Armadilhas do cérebro
É
sabido que o ser humano não gosta de sofrer. Essa afirmação é bastante logica
quando o assunto é dor física — afinal, para quem não é masoquista, não preciso
me estender com argumentos. Agora, muito mais sutil é a dor mental, que na
verdade é diferente da física por mexer com outras sensações.
O
articulista Michael Batnick, publicou um artigo provocando os leitores com uma
frase: “se você busca evidências para justificar seus pensamentos, sempre vai
achar um gráfico que os confirma”. Vejamos seus exemplos para o mercado
americano.
Se você está procurando evidências de que os investidores que apostam na baixa jogaram a toalha, e que agora, portanto, é a hora de ficar cauteloso, há um gráfico para isso.
Se
você está procurando por evidências de que, na verdade, uma ausência de baixistas
não significa uma quantidade esmagadora de altistas, há um gráfico para isso também.
Neste
tweet de @MacroCharts,
ele
escreve:
"Os traders de Futuros de Ações reduziram a exposição agressivamente – mesmo quando o $SPX rompeu para novas máximas. A mudança de posicionamento de três semanas é uma das mais negativas da história – só vista em mínimos do mercado, e uma vez quando o mercado estava na máxima (2017)."
Se você está procurando por evidências de que a amplitude forte é altista e não baixista, você adivinhou: há um gráfico para isso também. Aqui está Jonathan Krinsky em seu recado do fim de semana.
"Vimos um punhado de “injeções de reforço” parecidas nos últimos 25 anos e, embora os retornos de curto prazo tenham variado, o aspecto importante é que nenhum deles marcou um topo significativo para o mercado."
Se você está procurando alguma coisa para confirmar sua visão, você vai encontrá-la. Seja um dado que apoia suas ideias, seja um dado contrário que as refuta, — e por isso vai deixa-lo ainda mais confiante —, você vai encontrar isso também.
Todos
cometemos o erro de ver o mundo como queremos que seja. É difícil hackear nosso
software, não importa quantas citações de Charlie Munger (*) você distribua por
aí. " Inverta, inverta sempre" parece lógico aqui. O melhor
que podemos fazer é garantir que nunca confiemos em um único ponto de dados
para contar uma história inteira.
(*) Charlie Munger,
sócio de Warren Buffett e vice-presidente da Berkshire Hathaway, é famoso por
sua citação "Tudo o que quero saber é onde vou morrer, então nunca irei
lá." Esse pensamento foi inspirado pelo matemático alemão Carl Gustav
Jacob Jacobi, famoso por alguns trabalhos sobre funções elípticas que nunca
entenderei. Jacobi muitas vezes resolveu problemas difíceis seguindo uma
estratégia simples: "man muss immer umkehren" (ou
livremente traduzido, "inverta, inverta sempre.") Fonte:
https://fs.blog
Esse
assunto vale uma reflexão pois não percebemos que nosso cérebro elimina
informações que não estão de acordo com nossos pensamentos e reforça as que
estão. Agir dessa forma, em algumas situações, nos causa grandes sofrimentos,
quando a realidade se impõe.
Por
outro lado, sempre é possível enxergar projeções antagônicas para a mesma situação.
Se você ficar influenciado por ambas, vai ficar imobilizado. Desta forma, um
equilíbrio é a solução: forme sua opinião, mas, ao invés de desprezar quem
acredita no inverso, considere essas possibilidades, mas siga em frente com
suas ideias, sabendo que pode não dar certo. O exemplo do post de ontem é esse
caso sob-tensao, pois mesmo acreditando que a inflação americana está
contida, não deixo de acompanhar quem tem visões diversas, pois se ocorrerem, os
efeitos nos mercados financeiros serão perversos.
Existe
uma matéria na teoria comportamental que explica esse fenômeno denominado de
viés de confirmação. Para quem tiver interesse em entender sobe esse assunto
vai aqui o Viés_de_confirmação.
Queria apresentar duas ilustrações que mostram como nossa moeda se encontra desvalorizada sob dois enfoques; o gráfico da esquerda segundo o modelo de taxa real efetiva de cambio, onde nos encontramos no extremo inferior, junto com a lira turca; o da direita segundo o critério de Valuation , a pior dentre todas! Uma marca para não se vangloriar!
Por último, o ouro está atingindo as cotações de maio com quedas sucessivas nos últimos dias, diferentemente do Bitcoin que tem suas cotações em alta seguidas. O gráfico a seguir, mostra que a partir de outubro esses ativos resolveram se “separar”. Até agora, ambos eram vistos como “Porto Seguro” e agora ... Não se preocupem; já, já, algum analista vai dar um motivo! Hahaha ...
No post __ tenho que entender disso __ fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ... “A retração foi “rasa” e ficou em 102.000, muito próximo do nível citado acima. Parece que essa é a tônica dos mercados de risco, retrações dentro do espectro mínimo. O potencial para o Ibovespa é elevado, conforme está exposto no gráfico a seguir. O nível para entrada é de 105.500, com um stoploss a 102.000” ...
O Ibovespa tocou em nosso ponto de compra executando nossa ordem. Quero aproveitar para enfatizar que, em situações como essa, onde um ativo está prestes a ter uma alta forte – onda 3, mesmo que não tivesse atingido nosso nível, se deve entrar no rompimento da última alta, que no caso seria a 107.800.
O primeiro objetivo conforme apontado no gráfico acima seria a 115,5 mil, depois uma retração, para em seguida voltar a subir, em várias etapas, até atingir 130 mil. Não se fixem exatamente neste nível, entendam como ordem de grandeza, pois ainda ocorrerão várias correções,
Não
podemos esquecer que, no início deste ano, o Ibovespa chegou próximo a 120 mil
e vai dar trabalho para ultrapassar esse nível psicológico. Por outro lado, se
eu estiver certo, estamos num estágio em que o movimento deverá ser mais
potente, sem refresco para quem quiser entrar numa retração, já que deve
contrair pouco.
O
SP500 fechou a 3.635, com alta de 1,62%; o USDBRL a R$ 5,3731, com queda de
1,21%; e o ouro a U$ 1.806, com queda de 1,61%.
Fique
ligado!
Comentários
Postar um comentário