Onde está John? #ouro
Vocês
devem lembrar ou conhecer um desenho que mostra uma multidão onde um jovem com
roupa vermelha listrada, Wally, se encontra perdido. Onde está Wally?
O
artista responsável pela criação de Wally, Martin Handford, nasceu em Hampstead,
no norte de Londres, e foi uma criança bastante solitária na infância. Foi
nessa época que ele começou a desenhar multidões. Quando adulto, se formou em
arte e acabou se especializando nesse tipo de ilustração.
A tradução
britânica para Wally é: idiota, tonto, bobo.
Os
analistas têm se perguntado onde se encontra o trabalhador americano que perdeu
o emprego na pandemia e que não retornou ao mercado de trabalho. O intrigante,
nesse caso, é que muitas empresas encontram dificuldade em contratar mesmo
existindo teoricamente 7,5 milhões de pessoas que estão perdidas por aí.
O
Fed, por sua vez, disse que não vai mexer nos juros enquanto os níveis de
desemprego não retornarem a um patamar razoável, pois acredita que esses
americanos irão retornar ao mercado.
Tenho lido diversas explicações sobre o motivo desse desaparecimento, mas o trabalho executado por Michael Cembalest, excelente executivo do JP Morgan, deu bons argumentos para esse sumiço.
Para onde foram todos os trabalhadores? Essa é uma boa pergunta. Vamos usar estimativas para somar todos os trabalhadores que faltam à força de trabalho desde que a pandemia começou.
O
impacto dos benefícios do desemprego (UI) do COVID na participação da força de trabalho ainda não está claro. Embora o vencimento
do benefício em julho e agosto tenha levado a um
aumento da taxa de emprego entre os trabalhadores desempregados, isso não levou
a uma maior participação da força de trabalho. De qualquer forma, vamos começar
com o número estimado de pessoas que recebem benefícios de desemprego a partir
de 1º de setembro acima de seus salários anteriores (2,7 milhões de 5,3 milhões de beneficiários).
Durante
a pandemia, 1,5
milhão
de pessoas se aposentaram além do habitual em comparação ao que era anteriormente uma
tendência
linear. Há algumas pesquisas indicando que a alta no
mercados de ações e os preços da habitação incrementam o aumento de
aposentadoria, mas o aumento repentino das aposentadorias a partir de março de
2020 sugere que o COVID é o principal catalisador aqui
Os vistos
concedidos a imigrantes e trabalhadores temporários não imigrantes despencaram durante a pandemia. Embora os vistos estejam
começando a se recuperar, o declínio pela pandemia resultou em mais ou menos 700
mil pessoas desaparecidas do fornecimento de mão-de-obra. As deficiências de
vistos durante a pandemia aumentam um atraso de cerca de 1 milhão de pessoas
esperando para receber vistos baseados em emprego. Mais dados de imigração:
imigrantes altamente educados que se qualificam para green cards esperam
em média 16 anos antes de recebê-los. Além disso: Trump cortou o número de green
cards de preferência familiar, o que aumentou a disponibilidade de green
cards baseados em emprego em 122 mil. Mas apenas 40 mil foram concedidos
até o prazo final de 30 de setembro; o resto pode ser perdido de vez se não
houver alguma ação do Congresso
O aumento do trabalho por conta própria também
desempenha um papel. Enquanto esses indivíduos ainda
estão na força de trabalho, o trabalho por conta própria atingiu 800.000 com o impacto da pandemia. As
maiores categorias de troca de empregos: pessoas
deixando a indústria e a agricultura para construção e transporte (ou seja, aplicativos de transporte). Assim, a
escassez que você lê sobre bens e produção de alimentos é em parte atribuível a essa tendência
Todos
os outros. Outros
1,7 milhões de
pessoas deixaram a força de
trabalho durante a pandemia por razões diferentes das indicadas acima. Esta
categoria inclui:
Alguns dos
3 milhões de
entrevistados em uma pesquisa domiciliar do Censo de setembro dizendo que as preocupações
sobre obter ou espalhar o COVID são a razão
pela qual eles não estão trabalhando (isso é cerca de metade do nível
pré-vacina de 2020, mas ainda um grande número)
Algumas
das 4 milhões de
pessoas que citam restrições à
assistência à
criança na mesma pesquisa, mesmo após a reabertura das escolas (ou seja, pessoas que
não trabalham por prestar atendimento a crianças que não estão na escola ou
creche). Esse número diminuiu cerca de metade quando as escolas abriram em
setembro
A propósito, a equipe do Fed e os participantes do FOMC revisaram suas previsões de inflação de curto prazo, mas continuam esperando que a inflação seja moderada em 2022. A equipe prevê que a inflação recue abaixo de 2% em 2022 e só volte a 2% em 2024. Eu discordo deles. Como lembrete, as previsões do Fed para as taxas de política acabaram sendo erradas durante a maior parte da última década:
Um outro dado trazido nesse trabalho se refere à ocupação dos escritórios nos EUA. Como tenho enfatizado nesses últimos meses, o retorno está sendo muito abaixo do que se poderia esperar. Mesmo o JP Morgan não consegue encontrar argumentos para essa distorção. As outras atividades já se normalizaram como mostra o gráfico à esquerda de gastos presencial em cartões de crédito. Será que houve uma mudança definitiva no local e forma de trabalho
No post modismos-do-mercado, fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ...” se pode vender o ouro a U$ 1.805 com o stop loss 1.834, um pouco menos de 2% de perda, com um potencial ganho de 10%. Não é muito meu estilo, mas vamos nessa, sugiro vender ½ da posição normal nesses parâmetros” ...
Nosso trade foi executado. Desde então, o ouro se movimentou muito pouco no nosso sentido. Antes que meu amigo fique muito animado, quero frisar que esse é um trade especulativo, razão pela qual sugeri metade da posição. Eu demarquei com a elipse abaixo a estratégia que eu estou esperando.
Como notam, estamos dentro de uma correção que pode ou não manter a configuração que espero. Demarquei os níveis de risco, com o stop loss em U$ 1.834. Se por acaso formos executados, poderá ser por dois motivos: o movimento de alta que estou esperando está em curso — teria terminado no ponto W; ou a correção está tomando outro curso. Por outro lado, nosso trade ganha confiança abaixo de U$ 1.676.
Por
enquanto, não vejo nenhuma mudança em relação ao momento inicial; vamos seguir
em frente.
Dentro
do tema da moda: inflação, estagflação, um outro foi “inventado” que acredito
não ter definição dentro da academia:“Slowflation”, onde esse analista ligou
o índice de inflação CPI ao Novos Pedidos expressos nos PMI. Para mostrar sua
tese, apresentou diversos momentos do passado onde a inflação subiu e os Novos Pedidos
caíram. Muito criativo, mas acredito de baixa utilidade. Quando uma mania pega,
surgem muitas variantes. Com a palavra, os economistas.
O SP500 fechou a 4.549, com alta de 0,30%; o USDBRL a R$ 5,6468, com alta de 0,91%; o EURUSD a € 1,1623, com queda de 0,23%; e o ouro a U$ 1.783, sem variação.
Fique
ligado!
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