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Dr. Digienstein

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Eu relatei várias passagens da minha vida profissional no Mosca . Em algumas delas enfatizei como o mercado financeiro propiciou oportunidades que hoje não existem mais. Recentemente no post  mercados-x-fed , mencionei uma época onde existiu uma enorme arbitragem. Durante minha vida profissional, poderia sintetizar como a transição entre os operadores com "feeling" de mercado, para os técnicos com a "matemática do dinheiro", onde quem sabia fazer contas levava uma enorme vantagem. Um artigo publicado no Wall Street chamou minha atenção, ou melhor, me fez sentir obsoleto! Uma empresa Two Sigma, que administra US$ 24 bilhões, tem uma forma diferente de escolher suas ações. Num escritório no SoHo em Nova York, onde pode-se cruzar com robôs pelos corredores, dezenas de Ph.D. com formação em astrofísica, imunologia e linguística, acumulam todos os dias toneladas de informações como:  newswire, relatórios de lucros, boletins meteorológicos e Twitter. Escrevem algoríti

ECB na contra-mão

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Em política monetária o timing é fundamental, agir antecipadamente ou muito depois, pode ocasionar resultados diferente dos desejados. No ano passado, quando os sinais de deflação começaram a ficar cada vez mais presentes na Europa, o Presidente do ECB, conseguiu convencer os alemães que era necessário colocar muitos helicópteros no ar. As regras são tão complicadas na Unidade Européia que, da ideia até a sua implementação, foram necessários aproximadamente seis meses, seu inicio aconteceu recentemente. Desde então, o euro levou um tremendo tombo e as taxas de juros dos títulos europeus foram abaixo do chão, uma vez que boa parte delas é negativa, exceção a Grécia, é claro. Eu venho alertando que a situação na Europa reverteu nos últimos meses e hoje a publicação dos PMI's da região confirmam isso: Espanha: 54.3 Itália: 53.3 França: 48.8 Alemanha: 52.8 Eurozona: 52.2 É verdade que a França ainda encontra-se abaixo de 50, que indica retração, mas também o que se poderia

USA: Crescimento!

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Hoje chegamos ao final do 1º trimestre com uma certa confusão, tanto nos acontecimentos da sociedade, como na economia. Do ponto de vista fundamentalista tenho poucas convicções, se tivesse que fazer uma previsão se o SP500 no final do ano, estará mais alto ou mais baixo, eu não teria uma resposta com uma probabilidade diferente de 50% - 50%. No câmbio, o "dólar - dólar" está forte no momento, mas vai continuar assim até o final de 2015? E os juros de 10 anos nos USA, vai estar acima de 3% a.a., ou abaixo de 2% a.a.? Talvez, a única coisa que parece mais certa, é que a economia brasileira vai ficar no vermelho. Sobre o nível inflação no Brasil, também tenho dúvidas, vai continuar subindo ou reverter abruptamente por desaceleração da demanda? Os gráficos também espelham essas dúvidas, talvez não no mometum que continuam seguindo seu curso passado, mas segundo Elliott Waves, alguns extremos encontram-se em pontos críticos, como apontam alguns gráficos que inclui abaixo. P

USA: Recessão!

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Um analista que mantém seu tom crítico em relação a recuperação americana, é Lance Roberts. Com uma análise de longo prazo, vêm apresentando suas ideias do porque os USA estão beirando a recessão. É isso mesmo, RECESSÃO! Em seu último relatório, inicia mostrando que a alta do PIB no item de consumo está ligada a elevação de gastos nos programas de saúde, especificamente pela lei conhecida como Obamacare. Como pode-se verificar no gráfico abaixo, as outras categorias, em sua maioria, não tiveram crescimento. Se considerado o aumento do 2º quadrimestre para o 4º quadrimestre, houve uma elevação de US$ 13,9 bilhões, que se subtraído, teria um impacto de diminuir o PIB no 3Q para meros 2%. Alguns membros do FED vem ultimamente externando sua confiança na recuperação da economia americana e ratificando a expectativa que os juros começarão a subir ainda nesse ano, ficando a dúvida se em junho, setembro ou outubro. É verdade que, a Yellen tem deixado claro que vai depender dos dados

China: A nova bolha?

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Enquanto o mundo está repleto de insatisfações populares, com reações variadas entre manifestações e até guerras, um país continua a margem, onde pouco ou quase nada se ouve falar. Sabemos que existe repressões fortes a quem não obedece as leis internas, mas por outro lado, sua população é tão grande que parece difícil imaginar um controle, caso algo que os incomode aconteça. Já sabem de quem eu falo? A China, que continua uma incógnita! Há Alguns meses, eu publiquei um gráfico mostrando que a performance da bolsa chinesa estava muito díspare quando comparado ao SP500. Tecnicamente me lembro, que o nível de 2.000 no Shangai Index apresentava um grande risco. Acontece que, desde de outubro de 2014, resolveu dar bye bye e subiu expressivamente. Que tenha ganho terreno sobre as bolsas dos desenvolvidos até poder-se-ia aceitar, mas sobre os emergentes que são seus pares de comparação, é no mínimo intrigante. Alguns fatores poderiam justificar essa performance, o mais imediato e esp

Nada a perder

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A pior coisa que se pode fazer é entrar numa batalha, qualquer que seja ela, com alguém que não tem nada a perder. Mesmo que suas armas sejam muito superiores a de seu adversário, é mais provável que você irá perder. O Oriente Médio é uma região com disparidades gigantes, se os americanos estão revoltados com a concentração de riqueza, basta verificar a que existe naquela região. Eu tive um pequeno exemplo disso, quando no ano passado fiz uma viagem a Israel. Faziam mais de oito anos da minha última visita e observei um país moderno, com predominância de tecnologia por todos os lados, com exceção de um local, o mercado árabe em Jerusalém. Quando entrei por suas ruas estreitas, tive a impressão que o tempo não passou, está exatamente igual. Com lojinhas vendendo quinquilharias e comidas típicas. Muitos jovens que deveriam estar na faculdade, lá estão ajudando seus pais, em um negócio obsoleto. Perguntei ao guia, qual era o motivo de tamanha falta de motivação, afinal bastava andar a

Menos do mesmo

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Ontem foram publicados os dados das contas externas brasileiras, e embora o déficit em transações correntes teve uma pequena queda para US$ 6,9 bilhões, ocasionando um recuo anual para US$ 89,9 bilhões - 4,22% do PIB, não gostei de alguns pontos. Alguns efeitos da desvalorização expressiva do real, já podem já ser sentido, como na conta de serviços onde as despesas com viagens internacionais caiu US$ 300 milhões, comparado à 2014. Outra rubrica que apresentou melhora, foi a conta de rendas onde a diminuição no envio de dividendos foi o principal responsável pela queda de US$ 600 milhões. Já na balança comercial aconteceu o contrário, o déficit elevou-se em US$ 700 milhões, quando também comparado com 2014. Se fosse só isso, eu teria uma avaliação um pouco melhor, acontece que, a rubrica de investimentos estrangeiros reduziu-se para US$ 2,8 bilhões, contra um resultado no mesmo mês em 2014 de US$ 4,1 bilhões. Os analistas não deram muita importância para esse fato, uma vez que e