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O mundo das facilidades #nasdaq100 #NVDA

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  Não sei se ocorre com vocês, mas cada dia sinto mais preguiça de executar tarefas rotineiras. Não é falta de vontade: é a percepção clara de que existe um dilema entre fazer e se informar. De um lado, acumulamos tarefas repetitivas; de outro, temos acesso a um arsenal de dados que sustenta decisões muito mais qualificadas do que no passado. Esse dilema deixa de ser teórico com a chegada dos agentes digitais e dos robôs humanoides. O jornal americano destacou recentemente que a OpenAI passou a permitir compras diretas dentro do ChatGPT, com uma experiência de compra instantânea: peço, comparo, concluo e recebo sem sair da conversa. A aparência é trivial; o efeito, profundo. Delegamos o ciclo de consumo a um agente que conhece preferências, limites e histórico. É a automação do ato de decidir o que comprar — e, portanto, do nosso tempo. Na minha vida profissional, vi quantas horas se perdem em tarefas administrativas. Se eu tivesse um agente competente à disposição, boa parte d...

Sempre a mesma ladainha #IBOVESPA

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  Nota: Amanhã por conta do feriado de Yom Kippur não haverá publicação do Mosca, retornando normalmente na sexta-feira. O ouro voltou a ser a estrela da vez. Não por méritos estruturais, mas pelo velho e conhecido combo de pânico político, pressão inflacionária e expectativa de queda nos juros. O metal, que dormia há anos, agora brilha com cotações recordes quase diárias. Alguns, deslumbrados com o brilho dourado, chegam a tratá-lo como proteção infalível, reserva de valor definitiva ou âncora de estabilidade. Será? No início do Mosca, afirmei com todas as letras que o dólar não perderia seu protagonismo como moeda global. De lá para cá, vimos muitos sepultarem a moeda americana prematuramente, enquanto ativos “alternativos”, como o ouro e as criptomoedas, oscilavam ao sabor da histeria coletiva. Não há milagre: ativos que não produzem renda precisam de novos compradores todos os dias. O ouro se encaixa nesse perfil, ao lado do bitcoin. Ambos alimentam narrativas mais do que fun...

Permanecendo nas Cavernas #S&P 500

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A imagem das cavernas sempre exerceu um fascínio contraditório. De um lado, enviam ao tempo remoto da Pré-História, quando o homem buscava abrigo contra predadores, intempéries e frio. De outro, tornaram-se metáfora poderosa para retratar momentos em que a sociedade, pressionada por circunstâncias externas, se recolhe novamente a esses refúgios simbólicos. Não deixa de ser irônico perceber que, em pleno século XXI, depois de toda a sofisticação tecnológica, o impulso de voltar à “caverna” se fortaleceu. Durante a pandemia, escrevi sobre isso em dois momentos distintos. O primeiro, em março de 2021, no texto “ Caverna 2021 ”, quando as vacinas começavam a ser aplicadas e as pessoas passavam a enxergar a casa não apenas como refúgio, mas como centro de trabalho, consumo e lazer. O segundo, em agosto de 2022, em “ a-volta-as-cavernas ”, quando a vida retomava sua normalidade, mas o trabalho remoto já havia se enraizado. Desde então, a tendência só se consolidou: reuniões migraram defini...

Bull Market #USDBRL

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Os leitores que acompanham o Mosca de forma rotineira sabem que eu tenho duas contagens para a bolsa americana: uma que espera uma correção em breve e outra que é muito altista. Eu decidi tomar o caminho mais conservador e adotar a primeira, razão pela qual não tenho posição nesse ativo. Mas confesso que o segundo cenário está cada vez mais próximo. Se eu tivesse que descrever o que é um Bull Market, acredito que ele começou após a última queda relevante de 2022. Não quero que ao observar o gráfico abaixo embarquem na compra e esqueçam que o Mosca existe para não atrapalhar suas vidas com orientações de curto prazo. Mas também não seria honesto se eu não compartilhasse o que vejo. Sim, o S&P 500 teria como objetivo nesse movimento da onda 3 azul os 12 mil pontos, uma alta de 80%! E isso é apenas o que o gráfico mostra — pode haver muito mais à frente. Muita gente está esperando com caixa a hora de entrar, e essa sensação de perder o bonde leva a raciocínios paralelos. Identif...

Embriagado pelo sucesso #nasdaq100 #NVDA

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  No post de quarta-feira: “ ia-o-camaleão ” mostrei um gráfico que deixava claro: a economia americana cresce graças à tecnologia; sem ela, estaria em recessão. Essa fotografia não é um detalhe estatístico, mas o reflexo de uma Revolução Digital em andamento, que ganhou combustível com a inteligência artificial. A aposta é tamanha que os gigantes de tecnologia parecem embriagados pelo próprio sucesso — expandindo investimentos numa velocidade que remete a outras bolhas da história. Já alertei em outras ocasiões que, quando o mercado acredita que não há limites para retornos, surge o risco de os investimentos não se pagarem. E não se trata apenas de excesso de otimismo: os balanços ainda brilham, mas são financiados por capex bilionário e estruturas de dívida que deixam pouca margem para erros. Quando a euforia se desfaz, o impacto pode ser devastador. Nunca o mercado de crédito testemunhou algo parecido com a atual corrida para financiar a IA. Somente em 2025, empresas de tecn...

O assalto declarado #GOLD #OURO #EURUSD

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Os leitores do Mosca já estão acostumados com minha desconfiança em relação às criptomoedas. Não é de hoje que vejo nesse mercado uma combinação perigosa de marketing agressivo, ingenuidade e instrumentos financeiros construídos mais para alimentar ilusões do que para gerar valor real. Admito que talvez exista em mim certo viés de negação, afinal, cada dia que passa aumenta o número de pessoas e empresas que se envolvem nesse universo. Mas é importante frisar: quando falo em “assalto declarado”, não me refiro a todo o ecossistema das criptomoedas, e sim ao fenômeno específico das stablecoins. Nas últimas semanas, o ouro voltou a ocupar o espaço das manchetes, recuperando seu posto de ativo milenar e “porto seguro” em momentos de incerteza. Não poucas vezes já observei aqui que sua valorização costuma estar ligada a modismos passageiros: quando a euforia passa, o metal perde o encanto. Curiosamente, esse movimento do ouro contrasta com o do bitcoin, que mesmo com a introdução de mecan...

IA - O Camaleão #IBOVESPA

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  Ontem, às 08h30, o Mosca já estava tudo pronto na parte econômica. Como de costume, deixei a Análise Técnica para uma segunda etapa. No meio do caminho, fiquei oscilando entre os vários aplicativos de inteligência artificial — cada um com seus pontos fortes, mas, no fim das contas, percebo que sou eu quem dita o tom e organiza o raciocínio. Essa convivência diária com a IA, que já dura dezoito meses, me leva a uma constatação incômoda: estou cada vez mais próximo de perder meu emprego. Não me surpreenderia se, em breve, ao abrir o aplicativo, o post já viesse pronto, sem que eu tivesse escrito uma linha. Ainda assim, o Mosca é apenas uma gota em meio a um oceano muito mais vasto. A disrupção já está acontecendo em escala global. Basta observar o mercado de trabalho dos jovens: a nova geração de profissionais está sendo diretamente atingida pela ascensão da IA. O Wall Street Journal trouxe uma pesquisa conduzida por economistas de Stanford mostrando que jovens programadores, rec...