Fake news #usdbrl
No
último almoço de final de ano com meus amigos, fiz uma previsão para 2022. Ao
invés de me aventurar no campo político e discutir quais as chances de A, B ou
C, fui ao assunto que considerava de alta probabilidade: ao final de 2022,
todos da mesa teriam contraído Covid. Fiz minha parte logo no primeiro dia do
ano, quando o meu teste e o da minha família deram positivo.
Eu
tinha ficado “resfriado “alguns dias antes, mas achei que era só isso, pois já me
sentia melhor. É uma sensação estranha, você fica procurando sintomas como se
fizesse um scanner de seu corpo a cada x minutos, qualquer sintoma semelhante
aos que ouvimos falar — e são inúmeros — , pronto: justifica a quarentena.
Graças
a Deus, ninguém passou mal, porém como nos encontramos fora da nossa residência
tudo é mais difícil. Cadê o iFood? Sim, existe um concorrente, o Pedidos
Ya, mas perde de longe para os nossos. A regra aqui é restrita: não podemos
colocar o pé fora de casa e ninguém entra por 7 dias. Vamos lá, lavar prato,
cozinhar etc. — o pior é não poder fazer atividade física. Mas dos males o
menor.
Durante
essas duas semanas, fora a Covid, a principal mudança ocorreu nos juros americanos
de 10 anos. Já na virada do ano, os traders devem ter voltado de férias e
resolveram apostar mais pesado nos juros americanos — afinal, como o Mosca vinha
enfatizando insistentemente, estavam muito baixos.
Essas
apostas ganharam dinamismo com a publicação da minuta do Fomc relativa ao
Comitê realizado em dezembro. Nesse documento, não resta dúvida de que o Fed
está preocupado com a inflação e pretende agir prontamente, o que significa
março próximo. As taxas dos títulos de 10 anos, que estavam ao redor de 1,5%
a.a., saltaram na semana para a casa de 1,8% a.a., tudo indicando que caminham
para o nível 2% ou maior.
Do ponto de vista da análise gráfica, o Mosca ficou somente com um cenário vigente, que era o preferido. A seguir, podem notar que espero uma alta dos juros até o nível de 2,13% a 2,24%. Importante enfatizar que as taxas estão subindo pelo bom motivo, a atividade econômica — pelo menos por enquanto. O que vai acontecer depois de atingir esses níveis é de fundamental importância, uma continuidade deveria colocar o mercado em alerta.
Quem
é leitor assíduo leu alguns posts publicados sobre a Tesla, fabricante de
automóveis elétricos, cujo maior acionista, Elon Musk, é uma figura polêmica, que
se mete com frequência em confusões — para se comunicar com o mercado, usa sua
conta do Twitter. Mesmo que vocês não acompanhem o preço dessas ações, a percepção
é que obtiveram altas importantes, deixando seus concorrentes na rabeira.
Mas
algo diferente ocorreu em 2021, como relatado por Barry Ritholtz em seu site The
Big Picture.
Nesta
primeira semana do ano, observamos algumas surpresas do mercado a partir de
2021.
Surpresa
de hoje: Ford
contra Tesla.
Todo
mundo sabe que a Tesla tem bombado, tornando-se uma das dez maiores empresas
por capitalização de mercado e fazendo de Elon Musk o homem mais rico do mundo.
O desempenho das ações da TSLA foi estelar, somando 49,8% em 2021.
É de se lamentar apenas o quanto a TSLA performou mal quando comparada com a Ford, que teve ganhos de 137,5% em 2021 — quase triplicando o desempenho de mercado da pioneira empresa de veículos elétricos.
A
Ford tem uma capitalização de mercado de US$ 95 bilhões, receitas de US$ 135
bilhões
e lucros de ~US$ 3 Bilhões.
A
capitalização de mercado da Tesla é de mais de US $ 1 trilhão, receitas de US $
46,8 Bilhões, e lucros de ~US $ 3B.
A
narrativa da Tesla foi maravilhosa: sua tecnologia estava anos à frente de todos os outros,
especialmente seu software no carro e atualizações a distância; seus
designs eram melhores, sua tecnologia de bateria era superior, sua autonomia
era campeã, e sua forma de dirigir diferente de qualquer outra coisa no
mercado. O preço das ações subiria já que os gestores que usam o S&P500
como benchmark teriam que adicionar a empresa ao seu
portfólio.
A
narrativa da Ford é menos conhecida, mas também provocante: a única montadora dos EUA que
não
precisou de um resgate durante a Grande Crise Financeira de 2009, cuja
qualidade e cujos projetos melhoraram enormemente. O Mustang Mach E da empresa
foi um pequeno sucesso como veículo elétrico, e o Lightning, uma nova versão
elétrica da picape Ford 150 (o veículo mais vendido da América) tem 200.000
unidades encomendadas. O novo Bronco também é um sucesso estrondoso, com uma
versão elétrica garantida mais à frente.
Qual
é
a história do Tesla hoje? É muito mais desafiadora do
que era na década de 2010: seu sucesso tem atraído concorrentes de todo o
mundo, desde start-ups bem financiadas até montadoras instaladas de classe
mundial. Sua futura linha de produtos é, digamos assim, apenas um trabalho em
andamento, especialmente o caminhão cibernético contra o Ford Lightning e o Chevrolet Silverado. Isso sem falar das
infinitas novas escolhas da Porsche, Audi, Lucid, Rivian, Hummer, Polestar, Mercedes, Volkswagen, Toyota, Hyundai, Genesis, Kia, GMC, Mazda, BMW, Volvo, o resto da Ford, e quem mais eu tenha
esquecido.
A Ford
está
sendo negociado atualmente a um décimo da capitalização de mercado da Tesla. Você pode imaginar algum cenário onde daqui a uma década, eles estejam em paridade
(ou perto)? Onde tanto a Ford quanto a Tesla tem valor de mercado de 500
bilhões
de dólares?
Eu acho que há pelo menos uma probabilidade de 25% de que
pode vir a acontecer.
Em
outras palavras, você daria uma chance de 4 para 1 que a Tesla
ainda seja maior que a Ford em 2032?
Não sei de que lado dessa
aposta eu gostaria de estar...
Então, todo o burburinho que Elon Musk criou em
2021 — e não foi pouca coisa: aceitar bitcoin na compra de Tesla; manipulações
nos mercados de criptomoedas tuitando ora a favor, ora contra; e mais recentemente
perguntar num domingo à noite se deveria vender 10% de suas ações para pagar
imposto de renda. Tudo não passou de Fake News, o desempenho da Ford bem como
das outras montadoras ficou acima da Tesla. Será que está começando o momento
da verdade, onde a história não é favorável as empresas que fazem alguma
invenção?
No post o-brasil-vale-uma-aposta, Fiz os
seguintes comentários sobre o dólar: ...” Quanto
mais o dólar sobe, mais perigoso fica uma aposta contra ele. Na verdade,
poderia colocar de outra forma: embora para o nível de R$ 6,18 ainda exista um
potencial de alta de 10%, só se deve fazer essa aposta com stop
loss bastante curto” ...
Durante esse período o dólar ficou contido no retângulo destacado a seguir, não ocorrendo o rompimento que eu havia mencionado de R$ 5,75. Tudo indica que esse caminho está em andamento de forma lenta como se pode esperar num quadro de leading diagonal . Como podem notar o objetivo foi levemente ajustado para R$ 6,06.
O ambiente que está ocorrendo nos mercados internacionais origina um fortalecimento do dólar contra a moedas do G-10 e mais amplificado nas moedas dos países emergentes, com exceção do yuan que continua firme e forte. Para maiores informações sobre o que está ocorrendo com a moeda chinesa, recomendo a leitura do post --- Palmas para a China---
O
SP500 fechou a 4.670, com queda de 0,14%; o USDBRL a R$ 5,6673, com alta de
0,60%; o EURUSD a € 1,1325, com queda de 0,28%; e o
ouro a U$ 1.801, com alta de 0,30%.
Fique
ligado!
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