Os sem posse
Nos EUA se tem noticiado que, a geração dos Milennials não
compra praticamente nada, quando quer algum bem de consumo aluga. Eu não tinha
ideia da dimensão dessa disposição até me deparar com o estudo elaborado pela
Visual Capitalist. Embora no Brasil ainda não é tão difundido, essa tendência
começa a aparecer.
A geração millennial não apenas exige a conveniência de
fazer compras instantâneas, como agora pode alugar quase o que quiser, a
qualquer hora e em qualquer lugar.
Visualizando o crescimento da economia de aluguel
O infográfico a seguir analisa mais profundamente a economia de aluguel de bens de consumo e o possível impacto a longo prazo dessa mudança no comportamento do comprador.
Embora o mercado atual de aluguel ainda esteja em seus estágios iniciais, o grande momento que a indústria ganhou no ano passado é suficiente para ameaçar até os maiores varejistas - forçando-os a reconsiderar seus próprios modelos de negócios.
Os dados acima são da empresa de pesquisa de mercado Lab.
42. Em uma pesquisa com 500 pessoas, eles descobriram que 94% da população dos
EUA participou da economia de compartilhamento de uma maneira ou de outra.
Enquanto o foco da economia de compartilhamento normalmente brilha em gigantes globais como Airbnb e Uber, a pesquisa usada para preencher esse infográfico se concentra no aluguel de bens de consumo por um curto período de tempo, como um subsegmento da economia de compartilhamento.
A Revolução do Aluguel
As ofertas no setor de aluguel explodiram na última década, com os móveis sendo a categoria número um do que os consumidores alugam.
De acordo com o infográfico, as razões para alugar móveis incluem
Alojamento temporário: 45%
Custos iniciais caros: 43%
Testando produtos antes de confirmar: 41%
Organizando eventos em casa: 35%
Mudança para uma nova casa: 29%
Redesenhar uma casa: 27%
Outros produtos que os consumidores alugam incluem sistemas, roupas, ferramentas e jogos. Locatários do sexo feminino são mais propensos a alugar móveis, roupas e joias, enquanto locatários do sexo masculino são mais propensos a alugar ferramentas e jogos.
O aluguel de mercadorias é feito predominantemente conforme a necessidade. O relatório do Lab. 42 afirma que, para roupas, 77% dos entrevistados indicam que alugam para uso ou para um evento formal.
O fim da propriedade?
Apesar do equívoco comum de que a geração do milênio é motivada por necessidades emocionais, as razões por que eles alugam bens de consumo são muito mais pragmáticas.
Testam as coisas antes de comprar: 57%
Precisam de uma solução temporária: 55%
Precisam de um item ou serviço por um curto período de tempo: 52%
Mais barato que comprar: 43%
Mais conveniente do que comprar: 42%
Além disso, apenas 6% disseram que alugam porque não gostam de possuir coisas. Isso nos diz que a economia de aluguel não indica o fim da propriedade, mas fornece uma estratégia para os consumidores experimentarem antes de comprá-los.
Atitudes em relação à
sustentabilidade
Segundo a pesquisa, pouquíssimos millennials optam por alugar bens de consumo porque é melhor para o meio ambiente. No entanto, a Nielsen afirma que 73% dos millennials estão dispostos a pagar mais por ofertas sustentáveis - impactando tanto os setores de varejo quanto os de aluguel.
Como prova disso, a Ikea testará uma série de ofertas de leasing por assinatura em todos os 30 de seus mercados até 2020, em uma tentativa de atrair consumidores ecologicamente conscientes e aumentar suas credenciais de sustentabilidade. Se o modelo de negócios em evolução da Ikea for um sucesso, ele poderá abrir as comportas para que outras empresas sigam o exemplo.
Um mercado promissor
No setor de aluguel de roupas, marcas como Rent tthe Runway abrem o caminho. Mas também houve uma explosão de startups no mercado no ano passado.
Um exemplo é o serviço de assinatura mensal Nuuly. A empresa oferece aos consumidores acesso a mais de 100 marcas de terceiros e itens antigos. Os consumidores podem emprestar até seis itens por mês por US $ 88. Da mesma forma, o programa Style Drop da American Eagle aluga as últimas coleções por uma taxa mensal fixa de US $ 49,95.
À medida que mais empresas incorporam serviços de aluguel de curto prazo em suas ofertas, mais millennials mudam seu comportamento de compra para locação - interrompendo o modelo tradicional de negócios de varejo como o conhecemos. Dito isso, o impacto da geração do millennial de ter tudo e não possuir nada, ainda está para ser determinado.
O Mosca tem uma
visão um pouco mais pragmática sobre esse assunto. Talvez o real motivo que
leva essa nova geração a não possuir quase nada, podem ser duas: primeiro o mundo
maravilhoso do Facebook e Instagram desperta a vontade de viver experiências
através de restaurantes muito caros, vinhos, além de viagens -isso na minha
casa é visível entre filhos e enteadas; como consequência não sobra dinheiro
para a poupança, logo, só resta o aluguel.
Acredito que se essa atitude se tornar uma tendência global
seus impactos serão importantes: primeiro nos negócios, que não estão preparados
para alugar produtos e sim vender; o surgimento de Proprietários Profissionais
– denominação criada pelo Mosca, que
permitirão a intermediação da posse ao aluguel; e a despoupança futura dos
jovens.
Desses o mais perigoso é esse último, os dois primeiros se
referem a mudanças nos negócios que vai gerar novas oportunidades bem como
falências.
Essa nova forma de vida leva em consideração que, por
exemplo, ao invés de comprar um imóvel onde uma poupança é formada no tempo, os
jovens comprometem parte de seu rendimento salarial para ter uma moradia. E
assim fazem com os outros itens. Numa evolução profissional esperada, esses
itens terão menos peso no futuro. Mas nessa segunda fase, eles não tenderiam a
melhorar sua moradia? Bem possível. Não se pode esquecer que entra em cena
nesse próximo momento, a educação dos filhos, que cada dia é mais cara.
Esse modelo funciona bem enquanto existe um fluxo de
entrada, porém ele tende a diminuir consideravelmente quando esse grupo se
aposentar. No futuro, provavelmente os gastos mudarão de categoria, onde a
saúde terá um peso maior.
A propriedade de um carro, moradia, poupança se faz
necessária num momento de necessidade, que ocorre na vida de qualquer pessoa.
Como ficarão esses momentos daqui em diante?
Não sei como será a vida dessa geração daqui a 30/40 anos,
mas certamente seus filhos terão um grande impacto. Hoje em dia, uma parcela do
patrimônio formado durante a vida é transferida aos filhos depois da morte. Aos
filhos dos millennials ao invés de patrimônio será herdado boletos para pagar!
Hahaha ...
No post o-penúltimo-tango-em-Buenos-aires, fiz os seguintes
comentários sobre o dólar: ... “O abandono da opção de um triângulo abre a possibilidade
para alguns cenários possíveis para o dólar. Em todos tem algo em comum, que um
novo movimento de alta deveria ocorrer mais à frente” ... ... “O primeiro nível
seria ao redor de R$ 3,95, seguido de perto por R$ 3,90. Esses dois parâmetros
indicariam um determinado cenário técnico. Se a queda não for contida nesses
níveis, surge R$ 3,80 e em seguida R$ 3,65/3,68, com outro panorama” ...
Na semana passada eu disse que a opção triangulo foi
eliminada. Certamente não foi clara essa explicação, pois está eliminado o triangulo
que era esperado no curto prazo. Como se poderá notar a seguir, numa janela
semanal, ainda é possível que estejamos dentro de um triângulo maior. Não que
esse detalhe modifique os níveis que defini anteriormente, mas poderia deixar
os leitores confusos.
Na opção amarela seria o eventual triângulo que comento
acima, já em verde uma formação flat. A
diferença entre ambas e a profundidade da queda do dólar bem com a extensão
para o termino da correção. No primeiro caso (amarelo) e mais “rasa”, porém
mais demorada, enquanto a segunda (verde) mais extensa, porém mais rápida. No
nível atual do dólar não me parece interessante qualquer posicionamento.
Naturalmente, se a cotação chegar a R$ 3,60 ainda teria 10%
do nível atual, mas e se for R$ 3,85? Muito pouco a ganhar. Só me pareceria atraente,
caso a cotação suba a R$ 4,05 – R$ 4,10. Vamos ficar de olho.
O SP500 fechou a 3.078, com alta de 0,37%; o USDBRL a R$
4,0122, com alta de 0,45%; o EURUSD a € 1,1127, com queda de 0,31%; e o ouro
a U$ 1.505,73, com queda de 0,40%.
Fique ligado!
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