Procura-se o dono dos R$ 50 bi

Os políticos americanos estão buscando um consenso a fim de liberar um pacote antes das eleições americanas. Enquanto isso, as vendas nesse país continuam se recuperando de forma expressiva, conforme se observa no gráfico abaixo.


De uma maneira comparativa, a recessão gerada pela Covid-19, trouxe uma recuperação estupenda quando comparada com a de 2009 no quesito vendas ao varejo, que é o grande fator de peso sobre o PIB americano. Isso sim, é uma recuperação em V maiúsculo.
Tudo isso foi possível graças o enorme montante que foi disponibilizado pelo governo à população, logo em seguida da eclosão da pandemia, os tão divulgados “US $ 600”. Boa parte da população guardou esses recursos, como se nota no gráfico a seguir. Porém, esse montante está se esgotando, e daqui em diante o tanque está na reserva.
Já o mesmo não ocorre na China, onde a recuperação se dá de forma saudável, em grande parte da economia, sem a necessidade de novos estímulos.

A recuperação da China, da queda do coronavírus, continuou no terceiro trimestre e mostrou sinais de ampliação em setembro, mantendo a economia no caminho certo, para ser o único grande motor de crescimento do mundo, e validando a abordagem agressiva de Pequim para controlar a pandemia.

O Produto Interno Bruto cresceu 4,9% no terceiro trimestre em relação ao ano anterior, abaixo da previsão dos economistas, que vislumbravam uma expansão de 5,5%. Tanto as vendas no varejo, quanto a produção industrial, ganharam força em setembro, tranquilizando os mercados de que a recuperação está intacta.

Os números mostram que a contenção precoce e feroz do vírus pela China, fez com que a economia se recuperasse mais rápido do que qualquer um de seus pares. Isso é um raro positivo para uma economia global, ainda se recuperando de sua pior queda desde a Grande Depressão - um renascimento ainda mais complicado pelo ressurgimento do Covid-19 na Europa e nos EUA.


As vendas no varejo cresceram 3,3% em setembro em relação ao ano anterior, a produção industrial cresceu 6,9% e o crescimento dos investimentos acelerou para 0,8% nos nove meses até o fim do trimestre. Um forte crescimento das importações no terceiro trimestre pode ter impactado o número do PIB, embora seja amplamente visto como um sinal de alta para a demanda.

A base da recuperação tem sido a contenção do vírus que permitiu que as fábricas reabrissem rapidamente, capitalizando sobre uma abertura rápida para equipamentos médicos e tecnologia de trabalho de casa. Essa força de exportação foi compensada por um aumento recente das importações, deprimindo a contribuição do comércio líquido, para o crescimento da produção.

"Isso não deve ser visto negativamente", disse Liu Peiqian, economista chinês da Natwest Markets Plc em Cingapura, porque o forte crescimento das importações sugere que a recuperação do crescimento econômico subjacente está acelerando.

Análise dos dados do Fundo Monetário Internacional mostra que a proporção de crescimento mundial proveniente da China é esperada aumentar 26,8% em 2021 para 27,7% em 2025, segundo cálculos da Bloomberg. O FMI diz que o crescimento chinês é praticamente a única razão pela qual espera que a produção global seja 0,6% maior até o final de 2021 em comparação com o final de 2019.


Na semana passada, o Mosca indicou que os investimentos deveriam canalizar para esse país china-e-para-la-que-eu-vou, esses dados mais recentes reforçam essa crença. O quadro acima impressiona, pois, a China sozinha deverá ser responsável por ¼ do crescimento mundial, vejam que o Brasil representa meros 2%. Sendo assim, aonde você deve colocar suas economias?

No post jogando-com-regras-novas, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ... “O dólar não ultrapassou o nível apontado acima entre R$ 5,66/R$5,77, nem tampouco iniciou um movimento de queda mais pujante, deixando o cenário incerto no curto prazo” ... ...” Mas posso deixar algumas pistas, a primeiro que destaco no gráfico abaixo é o nível de R$ 5,7050. Isso não significa que, caso ultrapasse, fica claro que vai subir, mas dará um passo nesse sentido. Nesse momento, tanto novas máximas poderão ocorrer na sequência, como queda abaixo de R$ 4,80. Sem convicção!” ...

Passado uma semana e nada de importante aconteceu ao dólar, que pudesse dar alguma pista mais concreta. A elevada volatilidade observada nos meses anteriores parece ter cedido para níveis mais razoáveis, e acredito que, não fosse a discussão ocorrida recentemente sobre a possibilidade de não se respeitar o teto de gastos, o nível poderia estar mais baixo.

No gráfico semanal a seguir, se pode notar o que atinei acima, sobre a oscilação da moeda local.

Neste final de semana circulou em diversas redes sociais, a informação publicada pelo jornal Globo, através de seu jornalista Lauro Jardim, que uma família teria enviado a estratosférica quantia de R$ 50 bilhões para o exterior. Sem ter acesso ao nome dessa família, ou por não saber, ou por questões de sigilo, começou um processo de adivinhação de quem poderia ser, afinal não é qualquer uma que tem disponibilidade para tamanho movimento.

Essa informação poderá ter dois efeitos na cotação: um baixista, pois esses dólares já foram comprados, e uma altista a de motivar outras famílias, ou pessoas, fazer o mesmo. Ainda que se tenha uma percepção de que o dólar está “caro”.

Algo que se deve considerar como relevante, é o fato da maioria dos brasileiros terem uma percentagem pequena de seus recursos totais no exterior. O Mosca considera 20% baixo para esse quesito. A razão se deve ao fato de o real sempre bater o dólar em termos de rendimento durante muitos anos. Agora a disputa já não tem a mesma vantagem, ficou bem pequena. Esse é um fator que deverá perdurar por um bom tempo até que fique mais equilibrado a relação de recursos locais sobre os recursos no exterior. É bom ficar de olho na balança de pagamentos brasileira, que permanece em um nível muito confortável.

O SP500 fechou a 3.426, com queda de 1,63%; o USDBRL a R$ 5,6103, com queda de 0,58%; o EURUSD a 1,1770, com alta de 0,44%; e o ouro a U$ 1.903, com alta de 0,25%.

Fique ligado!

Comentários

  1. Interessante como essa notícia passou longe de qualquer portal de cobertura do sistema financeiro...

    ResponderExcluir
  2. O problema da China é a falta de transparência.
    Falando nisso: onde encontrar dados confiáveis sobre dívida pública, corporativa e das famílias na China.
    E seus agregados monetários?

    ResponderExcluir

Postar um comentário