Padrão Internacional
Ontem eu comentei sobre a nova equipe do Banco Central sob o
comando de Ilan Goldfajn. O comunicado disponibilizado no final da tarde, não
deixa dúvidas do que venho frisando, agora o padrão do nosso BC, em termos de
política monetária é de primeiro mundo.
De uma maneira geral o conteúdo nesse novo modelo
foi de agrado geral do mercado. Contendo informações mais detalhadas sobre os
motivos que sustentam sua decisão, se contrapõe ao modelo antigo, onde de uma
forma lacônica, apenas informava qual seria o novo nível de juros e quantos dos
membros foram favoráveis a essa decisão.
Quanto ao resultado observado no post de ontem BC-sob-nova-direção, também se confirmou: ...” neste momento
quanto mais conservadoras forem suas decisões, maior a probabilidade de que
tenha sucesso no futuro”... ...” acredito ser praticamente nula a chance de um
movimento de queda da taxa na reunião de hoje, assim o importante será avaliar
o comunicado e, mais precisamente, a ata a ser publicada na próxima semana”...
Enfatizando a resiliência dos produtos agrícolas;
incertezas na aprovação de medidas pelo Congresso; e um período longo com
inflação elevada, que podem reforçar mecanismos inerciais, praticamente colocou uma
pá na expectativa de queda de juros no curto prazo. Alguns analistas apostam
que isso possa acontecer na reunião de outubro, enquanto a Rosenberg & Associados espera esse movimento para janeiro do próximo ano.
Hoje foi publicado o IPCA-15 para o mês de julho, que ficou
acima das expectativas do mercado em 0,54% no mês e 8,9% a.a. Embora seja um
dado intermediário, uma vez que o mensal é publicado no início de agosto, as
preocupações levantadas pelo COPOM são válidas.
Gostei! Esse primeiro gesto dessa equipe confirma a imagem
que tenho do Ilan, de um profissional competente e extremamente bem preparado.
Embora o Mosca tem uma imagem de
“jurista” perante alguns leitores, a realidade é que os juros não podem cair
por simples desejo, tem que estar baseados em fatos que assim o justifique, gerando em seguida credibilidade entre os agentes econômicos, que assim, pavimentam com
solidez expectativas futuras de controle sobre a inflação.
Enquanto se discute o que irá acontecer com a Inglaterra
depois do Brexit, os impactos do terrorismo pelo mundo e a grave situação
política na Turquia, o mundo se esqueceu da China, cuja economia ainda não deu
sinais de estabilização, um risco considerável para o equilíbrio frágil em que
vivemos. Os gráficos a seguir mostram que esses receios são bastante
pertinentes.
Desde o ano passado, o banco central Chinês vem buscando uma
forma organizada, desvalorizar sua moeda. Depois de algumas tentativas desastrosas,
como a ocorrida em agosto último, decidiu pelo método na “moita”, vagarosamente
em degraus. Dessa forma, o yuan se desvalorizou 10% da mínima atingida no
início de 2014. Embora não seja um indicador elevado para os padrões normais de
câmbio, conseguiu estancar as elevadas perdas de reservas do segundo semestre
de 2015.
Notadamente a cotação aproxima-se do nível destacado acima
de 6,75 – 6,90. Nesse período crítico de 2008, enquanto o dólar oscilou
muito, a moeda chinesa permaneceu estática totalmente ancorada no dólar. Do
ponto de vista técnico esse é um intervalo importante e que, se rompido, poderão
haver novas perdas de reservas. É bom ficar de olho!
No post road-map, fiz os seguintes comentários sobre o
Bovespa: ...” Minha aposta é que o
Bovespa ainda está completando sua correção que terminaria ao redor de 57.000,
conforme apontado no gráfico. Somente acima desse nível poderemos afirmar que o
nosso índice acionário irá buscar novas máximas”...
Depois de subir a bagatela de 50% desde janeiro deste ano, o
Bovespa encontra-se agora próximo a um ponto muito importante, com uma visão de
longo prazo. Tecnicamente, dos ativos que acompanho, é o que mostra o mais
forte sintoma de alta, impecável. O Mosca
teve a sorte de apontar e sugerir uma compra nas mínimas, mas saímos muito
cedo. Essa conclusão sempre fica mais fácil ex-post.
Como sempre enfatizei aos leitores, o Bovespa é um ativo que
pouco acompanho e talvez esse seja o motivo de sugerir poucos trades. Não dá para
fazer tudo! Agora, só resta saber se o Bovespa vai seguir em frente e buscar
níveis mais elevados e porque não, acima de 73.000, ou retorna ao movimento de
baixa que perdura desde 2010. Vamos acompanhar as próximas semanas, mas tenho a impressão que não será fácil esse rompimento, Let´s the market speak!”
O SP500 fechou a 2.165, com queda de 0,36%; o USDBRL a R$ 3,2710, com alta de 0,52%; o EURUSD a 1,1023, sem variação; e o ouro a U$ 1.330, com alta de 1,22%.
Fique ligado!
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