Ouro: caminho incerto
2019 foi um ano em que o ouro foi mais badalado, junto com o
Bitcoin fizeram um par meio psicodélico. Chamei desta forma pela diferença na
volatilidade entre ambos, pois enquanto o metal permanece com oscilação baixa,
o segundo se move de forma mais arisca. O gráfico abaixo mostra como nesse ano,
ambos passaram de uma correlação negativa para uma positiva. É verdade não
andam de mãos dadas, porém se movimentam na mesma direção.
O motivo dessa nova tendência tem a haver com a queda dos
juros que ocorreu nos títulos americanos até o mês de setembro, e não por
coincidência, a partir daí perderam parte do brilho. O que vai ocorrer daqui em
diante depende muito do comportamento dos juros. Isso vale para o casal
“psicodélico”.
No final de 2018, no post o-ouro-sai-da-reserva, fiz
os seguintes comentários sobre o ouro: ... “No cenário “quem dá menos”, o ouro estaria a caminho da
alta, de forma mais direta, ou até, levemente tortuosa, conforme traçado a
seguir. Independente do caso, em algum momento o nível de U$ 1.400 (↑ 12%)
seria rompido. Um primeiro objetivo aconteceria ao redor de U$ 1.500 (↑ 20%)
/U$ 1.550 (↑ 25%)” .... Para relembrar os leitores, esse era o
cenário onde o Fed deveria cortar juros. Ao observar a máxima atingida pelo o
ouro em setembro desse ano, de U$ 1.557, ficou apenas U$ 7 da previsão feita
pelo Mosca – nada mal!
Já naquele momento externei minhas dúvidas quanto ao futuro
após o atingimento do objetivo acima – U$ 1.550 ... “Caso continue subindo o próximo objetivo
seria U$ 1.750 (↑ 40%), para em seguida, poder testar a máxima histórica de U$
1.920 (55%). Caso volte a cair, aumentariam as chances de o ouro buscar o
objetivo traçado de U$ 900” .... Esse é o momento em que nos
encontramos agora.
Poderia fazer um past
copy do parágrafo acima em relação as minhas expectativas para 2019. No
gráfico a seguir encontram-se de forma visual essas hipóteses. No curto prazo,
conforme colocado nos posts recentes sobre o metal, espero um momento para
entrar na compra no nível entre U$ 1.410/U$ 1.420 futuro-da-mobilidade.
Supondo que minha premissa de curto-prazo aconteça, o ouro
deveria atingir o objetivo de U$ 1.720. É a partir daí que o cenário apresenta
um pivô, conforme denotado com a linha vermelha
Caso continue subindo desse ponto, tudo indica que
estaríamos a caminho de atingir novas máximas superando a marca de U$ 1.920,
atingida em 2011, logo no início do Mosca.
Ressalto como o mercado depois de um movimento de alta direcional iniciado em
2011, fica um tempo enorme para corrigir parte dessa alta. Esse novo movimento
está demarcado com a linha laranja.
Por outro lado, pode ser que a correção que estamos
vivenciando ainda não terminou, e uma nova onda de queda se iniciaria a partir
desse nível, com potencial de romper a mínima de U$ 1.052 atingida em 2015.
- David, entendi, mas
o que fazer se atingir U$ 1.720 como você está prevendo?
Como você notou nas
previsões que já publiquei até hoje, o cenário para 2019 não parece muito
linear, na maioria dos ativos em algum momento, o movimento ocorrido no passado
recente poderá terminar e reverter. Do ponto de vista técnico, o próximo ano
sugere muita cautela e disciplina, que deve ser encarado de forma agnóstica.
Em termos de posições vamos observar como os mercados irão
se comportar, o shape, e os níveis
estabelecidos. Pelo menos, não precisamos ficar enraizado numa ideia
pré-estabelecida, o resto, Let’s the
market speak.
O SP500 fechou a 3.195, com alta de 0,10%; o USDBRL a R$
4,0647, com queda de 0,17%; o EURUSD a € 1,1117, com queda de 0,30%; e o ouro
a U$ 1.475, sem alteração.
Fique ligado!
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