Veja bem!
Na última sexta-feira foram publicados os dados de emprego
nos EUA, com a criação de 115 mil vagas, inferior a expectativa de 198 mil. A
taxa de desemprego manteve-se constante em 3,7%.
Os salários, item muito observado para os analistas que
acreditam em inflação crescente, subiu, situando-se agora superior a 3% a.a.
De uma maneira geral se pode considerar esses dados como sólidos,
mas não explosivos que poderiam preocupar as autoridades no quesito inflação.
Esse resultado, em conjunto com a volatilidade apresentada pela bolsa, está
fazendo que, alguns analistas mudem de opinião sobre o nível de juros para
2019.
Durante meses, a visão otimista do banco Goldman Sachs sobre
a economia, despertou surpresa no mercado. Com previsão de 4 aumentos de juros em
2019, um número ainda maior do que a previsão do Fed, para não mencionar a
previsão implícita do mercado de menos de 1 aumento da taxa no próximo ano,
destoava fortemente.
Em relação à turbulência nos mercados financeiros, os
números econômicos têm sido notavelmente estáveis recentemente. A Goldman também observa um abrandamento nos
dados de inflação, mesmo que não exista um em crescimento salarial.
A principal razão de sua revisão se deve ao que se denomina
de condições financeiras, que a Goldman finalmente admite pode levar a menos
aumentos de juros do que parecia antes, por uma simples razão: "se os
mercados financeiros já entregaram maior moderação, o comitê não precisa
aumentar a taxa de juros ".
Então, quais são as implicações práticas para a chamada da
taxa de juro da Goldman?
Como o banco explica, apesar do aperto da FCI, as recentes
comunicações do Fed sugerem que uma alta em dezembro ainda é muito provável
(90%). No entanto, de acordo com o economista-chefe do banco, "a
probabilidade de um movimento em março caiu para pouco menos de 50%".
Finalmente, apesar de jogar a toalha, esse banco, critica o
nível atual do mercado para a taxa de juros, que é menos de um aumento total em
2019. Por quê? Porque na previsão da Goldman, a economia continua a crescer
acima da tendência na maior parte do ano, a taxa de desemprego está abaixo da
estimativa do Fed de longo prazo, a inflação salarial e de preços gradualmente
subindo. Desta forma, projeta um retorno nos aumentos trimestrais de juros em
junho, que duram até o final de 2019.
Por outro lado, a probabilidade de cortes consideráveis
nas taxas - que provavelmente coincidiriam com uma recessão ou pelo menos com
um grave susto de recessão - permanece bastante baixa para os próximos dois
anos. O atual ritmo de crescimento é bom, o aperto da FCI é material, mas longe
de ser devastador, e os dois principais fatores históricos da recessão -
desequilíbrios financeiros e um sério problema de superaquecimento - ainda não
são visíveis.
O euro acabou subindo, em grande parte como resultado da
forte reprecificação das probabilidades de alta de juros pelo Fed, comparadas
ao do ECB em 2019, conforme se pode verificar a seguir. Uma análise dos spreads
entre elas, mostra que, de repente, as probabilidades de um aumento da taxa
pelo BCE são maiores do que nos EUA! Lógico, pela queda dos juros esperadas no
mercado americano. Nem poderia ser diferente, a Europa está uma draga, além de
cheia de problemas.
Esse frenesi com as projeções dos movimentos do Fed para o
próximo ano, em conjunto com a loucura no intuito de acertar quando acontecerá
a próxima recessão, me inspirou no tema do Mosca
para 2019. “ Quem dá menos” – o que estou provocando é para saber quantos
aumentos terão no próximo ano. E para aqueles mais céticos, que acreditam que
já existiria cortes, não deve considerar essas quedas.
A partir desta semana vou começar a postar as previsões do Mosca para 2019, um trabalho que eu não
gosto, mas faço.
No post apenas-um-refresco, fiz os seguintes comentários
sobre o dólar: ...”
a proposta de um novo trade no dólar vendendo a R$ 3,97 com um stoploss a R$
4,07. O objetivo, a ser melhor calculado, seria ao redor de R$ 3,50, ou caso
não se sustente, a R$ 3,30” ... ...” enquanto estiver contido pela linha
inferior R$ 3,73, é possível que entraremos num nível satisfatório. Agora se a
mesma for rompida, a queda do dólar deve se acelerar” ...
O dólar acabou subindo lentamente na última semana,
indicando que é provável que nosso trade seja executado nos próximos dias. O
gráfico a seguir, com uma visão de prazo maior, apresenta o que espero para os
próximos meses.
Tem se observado um volume forte de envio de recursos ao
exterior por parte das empresas, pagando dividendos. Essa teria sido a razão da
pressão observada há poucos dias, o que fez o banco central oferecer leilões de
linhas em dólares.
No balanço de pagamentos, se observa um movimento
interessante, na conta de investimentos diretos os volumes estão positivos e
até crescentes, enquanto existe saídas nos recursos para investimento em bolsa
de valores. Embora o primeiro é bem superior ao segundo, o fluxo para o mercado
acionário diverge do fluxo observado pelos investidores locais, que estão
bastante otimistas com o país. Vamos observar quem tem mais “bala”!
O SP500 fechou a 2.637, com alta de 0,18%; o USDBRL a R$
3,9178, com queda de 0,35%; o EURUSD a € 1,1354, com baixa 0,19%; e o ouro a U$
1.244, sem variação.
Fique ligado!
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