Euro: Sem destino



Vem ano, passa ano, e parece que a situação na Europa continua a mesma. Em alguns momentos sem tem alguma esperança, mas na maioria ceticismo. Na verdade, é consequência de uma ideia mal concebida com a criação de uma moeda única, que tinha objetivos razoáveis, mas que se mostrou ineficiente na prática.

Nos meus 40 anos de mercado uma das coisas que aprendi é que câmbio fixo não funciona. Mais cedo que mais tarde, é abandonado. Posso citar inúmeros casos que recordo, aqui mesmo no Brasil foi tentado diversas vezes, e nenhuma delas durou muito. Esse experimento na Europa já dura 18 anos e até o momento serviu muito bem para países eficientes como: Alemanha, Holanda, Áustria, e muito mal para países ineficientes como: Itália, França, Grécia.

A cotação tende a ser vantajosa para os eficientes e desvantajosa para o outro grupo. Se adotar um produto one size fit all já é limitado, para uma taxa de câmbio é impossível. Por exemplo, se a taxa do euro valesse só para Alemanha talvez sua cotação seria ao redor de 1,40, e se fosse só para a Itália, 0,90. Mas como tem que valer para os dois está em 1,14.

Para o leitor não muito acostumado com essas ideias econômicas exemplifico. Caso não existisse a moeda única e prevalece as cotações equivalentes para os países apontadas acima, a Alemanha teria mais dificuldade de exportar suas BMWs e Mercedes para o mundo (ficaria caro), enquanto os moveis italianos poderiam ser colocados em vários países, o que hoje não é possível pelo seu elevado custo (ficaria barato).

Para quem é leitor do Mosca, sabe que tenho uma visão altista para o euro no longo prazo. Desde 2010 a moeda única se encontra numa enorme correção que ainda não terminou. Ontem na última reunião do ano na Rosenberg, fiz a seguinte observação “ Algum dia, vocês irão ver o euro acima de 1,60”. Recebi a seguinte resposta “ só se no euro, sobrar somente a Alemanha”. Como não adivinho fatos, essa hipótese pode acontecer, como também uma decorada do dólar, afinal, se Trump continuar no comando do EUA, tudo é possível.

No post euro-caminho-incerto fiz os seguintes comentários sobre o euro: ...” O gráfico abaixo apresenta essas possibilidades que podem acontecer depois, atingindo € 1,17, € 1,15, ou € 1,13” ...


Eu imaginava que naquele momento, o euro estivesse em sua trajetória ascendente, porém não foi o que aconteceu, ainda permanece até o final do ano na correção, dentro dos níveis acima, porém com a possibilidade no curto prazo de atingir cotações ainda mais baixas, ao redor de 1,06.

O objetivo do post de hoje é se ter uma visão de mais longo prazo. As colocações que fiz no post do ano passado, ainda são válidas: ...” Em diversas ocasiões no passado, ao tentar romper a linha vermelha, o mercado retrocedeu. Em algum momento esse triangulo será rompido, o que não sabemos se será desta vez (1). Em todo caso, se isso acontecer, o euro poderá atingir € 1,40 ou até acima disso” ... ...” Mas se a linha for respeitada e ao atingir a marca de € 1,28 o euro dá meia volta (2), o nível de € 1,10 poderá ser revisitado” .... Atualizei o gráfico com as cotações atuais.


Como de costume, estou saindo de férias a partir de amanhã. No último dia do ano realizo o balanço anual e não será diferente agora. Depois o Mosca deve retornar com suas publicações diárias a partir do dia 21/01, ou antes disso se algum acontecimento, ou mudança de stoploss, for necessário.
Desejo aos leitores Boas Festas e Feliz 2019.

O SP500 (17h30) estava a 2.555, com alta de 0,36%; o USDBRL a R$ 3,9006, sem alteração; o EURUSD a 1,1367, com alta de 0,19%; e o ouro a U$ 1.248, com alta de 0,27%.

Fique ligado!

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