Teste duplo
O Mosca mudou de opinião?
Um
artigo publicado pela Bloomberg, elaborado por Lionel Laurent, comenta sobre a
recente alta.
A alta está realmente sendo impulsionada por pessoas que buscam proteção de um mundo mais incerto? Uma vacina Covid-19 está se aproximando; Donald Trump, cujo conselheiro Steve Bannon aplaudiu o Bitcoin como parte de uma "revolta populista global", está de saída. Os mercados globais de ações estão perto das máximas de todos os tempos.
Se existe alguma semelhança, o Bitcoin se parece muito mais com um mercado de ações bombado do que uma versão digital do ouro, que mal se moveu desde o final de outubro, à medida que a confiança sobre uma cura para o vírus melhorou gradualmente. Dá para entender por que os céticos dos fundos de hedge, como Ray Dalio, não se encantam com o Bitcoin
A recente correlação acima da média da criptomoeda com as ações é boa quando tudo está subindo, mas não em tempos de estresse: Em meados de março, por exemplo, um voo para a segurança desencadeado pela Covid levou o Bitcoin à metade. Um estudo recente do Fed de Kansas City comparando títulos, ouro e Bitcoin entre 1995 e fevereiro de 2020 descobriu que os títulos do governo se comportavam "consistentemente" como um porto seguro, ouro "ocasionalmente" e Bitcoin "nunca".
Por trás da conversa sobre ouro digital está a realidade de um ativo errático, ainda especulativo, com potencial para grandes oscilações de preços. Dinheiro sério de investidores está mudando de mãos em bolsas de criptomoedas em parte porque uma oportunidade de negociação arriscada está no ar: o fundo de hedge carismático de Paul Tudor Jones, relacionou o Bitcoin a "investir no Google no início". Logo atrás do dinheiro “inteligente”, estão os apostadores animados do varejo que aparentemente usaram seus cheques de estímulo pandêmico de US $ 1.200 para comprar Bitcoin.
Enquanto
empresas de pagamento digital como PayPal e Square tem lançado aplicativos
para Bitcoin, esta alta de preço não tem nada a ver com pessoas comprando
cappuccinos. Dados da Chainalysis estimam que os traders representaram apenas
cerca de 1% da atividade cripto na América do Norte entre meados de 2019 e
meados de 2020, enquanto as bolsas representaram quase 90%. No leste da Ásia, o
maior mercado de criptomoedas do mundo, a negociação de Bitcoin é impulsionada pelo
Tether, um token usado como uma proxy do dólar americano, que está envolvido em
um processo de Nova York sobre supostas perdas encobertas.
Cripto ainda é uma aposta agressiva para ganhar fortunas, não um disruptor para o modo como as pessoas normais usam dinheiro.
Daí
a incompreensão de Dalio, que se perguntou esta semana se estava "deixando
de enxergar alguma coisa" depois de chamar o Bitcoin de bolha em 2017.
Nada havia mudado fundamentalmente a fraqueza do Bitcoin como moeda ou reserva
de valor, diz ele, e se um dia se tornasse uma ameaça para governos e bancos
centrais, seria abatido pelos reguladores. Nisso ele tem razão: o Bitcoin ainda
parece um ativo com dinâmica de preço semelhante a bolhas, exagerada pela
escassez artificial de seu limite de 21 milhões e uma mentalidade de entesouramento
entre seus fiéis, que estão acumulando quase 60% do estoque total.
Claro,
você poderia chamar de bolha um monte de coisas, incluindo mercados de
ações turbinadas como a Tesla, e os cheques em branco das SPACs. Mas o poder único da
euforia com o Bitcoin é demonstrado quando celebridades como JK Rowling e
Maisie Williams pedem publicamente dicas de
criptomoedas no Twitter. Pessoas como Novogratz e Elon Musk ficam felizes de
oferecer opiniões altistas.
Dada
essa exuberância, a alta de preços de 2020 significa uma queda em 2021? Não
necessariamente. Mas as forças que impulsionam o preço do Bitcoin não são tão
simples quanto seus defensores insistem.
O Mosca
não mudou sua ideia de que se trata de um modismo sem caraterísticas de
moeda. Como comentei no post citado acima, “são apenas alguns bits creditados
na conta sem nenhum lastro”. O impulso deste ano foi na esteira das injeções
maciças dos governos e bancos centrais, o mesmo argumento que comentei no post pressao-monetaria.
-
David, então por que o ouro não subiu?
Assim
como as ações de pequenas e médias empresas estão ainda com altas pequenas no
ano, em função das dúvidas dos investidores sobre esse segmento, eu poderia
fazer o mesmo raciocínio quando comparo o ouro ao Bitcoin, de uma forma um
pouco diferente: o ouro tem muito mais variáveis na análise, instrumentos, além
do fato de não ter uma quantidade limitada. Já o Bitcoin é mais fácil
“manipular” se 60% do estoque está nas mãos de quem acredita deter o monopólio
dessa riqueza e não vende, sobrando uma quantidade livre pequena.
Sob
essa ótica, seu sucesso depende da manutenção dos recursos injetados no sistema;
e/ou a elevação da inflação acima do esperado (que provavelmente ocorreria nos
próximos anos); e, não menos importante, de que não surja nenhuma outra moeda
digital que ameace sua supremacia, derrubando o conceito de limitação da quantidade.
Dos
argumentos acima, o que poderia fazer eu mudar de ideia seria a volta da
inflação, o que não está no radar dos principais economistas - não sendo esse
um conforto, afinal, eles trocam de opinião como eu troco de camisa (na verdade,
ultimamente de camiseta polo)! Hahaha .... Mas não posso descartar. Mesmo nesse
cenário, vou preferir o ouro, haja visto que tem uma tradição secular nesse
quesito.
No post mascaras-forever, fiz os seguintes comentários sobre o euro --- “ Ainda parece faltar uma pequena queda para orientar uma posição. Os níveis seriam: inicial a € 1,1720, que, se não sustentado a € 1,1670, o stop loss ficaria em € 1,1600. Parece um bom risco-retorno, embora não exista uma convicção muito grande (60%)” ...
Faria um pequeno ajuste na sugestão, o nível de compra passa a ser € 1,1720 e o stop loss a € 1,1600. Reforço que não é um trade com muita convicção, mas merece uma aposta dado o risco x retorno.
A segunda onda está em pleno andamento ao redor do mundo, principalmente na Europa e EUA, mas aqui aparenta estar ainda no início. Alguns laboratórios estão em fase avançada e muito próximos de obter a aprovação das autoridades.
A população mais afetada pela pandemia são as pessoas com mais de 70 anos, sendo assim, acredito que essa será a prioridade. No gráfico abaixo, encontra-se a quantidade por região
A Ásia é disparada a maior parcela, representado 50% do total com 247 milhões, seguida pela Europa (25%). A América latina representa menos de 10% com 38 milhões, não parecendo ser muito difícil organizar uma vacinação em massa.
O SP500 fechou a 3.557, com queda de 0,68%; o USDBRL a R$ 5,3926, com alta de 1,65%; o EURUSD a € 1,1857, com queda de 0,13%; e o ouro a U$ 1.871, com alta de 0,26%.
Fique ligado!
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