A grande dica #EURUSD



Sempre tive muito cuidado ao dar dicas. Sei que, se der certo, a pessoa tende a incorporar como ideia dela e, se der errado, vai te xingar. Esse é um motivo; o outro é que normalmente você recebe a dica para entrar, mas nunca quem te deu a dica vai te ligar para vender. Nas vezes em que me colocaram nessa posição, eu dava o seguinte disclamer: minha dica vale por 24 horas, posso mudar de opinião amanhã.

Antigamente as dicas eram pessoais, mas com o advento da internet as pessoas têm procurado nesse canal formas de fazer seus investimentos. Essas consultas podem ser diversas, desde sites específicos de investimentos até os Youtubers que vem se proliferando. Será que dessa forma é melhor? Joachim Klement traz em seu site um estudo que apresenta esse resultado.

Alguns meses atrás, escrevi sobre um experimento que mostrou que as pessoas que conseguem acessar informações no Google se tornam excessivamente confiantes. Agora, outro grupo de pesquisadores fez uma série de experimentos para examinar como o Google influencia nosso comportamento de investimento. E não parece bom.

Tradicionalmente, os investidores de varejo recebiam a maior parte de seus conselhos financeiros de seu corretor, banqueiro ou de familiares e amigos. Não mais. Hoje, a maioria dos investidores de varejo obtém suas informações de investimento da Internet ou de aplicativos online. Mas se você se lembrar do meu artigo anterior, você sabe que, ao procurar coisas no google, as pessoas começaram a pensar que eram mais conhecedoras do que realmente eram. O fato de você ter toneladas de informações ao seu alcance acaba misturando o que você pensa que sabe e o que você realmente sabe.

Adrian Ward e seus colegas projetaram uma série de experimentos com cerca de 500 voluntários e pediram que participassem de diferentes tarefas de investimento. Mas antes de fazer isso, eles tiveram que responder a algumas perguntas triviais gerais para ganhar capital inicial para seus investimentos. O truque: alguns participantes foram instruídos a responder ao questionário sem a ajuda da internet, enquanto outros foram instruídos a pesquisar no Google as respostas se não tivessem certeza.

Uma vez que os participantes tivessem ganho seu capital inicial, eles poderiam apostar parte dele em seu desempenho como investidores. Quanto mais confiante um participante estivesse em sua capacidade como investidor, provavelmente mais apostaria em seu desempenho. O gráfico abaixo mostra que os participantes que tiveram permissão para procurar respostas para o questionário financeiro no Google acabaram apostando mais no sucesso de seus investimentos, refletindo maior confiança em suas capacidades de investimento.

Mas se você observar o desempenho de seus investimentos, os participantes que foram autorizados a usar o Google podem ter ficado mais confiantes, mas seu desempenho real na tarefa de investimento foi pior. Os autores do estudo não sabem realmente por que o desempenho é pior. Pode ser porque a capacidade de usar o Google reduz a atenção e a diligência na tarefa de investimento. Assim, poder usar o Google faria com que as pessoas confiassem mais em achismo e outros atalhos mentais que levam a um desempenho inferior. Mas não importa o mecanismo real neste experimento específico, sabemos que investidores superconfiantes têm pior desempenho na vida real simplesmente porque operam mais e pagam taxas mais altas que não podem compensar com retornos mais altos. Portanto, independentemente dos retornos desse experimento, o efeito do Google e da internet sobre o investimento dos pequenos investidores parece ser negativo.

A conclusão desse estudo comprova minha desconfiança de que os investimentos baseados em dicas tendem na média a não serem bem-sucedidos.

- David, e o Mosca faz o quê?

Sabia que você iria perguntar. Acredito que no nosso caso eu forneço uma sugestão de trade com parâmetros bem definidos, mas o que é mais importante é o stop loss, ou você já viu alguma dica vindo com esse cuidado?

O mundo dos investimentos é bastante complexo, embora seja o mais simples do mundo, onde só existem duas decisões: comprar ou vender – na verdade existe uma terceira, a de não fazer nada, que é a mais difícil na minha opinião. Se você não se sente confortável em fazer a gestão da sua carteira, indico delegar para um consultor ou banco. Talvez com o tempo adquira conhecimento para fazer sozinho. A minha sugestão é não se guiar por dica, essa é a grande dica!

No post o-buraco-e-mais-embaixo, fiz os seguintes comentários sobre o euro: ... “O euro atingiu a máxima de € 1,005 que permitiu a entrada no trade de venda. Vou estabelecer o stop loss em € 0,9950. No gráfico a seguir apontei os dois objetivos calculados para esse trade: o primeiro € 0,945 e o segundo a € 0,922/€ 0,913. Todos eles a serem melhor definido” ...



Na semana passada acabei zerando as posições no euro em função do problema em meus sistemas. Desde então as cotações subiram 4%, as vezes a sorte também ajuda — esse foi o caso. Minha premissa considera que a moeda única se encontra em seu estágio final de queda, dentro da onda 5 em verde no gráfico. Acontece que essa onda está traçando o modo ending diagonal o que torna sua operacionalidade difícil. A seguir encontra-se o modelo desse tipo de movimento, observem a ilustração da direita.


Nesse modo como se pode notar existe muita sobreposição de movimento tornando o trade desafiador, pois se opera no curtíssimo prazo ou o stop loss tem que ser maior. Outra alteração que acabou ocorrendo tem a ver com o objetivo para essa queda, que conforme destacado no gráfico deve se situar entre 0,945/ 0,934. Dados todos esses pontos, não vou me envolver. Caso o leitor deseje, está estabelecido o stop loss a ser adotado.



Nesta sexta-feira será publicado os dados de emprego e as projeções dos analistas não parece que vai haver algum refresco para o Fed, ou seja, a taxa de desemprego ainda bastante baixa e alta nos salários. Outro fator importante é como anda a economia, e no GDP NOW publicado ontem pelo Fed de Atlanta não parece existir sinal de desaceleração — ao contrário, esse indicador foi subindo durante o trimestre de coleta.

O SP500 fechou a 3.744, com queda de 1,03%; o USDBRL a R$ 5,21 com alta de 0,31%; o EURUSD a € 0,9798, com queda de 0,87%; e o ouro a U$ 1.713, com queda de 0,14%.

Fique ligado!

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