A Europa vive na Torcida
Já no campo econômico, toda vez que surge alguma
possibilidade positiva para que a Europa melhore não dura muito tempo. A
realidade do euro impõe diferenças, que não é possível ser bom para todos os
países.
Há pouco tempo, os países aprovaram emitir um bond com
garantia soberana do BCE, para ajudar os países que foram mais afetados com a
pandemia. Hoje foi feito uma oferta desse tipo de papel, colocando a venda um
volume de €
17,0 bilhões em papéis de 10 e 20 anos, a oferta foi enorme e atingiu €
233,0 bilhões!
A confiança dos investidores de que o euro continuará a se
fortalecer contra o dólar está diminuindo à medida que a Europa combate o
aumento dos casos de Covid-19.
As posições especulativas líquidas dos fundos de hedge, de que o euro subirá em relação ao dólar, estão em um nível mais baixo dos últimos dois meses, de acordo com dados da Commodity Futures Trading Commission. Nas últimas semanas, novos casos de Covid-19 cresceram na Europa, ultrapassando os EUA. Isso levou os governos a implementar medidas de contenção mais rigorosas que provavelmente pesarão sobre a atividade econômica.
Mas um aumento nos casos e novas restrições poderia aumentar
as preocupações dos investidores de que os €750 bilhões, o fundo de recuperação
não será suficiente caso o aumento nos casos reduza a retomada da atividade
econômica. Os fundos não serão distribuídos até o ano que vem e podem ser
atrasados.
Novas medidas de bloqueio também podem causar lentidão no
produto interno bruto da zona do euro. Florian Hense, economista da Berenberg,
revisou sua previsão de crescimento no quarto trimestre para 1% de 2,5%, devido
ao aumento do nível de casos e restrições do Covid-19.
O Reino Unido introduziu um sistema de três níveis de
medidas de bloqueio para a Inglaterra e moveu Londres para o segundo nível de
alerta mais alto no sábado. A França declarou estado de emergência e decretou
toque de recolher noturno para a região de Paris e outras oito regiões
metropolitanas em todo o país. Na semana passada, a República Tcheca fechou
escolas, restaurantes e bares até o início de novembro.
Atuando contra um euro muito mais fraco em relação ao dólar,
têm sido os desenvolvimentos nos EUA, que cada vez mais, apontam para pesquisas
que preveem que o candidato democrata Joe Biden ganhará a presidência. Uma
vitória de Biden, e o controle democrata do Congresso, poderiam inaugurar
maiores estímulos fiscais e uma política externa mais previsível, ambos fatores
que poderiam fazer com que o dólar enfraquecesse em relação a outras moedas.
Mas se o aumento dos casos de Covid-19 levar a mais
internações e medidas mais rigorosas, o euro pode sofrer mais pressão à medida
que as previsões econômicas recuam.
Outra situação interessante que ocorreu recentemente é a
inversão em termos de atratividade do retorno com títulos. Até pouco tempo, era
interessante a compra de um título em euros, e através de uma operação de
derivativos, vender o euro futuro contra o dólar, transformando essa operação
como um investimento em dólares. Esse combo rendia mais que uma operação em
dólares de mesmo risco.
Agora está valendo fazer o inverso, comprar bonds americanos
e efetuar uma operação de venda de dólares contra o euro, esse combo rende mais
que os papeis em euros de mesmo risco.
Tudo isso foi possível graças a queda das taxas de juros em euros que se encontram no campo negativo.
No post um-pouco-de-teoria, fiz os seguintes comentários sobre o SP500: ... “Na região compreendida entre 3.495 e 3.280, nada é muito conclusivo. Acima do primeiro, aumentam as chances de o movimento de alta ter ganho curso, bem como, abaixo de 3.280, a correção ainda está em andamento” ...
Essa pequena correção que está em andamento deveria reverter
em algum ponto destacado na elipse, sendo o mais “provável” 3.334. Como não
sabemos de ante mão qual será esse nível, o acompanhamento em janelas mais
curtas poderá dar alguma pista.
Caso esses níveis inferiores sejam alcançados vou estudar a
possibilidade de sugerir um trade de compra.
Caso o nível de 3.209 seja ultrapassado, entramos naquele
cenário mais antigo, onde se esperava uma correção maior. Não vou me ater a
essa condição agora, haja visto que não é meu cenário mais provável nesse
momento, mas fica o alerta.
O SP500 fechou a 3.443, com alta de 0,47%; o USDBRL a R$
5,6089, sem variação; o EURUSD a € 1,1825, com alta de 0,51%; e o ouro a
U$ 1.909, com alta de 0,27%.
Fique ligado!
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