Perspectiva histórica dos juros
Hoje, vivemos em um ambiente de baixa taxa de juros, onde o
custo dos empréstimos para governos e instituições é menor que a média
histórica. É fácil ver que as taxas de juros estão baixas, mas, como se pode
verificar a seguir, elas também estão no nível mais baixo dos últimos 670 anos.
O gráfico a seguir, aponta a evolução das taxas de juros em diversos países.
O comércio trouxe muitas boas ideias para a Europa, ajudando
a estimular o Renascimento e o desenvolvimento da economia monetária.
Os principais portos e países comerciais europeus, como a República de Gênova
ou a Holanda durante o período da Renascença, ajudam a fornecer uma boa
indicação do custo dos empréstimos no início da história das taxas de juros.
República de Gênova: 4-5 anos Taxa de empréstimo
Gênova tornou-se associado júnior do Império Espanhol, com banqueiros genoveses
financiando muitos dos empreendimentos estrangeiros da coroa espanhola.
Os banqueiros genoveses forneceram à família real espanhola crédito e renda
regular. A coroa espanhola também converteu remessas não confiáveis de prata
do Novo Mundo em capital para novos empreendimentos através de banqueiros em
Gênova.
Um título perpétuo é um título sem data de vencimento. Os investidores podem tratar esse tipo de título como um patrimônio, não como dívida. Os emissores pagam um cupom em bônus perpétuos para sempre e não precisam resgatar o principal - como os dividendos de uma empresa de primeira linha.
Em 1640, havia tanta confiança na dívida pública da Holanda que tornou possível o refinanciamento da dívida pendente com uma taxa de juros muito mais baixa de 5%.
Os mutuários provinciais e municipais holandeses emitiram três tipos de dívida:
Notas promissórias (Obligatiën): Dívidas de curto prazo, na forma de títulos ao portador, que eram prontamente negociáveis
Títulos resgatáveis (Losrenten): Pagavam juros anuais ao detentor, cujo nome aparecia em um livro de dívida pública até o pagamento do empréstimo
Renda vitalícia (Lijfrenten): juros pagos durante a vida do comprador, onde a morte cancela o principal
Ao contrário de outros países em que os banqueiros privados emitiram dívida pública, a Holanda lidou diretamente com os possíveis detentores de títulos. Eles emitiram muitos títulos de pequenos cupons que atraíram pequenos poupadores, como artesãos e muitas vezes mulheres.
Rule Britannia: Fundos consolidados
Em 1752, o governo britânico converteu todas as suas dívidas pendentes em um título, as Anuidades Consolidadas de 3,5%, a fim de reduzir a taxa de juros paga. Cinco anos depois, a taxa de juros anual dos títulos caiu para 3%, ajustando os títulos como Anuidades consolidadas de 3%.
A taxa do cupom permaneceu em 3% até 1888, quando o ministro
da Fazenda converteu as Anuidades Consolidadas de 3%, juntamente com Anuidades
Reduzidas de 3% (1752) e Novas Anuidades de 3% (1855), em um novo título - o
Estoque foi consolidado a 2,75%. A taxa de juros foi reduzida ainda mais para
2,5% em 1903.
As taxas de juros voltaram a subir brevemente em 1927, quando Winston Churchill emitiu um novo título do governo a 4%, como um refinanciamento parcial dos títulos de guerra da Primeira Guerra Mundial.
Ascenção americana: Notas do Tesouro dos EUA
As taxas de juros voltaram a subir brevemente em 1927, quando Winston Churchill emitiu um novo título do governo a 4%, como um refinanciamento parcial dos títulos de guerra da Primeira Guerra Mundial.
Ascenção americana: Notas do Tesouro dos EUA
O Congresso dos
Estados Unidos aprovou uma lei em 1870, autorizando três questões de
consolidação, separadas com privilégios de resgate após 10, 15 e 30 anos. Esse
foi o começo do que ficou conhecido como Letras do Tesouro, a referência
moderna para as taxas de juros.
A grande inflação da década de 1970
A grande inflação da década de 1970
Na década de 1970, o mercado de ações global estava uma bagunça. Durante um período de 18 meses, o mercado perdeu 40% de seu valor. Por quase uma década, poucas pessoas queriam investir em mercados públicos. O crescimento econômico foi fraco, resultando em taxas de desemprego de dois dígitos.
As políticas de juros baixos do Federal Reserve no início dos anos 70 incentivaram o pleno emprego, mas também causaram inflação alta. Sob nova liderança, o banco central posteriormente reverteria suas políticas, elevando as taxas de juros para 20% em um esforço para restaurar o capitalismo e incentivar o investimento.
Olhando para o futuro: dinheiro barato
Desde então, as taxas de juros estabelecidas pela dívida do governo têm diminuído rapidamente, enquanto a economia global se expandiu aceleradamente. Além disso, as crises financeiras levaram as taxas de juros pouco acima de zero, a fim de estimular gastos e investimentos.
Nunca na história do mundo, os juros estiveram tão baixos. Como se pode notar no gráfico acima, em nenhum momento se aproximou de 0%, quiça negativo. Também é visível períodos aonde os juros sobem consideravelmente de forma abrupta, provavelmente por alguma barbeiragem da autoridade monetária. Parece claro, que em algum momento isso (descontrole) deve acontecer, se é agora ou daqui a 10 anos faz muita diferença!
No post e-uma-miragem-ou-e-real, fiz os seguintes
comentários sobre o Ibovespa: “... “Na região em
amarelo, compreendida entre 106.000/104.500, podemos considerar normal; abaixo,
e até 103.500 (vermelho), o nível de retração pode se considerar estendida; e
no máximo (verde), a contenção deveria se reter pela reta cinza, ao redor de
102.000” ...
Depois de uma
recuperação na semana passada que poderia indicar o reinicio da alta,
objetivando romper o nível de 110 mil, sofreu um retrocesso nesta semana,
colocando em questão essa hipótese – de alta. Um dos possíveis motivos se
refere aos maus resultados da balança de pagamentos publicada ontem, que por
sua vez, culminou com o rompimento do nível de R$ 4,20 para o dólar.
O leitor pode estar
se perguntando, porque o dólar subiu nestas últimas semanas. Existem alguns
motivos que podem justificar essa deterioração, mas na opinião do Mosca o
principal é a queda de todas as moedas emergentes em relação ao dólar conforme
se pode notar a seguir.
Uma outra dúvida
que pode surgir é: porque então o dólar em relação ao real sobe hoje 0,88%,
enquanto o mesmo movimento não se observa nos outros emergentes? Não é porque o
Mosca deu um call de compra de dólar, mas sim, porque em rompimentos
como a ocorrida hoje, a reação é mais violenta. No fechamento as cotações
recuaram consideravelmente das máximas. Isso pode indicar a possibilidade de um
false break, sendo assim, vou sair da posição no fechamento a R$ 4,2350.
Pelo sim, pelo não, o dólar apresentou um movimento que gera duvida de sua
continuidade.
Esse movimento do
dólar, não se trata da maioria das desvalorizações ocorridas no passado, onde o
motivo era uma piora do “risco Brasil”, mas por uma conjuntura internacional.
Sendo assim, não deveria ter influência na bolsa brasileira de forma
generalizada, e sim de forma especifica, penalizando as empresas com passivo em
dólares e beneficiando as com ativos em dólares.
O SP500 fechou a
3.140, com alta de 0,22%; o USDBRL a R$ 4,3250, com alta de 0,25%; o EURUSD a € 1,1025, com alta de
0,11%; e o ouro a U$ 1.462, com alta de 0,53%.
Fique ligado!
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