El encuentro com Dios

Fiquei impressionado com a repercussão da morte do jogador Maradona. Que fosse limitada à Argentina seria compreensível, mas aqui no Brasil foi grande, sendo manchete de jornais, além de um bom tempo do Jornal Nacional.

O Globo Esporte deu os seguintes destaques: “A despedida a Diego Armando Maradona se desenrolou numa quinta-feira que será lembrada nos livros de história. Velado na Casa Rosada desde as primeiras horas do dia, o corpo do ídolo argentino seguiu até o cemitério Jardin de Bella Vista no fim da tarde, a tempo de a cerimônia terminar ainda sob a luz do dia.”

Indiscutivelmente, foi um craque diferenciado cujo auge ocorreu em 1986 durante a Copa do Mundo da Inglaterra. E foi lá que um lance muito comentado, aconteceu entre o anfitrião e a Argentina, nas quartas-de-final. Um gol de Maradona marcado com a mão deu a classificação a seu time. Ao final do jogo, questionado sobre se tinha feito o gol com a mão, Maradona assim respondeu: “Lo marqué un poco con la cabeza y un poco con la mano de Dios^.”

Se existe céu e Deus, e supondo que ele foi para lá, deve estar se explicando porque teria usado o nome de Deus para encobrir uma grande mentira.

Maradona é mais um caso clássico de pessoas que fazem muito sucesso, mas não sabem ou não conseguem viver uma vida normal, quando encerram a sua carreira que as levaram para ao auge. Depois de parar de jogar, Maradona entrou no mundo das drogas, o que o levou a uma morte prematura.

Mas no caso dele existe uma agravante: seu caráter. O gol tão comentado é uma amostra. No lance pode-se ver que seria impossível cabecear aquela bola com sua estatura. E afinal: se foi erro do juiz, a atitude correta era a malandragem ou reconhecer o erro?

Isso me leva ao motivo principal deste post, O Maradona é idolatrado pelos argentinos — para se ter uma ideia, seu velório foi na Casa Rosada. Esse povo se vangloria da esperteza: o que Maradona fez não estava errado, imagina!

A Argentina tinha tudo para não se encontrar na situação atual. Quando eu era criança e ia visitar esse país, notava o elevado nível das pessoas, até a conversa com um motorista de táxi era muito instrutiva. Mas tudo isso foi se deteriorando com o tempo, pois no fundo eles acreditam que com a malandragem irão enganar os outros. Como diz um leitor do Mosca, que é argentino, mas vive aqui há muitos anos, pode colocar na agenda: de 7 em 7 anos tem uma renegociação de dívida. Recentemente fizeram uma com os credores estrangeiros num total de U$ 50 bilhões, dando um calote de praticamente a metade, quando o cálculo do novo título e feito a valor presente. Com isso conseguiram um refresco de alguns anos, com se pode ver a seguir.

Com essa situação, diga-se de passagem, a Argentina ainda precisa de dinheiro novo do FMI, com quem ainda não fechou um acordo de renegociação de aproximadamente U$ 50 bilhões. Depois disso, calcula se que precisariam emitir U$ 7 bilhões por ano para manter as parcas reservas estáveis. Não mais do que o que outros países de alto rendimento emitiram na última década, mas se a Argentina quiser fazer isso, precisa de planos de política radicalmente melhorados.

Ao invés de preparar um plano crível para que possa acessar os mercados internacionais novamente, a Argentina cria subterfúgios de curta duração, como o controle de capital implementado nesse ano que as pessoas encontram formas de burlar. Mesmo com todas as restrições criadas em conjunto e com um fluxo de dívidas jogado para frente, as saídas alcançam U$ 1,5 bilhão/trimestre. Não é muito elevado, mas uma fonte de pressão sobre reservas muito limitadas por uma estratégia política ainda indefinida.

Desta forma, “los Hermanos” vão cada vez mais para o buraco e talvez restem duas opções para o governo: pedir para o Maradona dar uma ajuda lá de cima, um “golo de mano”; ou usar a mesma técnica que seu astro e dizer que “La deuda se pagará por la mano de Dios”  Hahaha ...

No post o-que-esta-barato-vai-subir, fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ... “ Essa posição não durou 24 horas, fomos estopados na onda da vacina da Pfizer. O que ocorreu de errado? Para resumir a questão, o motivo foi que a correção ainda não havia terminado, e por conta de alguns indicadores indicava que isso poderia ter acontecido” ... ...” No gráfico a seguir os seguintes intervalos são plausíveis de reversão: {U$ 1.820/U$ 1.807}; se rompido U$ 1.752; em seguida {U$ 1.676/ U$ 1.660/U$ 1.631}” ...

O ouro passou batido pelo primeiro intervalo e hoje pela manhã chegou próximo do segundo a U$ 1.773. Esse ponto tem 3 características apontadas no gráfico a seguir: Ultrapassou a média móvel de 200 dias (muito seguido pelos analistas técnicos); testou o canal de suporte; e está próximo de 2 objetivos calculados (U$ 1.787 e U$ 1.759).

- David, o que está esperando para comprar? Se achava bom a U$ 1.850, melhor ainda a U$ 1. 780!

Para quem usa análise técnica esse argumento não é valido, pois, na primeira vez que compramos, eu tinha uma visão que se alterou quando alguns níveis inferiores foram rompidos.

Ainda tenho uma visão de alta para o futuro, mas caso o ouro continue caindo, isso poderia ser eliminado e minha projeção antiga, do final de 2019 ouro-caminho-incerto, pode se materializar.

O movimento mostrado nos últimos dias não permite nenhuma previsão de reversão. Vamos acompanhar sem posições!

O SP500 fechou a 3.638, com alta de 0,24%; o USDBRL a R$ 5.3260, com queda de 0,20%; o EURUSD a € 1,1956, com alta de 0,36%; e o ouro a U$ 1.788, com queda de 1,24%.

Fique ligado!