Futuro da mobilidade
Como já comentei anteriormente, vendi meu carro há 18 meses,
posso afirmar que é uma delícia. É verdade que eu não me locomovo com muita frequência
pois trabalho em Home Office, mas quando necessito chamo o Uber aproveitando o
percurso para “trabalhar” e não ficar irritado com o transito de uma cidade
como São Paulo. O único carro da casa é da minha esposa que acabo usando raras
vezes. Agora, toda vez que chega o pagamento do IPVA, seguro ou o custo de uma manutenção
é um mal humor só, pois a comodidade tem um custo. Na verdade, uma pseudo
comodidade, pois para mim, o Uber é muito mais cômodo!
Outro dia assisti uma apresentação de Tony Seba, numa conferência
patrocinada pelo JPMorgan sobre o futuro do transporte. Vou anotar alguns
pontos que considero mais relevantes desse tema:
·
10% das pessoas que vendem seus carros não estão
repondo.
·
Energia “limpa” deve causar rupturas nos
seguintes mercados: Baterias, veículos elétricos, veículos autônomos, transporte
on demand, solar.
·
Os custos das baterias caíram 90% em 6 anos.
·
Um SUV consome em média U$ 15.000 de gasolina em
5 anos, um carro elétrico equivalente custa U$ 1.560 de energia.
·
Um carro normalmente tem +2000 partes moveis, um
carro elétrico 18!
·
Um carro de frota roda 100 mil Km/ano. Em 5 anos
seria necessário trocar 3 vezes o carro, enquanto com o carro elétrico somente
1 vez.
·
O custo do carro elétrico caiu dramaticamente,
sendo assim, em 2025 todos os carros serão elétricos.
·
Considerando que as empresas de transporte autônomo
usem: veículo autônomo, elétrico, o custo por Km será 90% mais barato que ter
um carro próprio.
·
Em 10 anos, o transporte será feito 90% com
empresas de terceiros ao invés de uso de carro próprio.
·
Implicações: Uma família americana vai
economizar U$ 5.600/ano; o custo por milha será de U$ 0,10, ou seja, com U$ 1
se pode ir a qualquer lugar; diminuição dramática do trafego; 90% da queda em
emissão de CO2; diminuição da demanda de petróleo em 30% levando o preço do petróleo
para U$ 20/U$ 25; 1/3 dos terrenos das cidades americanas ficarão ociosos, pois
a necessidade de estacionamentos cairá dramaticamente.
Então, não é chocante? Essas são as implicações mais
evidentes, porém, devem ter muitas outras com impacto menor. Com essas projeções
muitas indústrias e serviços vão sumir e preços em geral irão cair. Isso é que
se chama revolução tecnológica!
Em termos de investimento quais os cuidados a serem tomados:
primeiro e mais importante evitar as empresas que sofreram o impacto; e depois
as que podem se beneficiar. Um setor que irá impactar diretamente é o automobilístico,
na verdade, já está sofrendo. Veja a seguir uma reportagem publicada na Business
Finance.
A indústria automobilística global continua a se deteriorar,
principalmente devido à quebra de consumidores após uma década de baixas taxas
de juros e incentivos infinitos.
A desaceleração automática provocou recessões de fabricação em todo o mundo, incluindo centros de produção nos EUA, Alemanha, Índia e China. Uma desaceleração prolongada provavelmente resultará em crescimento global estagnado, à medida que o comércio mundial continuar desacelerando até 2020.
A equipe de economia da Fitch Ratings publicou um novo relatório no início desta semana, divulgado pela CNBC, descrevendo como as vendas globais de automóveis deverão cair a uma taxa nunca vista desde a última crise financeira.
A desaceleração automática provocou recessões de fabricação em todo o mundo, incluindo centros de produção nos EUA, Alemanha, Índia e China. Uma desaceleração prolongada provavelmente resultará em crescimento global estagnado, à medida que o comércio mundial continuar desacelerando até 2020.
A equipe de economia da Fitch Ratings publicou um novo relatório no início desta semana, divulgado pela CNBC, descrevendo como as vendas globais de automóveis deverão cair a uma taxa nunca vista desde a última crise financeira.
As vendas mundiais de automóveis caíram de 80,8 milhões em
2017 para 80,6 milhões em 2018, o que foi o primeiro declínio anual em quase
uma década. As vendas de 2019 provavelmente cairão 3,1 milhões, ou 4%, para
77,5 milhões, a queda mais significativa desde 2008. A desaceleração nas vendas
de automóveis tem sido um dos maiores contribuintes para a recessão global da
fabricação.
"A desaceleração do mercado global de automóveis desde meados de 2018 tem sido uma força importante por trás da queda na manufatura global, e o cenário de vendas de carros está ficando muito pior do que esperávamos em maio", Brian Coulton, economista-chefe da Fitch, disse em um comunicado.
A China foi rotulada como a principal fonte de queda da demanda. As vendas de automóveis no acumulado do ano caíram 11% em relação aos dez primeiros meses de 2018. Não há sinais de recuperação no setor em 2020. Os EUA e a Europa Ocidental deverão ter um declínio de 2% este ano. O Brasil, a Rússia e a Índia devem registrar uma queda de pelo menos 5,5% no acumulado do ano.
"Estruturalmente, as preocupações ambientais com os carros a diesel - e as respostas regulatórias antecipadas - e o crescimento dos programas de carona e compartilhamento de carros pesam na demanda de automóveis", disse Coulton à CNBC.
A Fitch também alertou que a indústria automobilística global não se recuperará em 2020 e também é provável que a indústria tenha entrado em um período de baixo crescimento.
"Embora não tenhamos um declínio acentuado na produção global em 2020, as perspectivas para o setor automotivo apontam para melhor estabilização do que para qualquer recuperação acentuada", disse Coulton.
"A desaceleração do mercado global de automóveis desde meados de 2018 tem sido uma força importante por trás da queda na manufatura global, e o cenário de vendas de carros está ficando muito pior do que esperávamos em maio", Brian Coulton, economista-chefe da Fitch, disse em um comunicado.
A China foi rotulada como a principal fonte de queda da demanda. As vendas de automóveis no acumulado do ano caíram 11% em relação aos dez primeiros meses de 2018. Não há sinais de recuperação no setor em 2020. Os EUA e a Europa Ocidental deverão ter um declínio de 2% este ano. O Brasil, a Rússia e a Índia devem registrar uma queda de pelo menos 5,5% no acumulado do ano.
"Estruturalmente, as preocupações ambientais com os carros a diesel - e as respostas regulatórias antecipadas - e o crescimento dos programas de carona e compartilhamento de carros pesam na demanda de automóveis", disse Coulton à CNBC.
A Fitch também alertou que a indústria automobilística global não se recuperará em 2020 e também é provável que a indústria tenha entrado em um período de baixo crescimento.
"Embora não tenhamos um declínio acentuado na produção global em 2020, as perspectivas para o setor automotivo apontam para melhor estabilização do que para qualquer recuperação acentuada", disse Coulton.
Nesse artigo se pode notar que o analista não assistiu à
apresentação do Tony Seba, pois não cobre uma visão de longo prazo muito mais
severa, apenas diz que o mercado poderá melhorar mantendo os níveis atuais. Muito
cuidado com a indústria automobilística e correlatos, vai ter muita
consolidação e diminuição ou fechamento de empresas.
Costumeiramente eu posto nas sextas-feiras minha análise
sobre os juros de 10 anos, porém, dado o que ocorreu esta semana (nada!), não
vou enrolar, prefiro atualizar o ouro. No post duvidas-da-nova-geração. fiz os seguintes comentários: ... “ainda não atingiu o nível considerado mais “seguro” para
a compra. No gráfico a seguir, tracei os níveis para essa nova sugestão de
trade. Compra no nível de U$ 1.415, com stoploss a U$ 1.375” ...
O ouro está resistindo bravamente em chegar ao nosso nível,
com pequenas oscilações nos últimos dias, se encontra agora em U$ 1.460, ainda
U$ 50 dólares acima do nível que estabelecemos.
O espaço está se estreitando para uma definição, pois como
eu já havia definido anteriormente, a correção que eu estou esperando do ouro
pode ter terminado. Se o ouro subir acima de U$ 1.470/U$ 1.490, vou decidir o
que fazer, e caso contrário, se continuar em queda, anotei acima nosso call de
compra.
Uma observação recente mostra a elevada correlação entre o
metal e os juros de 10 anos, sendo assim, não é à toa que ambos ativos se
encontram de lado. Notem que, o significado dessa correlação é que, se o juro
sobe o ouro cai, e vice-versa.
Se isso se mantiver – correlação, e o Mosca quer apostar na alta do ouro, implicaria numa queda dos
juros. Assim como cada macaco fica no seu galho, prefiro analisar cada um
especificamente, pois a correlação deste tipo existe até a hora que não existe
mais, e isso pode ser exatamente quando você resolveu apostar.
O SP500 fechou (operou somente na parte da manhã) a 3.140,
com queda de 0,40%; o USDBRL a R$ 4,2271, com alta de 0,89%; o EURUSD a €
1,1022, com alta de 0,14; e o ouro a U$ 1.463, com alta de 0,36%.
Fique ligado!
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