" Back to the school"
A professora Yellen já deve estar limpando suas gavetas. No
final de fevereiro próximo termina seu mandato, e nesta data será substituída
por Jerome Powell. Ela teria como continuar fazendo parte do Board mas decidiu
por terminar seu mandato. Pelo seu histórico e bem provável que retorne a vida
acadêmica além de faturar uma boa nota dando palestras.
Acho sua decisão sábia, primeiro não se sabe como será o FED
comandado por alguém sem experiência em política monetária, além de Powell não
possuir um título de doutor em economia, o que a grande maioria dos membros
tem. Como serão as discussões técnicas, “Acho isso, acho aquilo”? Nós veremos,
ela assistira.
A Bloomberg publicou uma matéria com alguns pontos que
permitem uma avaliação de seu mandato. Vejamos alguns elementos:
·
Mercado de Trabalho
A taxa de desemprego se encontra próxima do nível mais baixo
dos últimos 17 anos, e ainda abaixo da estimativa do FED de pleno emprego –
essa é uma taxa onde se assume que todo mundo que busca por um emprego consegue
e as empresas tem um incentivo de elevar os salários, haja visto que, a demanda
aumenta.
·
Inflação
Tão bem-sucedida quanto a Yellen & Companhia tem sido no
quesito para mais contratação de funcionários, a política do FED ainda não
gerou a tão desejada estabilidade de preços. Durante o mandato de Yellen como
presidente, o indicador de inflação preferido do banco central permaneceu
incisivamente abaixo do objetivo de 2 %.
·
Crescimento
A velocidade da economia tem sido mais moderada na expansão
atual, que começou sob a presidência do FED por Ben S. Bernanke e continuou em
2014 com a nomeação de Yellen. O PIB aumentou um pouco mais do que 2% a.a. em
média, mais fraco do que 2,8% a.a. na expansão anterior, e na maior parte dos
anos 2000. Em relação aos anos 80 o crescimento atual caiu pela metade.
·
Produtividade
A capacidade de a economia crescer mais rapidamente e elevar
os padrões de vida dos americanos no processo, está sendo restringida pela
baixa produtividade. Enquanto alguns economistas afirmam que a produtividade
não está sendo medida corretamente, outra explicação possível é que os avanços
tecnológicos não proporcionam uma grande explosão que fizeram há décadas.
Outros afirmam que o investimento empresarial em equipamentos foi moderado.
·
Evolução da bolsa de valores
Talvez um dos maiores beneficiários da política monetária do
FED tenham sido os investidores. O mercado de ações está no meio de uma alta
que dura quase uma década. O SP500 subiu cerca de 15% este ano. Também começou
a causar preocupação entre os formuladores de políticas do FED sobre elevadas
vulnerabilidades associadas as avaliações de ativos. Outro ativo que ajudou na
elevação do patrimônio das pessoas físicas foi a alta nos preços dos imóveis,
que representam mais de 50% dos seus bens.
·
Concentração de riqueza
Para detentores diretos e indiretos de ações, o avanço elevou
o patrimônio líquido doméstico a um recorde. Essa é a boa notícia. A má notícia
é que a riqueza gerada pelo aumento dos preços das ações está concentrada entre
os americanos com maior renda.
Qual a nota final da Yellen? Bem, depende que faz o
julgamento.
Mercado: Nota 10 – Todos os ativos subiram de preços
propiciando ganhos elevados.
Economistas: Nota 4 – É muito criticada pela quantidade de
erros em previsões, bem como, por não ter conseguido fazer a economia crescer
mesmo com juros reais negativos.
Ricos: Nota 10 – Ficaram muito mais ricos.
Classe média: Nota 3 – De que adianta desemprego baixo,
juros baixos se os salários não sobem.
Mosca: Nota 6,75 –
Ter mantido a estabilidade evitando uma deflação foi uma grande conquista. A
nota foi decrescida pelo baixo crescimento e pelos juros muito baixos.
- David, por que uma
nota quebrada?
Para você achar que fiz grandes cálculos. Não fiz! Hahaha
...
No post a-europa-esta-de-vento-em-popa, fiz os seguintes comentários
sobre o dólar: ...” no gráfico abaixo
apontei duas possibilidades onde no caso (A), que tem minha preferência, espero
mais uma alta. Caso eu esteja correto, o dólar poderia atingir o nível de R$
3,43/3,45 ... ...” já o caso (B) indica que a queda estaria em curso rumo a
níveis inferiores a R$ 3,03, atingido em fevereiro de 2017” .... No momento
o dólar se encontra próximo a R$ 3,26.
Agora parece que uma decisão se encontra mais próxima, e os
dois cenários apontados acima podem ser vistos a seguir.
Caso a alterativa (A) vingue parece que um triangulo estaria
se formando, e nesses casos a maior probabilidade (67%) é que rompa para cima.
No caso (B) uma primeira violação do nível de R$ 3,23 já daria uma boa
indicação que o dólar deve cair, porém essa confirmação só acontece no nível de
R$ 3,20.
- David, isso tudo não
ajuda em nada!
Ajuda sim, ajuda a não operar quando não se tem uma direção
mais provável. Depois define um nível onde a hipótese se comprova ou não. Por
exemplo, você poderia ser levado a arriscar uma venda, pois “tudo indica” que
vai cair. Poderia até aceitar essa hipótese mas teria dificuldade em colocar o
stoploss. Uma primeira análise apontaria para R$ 3,3350, uma perda potencial de
2,3%. O problema é que os outros indicadores apontam para neutralidade. O que
tudo isso significa é que se assemelharia a uma aposta de Cassino. Cassino por
Cassino, prefiro o original! Hahaha ...
O SP500 fechou a 2.599, com alta de 0,65%; o USDBRL a R$
3,2572, sem alteração; o EURUSD a € 1,1732, com queda de 0,52%; e o ouro a U$
1.280, com queda de 1,08%.
Fique ligado!
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