.
No
post esperança-com-custo, fiz os seguintes comentários sobre a
nasdaq100: ...” A invalidação se inicia com a queda
se estendendo abaixo de 15.543. Se isso ocorrer, a correção que eu imaginava
ter terminado tem uma nova possibilidade conforme a linha em verde” ...
Bem, acabou acontecendo a queda abaixo do nível apontado acima, e agora nos encontramos em outra possibilidade de início da alta. Eu demarquei na elipse essa hipótese, porém, para esse cenário de materializar deverá ocorrer o seguinte: a) não cair abaixo de 15.165; b) e ultrapassar 16.017. Antes de esse intervalo não ficar definido para que lado vai, nada de proposta de trade.
Essa indefinição das bolsas tem tudo a ver com meus argumentos no início do post. O que se nota são movimentos de alta e baixa que se sucedem sem que exista alguma razão mais especifica.
Como
postei há alguns dias o setor de tecnologia vem sofrendo quedas expressivas em
determinado conjunto de ações – principalmente as que se beneficiaram no
período da pandemia. As grandes empresas FAANG como são denominadas nem tanto.
Mas uma rotação para ações de Valor contra as Tech está em andamento.
Não
consigo dizer qual será a extensão da correção em andamento que pode em teoria
já ter acabado. Optei por aguardar uma definição melhor para reentrar nas
bolsas.
Não existe nenhuma posição em aberto
O SP500 fechou a 4.662, sem alteração; o USDBRL a R$ 5,5336, com alta de 0,10%; o EURUSD a € 1,1413, com queda de 0,36%; e o ouro a U$ 1.816, com queda de 0,30%.
Fique
ligado!
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