Refúgio seguro
As ações japonesas e taiwanesas estão atingindo máximas de várias
décadas esta semana, enquanto um rali no leste da Ásia está à frente de um nos
EUA. Muitos ativos asiáticos podem estar maduros por um período de superação de
seus equivalentes americanos.
Como sinal da forma como o vento está soprando, o desempenho este
ano do Nikkei 225 do Japão, o índice mais conhecido do país, está agora quase
exatamente em linha com o do S&P 500 em termos de dólar. O Topix mais
representativo do Japão ainda fica para trás, mas por uma margem decrescente.
As ações coreanas e taiwanesas estão ainda mais à frente.
O fator mais óbvio que pode ter mudado na esteira da eleição dos
EUA é a política comercial, uma mudança que beneficia não apenas as
empresas chinesas, mas qualquer uma de suas contrapartes em tecnologia e outras
cadeias de suprimentos. Os resultados mais fortes do que o esperado da Honda no
final da semana passada ajudaram a levantar as montadoras japonesas, mas a
perspectiva limitada de novas tarifas agressivas para os próximos quatro anos,
sem dúvida, também ajudou.
A balança comercial chinesa não sofreu o back sentido pelos outros países. A partir de 2020, acabou de desassociando do movimento global de comercio, sentido apenas incialmente uma retração bem inferior ao resto do mundo.
O recente aumento parece particularmente promissor para os investidores americanos, uma vez que quaisquer ganhos em ativos asiáticos serão ampliados por um dólar enfraquecido.
Com um governo dividido, as perspectivas de estímulo fiscal dos EUA parecem sombrias, o que significa que o fardo de sustentar a recuperação provavelmente cairá ainda mais sobre o Federal Reserve. Sendo todos iguais, taxas de juros mais baixas por mais tempo não são boas notícias para o dólar.
Até as notícias positivas sobre vacinas de segunda-feira foram
abafadas nos mercados dos EUA por desenvolvimentos políticos: os futuros do
S&P 500 subiram apenas para recuar para seu nível de pré-anúncio.
As economias desenvolvidas do Leste Asiático também estão superando
os pares ocidentais no controle pandêmico.
Nessa nota, vale a pena olhar em particular para os setores
cíclicos do mercado de ações, como industrial, discricionária do consumidor e
tecnologia. Os índices MSCI para setores cíclicos no Japão e na Ásia-ex-Japão
subiram mais de 10% em termos de dólar nos últimos três meses, ficando à frente
de seus pares europeus e norte-americanos mesmo após o anúncio de
segunda-feira.
O leste da Ásia pode se beneficiar diretamente dos problemas da
Europa, uma vez que os investidores americanos com uma alocação específica para
mercados internacionais desenvolvidos podem mudar diretamente deste último para
o primeiro.
As ações chinesas superaram seus pares americanos no ano, embora
os investidores possam preferir mercados menos dominados por investidores
individuais e menos sensíveis a tumultos políticos. Os títulos do governo chinês
ainda oferecem valor. O yuan continua a se fortalecer, e há muitos poucos lugares
no mundo onde um título com vencimento em 2023 oferece um rendimento de quase
3%, com risco de crédito insignificante e risco limitado de moeda ficar negativa.
Juntos, esses três fatores — comércio, dólar e pandemia — poderiam
dar um impulso significativo para muitos ativos asiáticos. A recuperação
nascente e dominada pelas exportações da região e os desenvolvimentos nos EUA a
colocaram em uma boa posição indo para o final do ano.
Eu reforço minha tese que os investidores deveriam aumentar
sua alocação de recursos nesses mercados. No JPMorgan, de acordo com seus
dados, menos de 5% do portfolio de seus clientes se encontram nessa região.
Participei de um call da Goldman Sachs ontem, cujo objetivo
inicial era comentar sobre os impactos do novo governo, mas foram atropelados
pelo anúncio da Pfizer, o que acarretou a inclusão de alguns slides sobre o
assunto.
Vou mostrar o que me pareceu mais importante desse evento.
Incialmente, vejam a projeção do GS para o PIB, nos diversos países e regiões, comparados como o consenso da Bloomberg. Essa visão mais otimista já é compartilhada por esse banco a algum tempo, e o principal argumento é sua crença que a vacina estará disponível bem antes que os outros projetam.
No post fomos-enganados, fiz os seguintes comentários
sobre o Ibovespa: ... “Nessa nova consideração,
estamos dentro de uma correção que deveria terminar em algum ponto dentro da
elipse, sendo o mais provável dentro a do retângulo, ou seja:
1 º suporte – 90.700
2º suporte (preferência) –
86.000/84.200
3º suporte – 75.700/74.800” ...
...” a boa notícia é que, depois dessa correção terminada, um novo movimento de alta irá ocorrer, ou seja, a previsão de alta do Ibovespa no médio prazo não mudou” ...
O que saiu errado?
Nada, apenas a
correção foi num nível muito “ralo” de acordo com os padrões esperados, mas sem
violar nenhuma regra básica. Isso normalmente ocorre em movimentos potentes.
Vou buscar agora um ponto de entrada, pois devemos estar
entrando numa onda 3!
No gráfico a seguir, estão apontados os possíveis níveis de
entrada. Para que tenham uma visão mais clara dos motivos que me levam a esses parâmetros,
teria que publicar um gráfico com janela mais curta, mas eu prometi que não
iria fazer para não confundir os leitores. Só resta vocês confiarem no Mosca.
Nos próximos dias terei a confirmação se a onda (1) em azul terminou ou não, caso não tenha terminado, os níveis adotados a seguir poderão se alterar.
Notem como a forma de operar usando análise técnica evolui:
incialmente se estabelece uma configuração de ondas segundo a experiencia do
analista; em seguida, uma verificação se nada foge aos guide lines; passado
esse ponto, é estabelecido se o mercado está numa correção, ou num movimento impulsivo;
no primeiro caso, acompanha-se a trajetória que a correção está formando, e
observa se os parâmetros de preço, até que uma possível mudança de direção
ocorra; no segundo caso é hora de agir e dependendo em que onda o mercado se
encontra, a forma de atuar é diferente. No caso do Ibovespa acredito que
estamos entrando nesse último caso.
O SP500 fechou a 3.545, com queda de 0,14%; o USDBRL a R$
5,4127, com alta de 0,50%; o EURUSD a € 1,1809, sem variação; e o ouro a U$
1.872, com alta de 0,58%.
Fique ligado!
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