Real: O fluxo que nunca chegou



Antes de iniciar a análise de hoje queria informar aos leitores que, a postagem da última sexta-feira, ficou faltando um gráfico, bem como um outro estava em local errado. Esses erros foram sanados. Sugiro que revistem o blog para melhores esclarecimentos vivendo-num-mundo-sem-juros.

Em 2019, com a vitória de Jair Bolsonaro para Presidente, muitos analistas projetavam que uma montanha de dólares viria para o Brasil, afinal, com o PT fora do páreo tudo ficaria mais claro.

No final de 2018 a cotação do dólar estava em R$ 3,90, não muito diferente de hoje. Em fevereiro chegou a mínima do ano em R$ 3,63, e daí em diante percorreu um caminho nitidamente de alta. Em relação aos dólares que se esperava, acabou acontecendo ao contrário, com grandes remessas para o exterior. O que aconteceu?

Na verdade, alguns fatores contribuíram para essa trajetória, sendo os principais: Primeiro e mais importante, todas as moedas de países emergentes tiveram trajetória semelhante (desvalorização), alguns mais, muito mais, como a Argentina, e outros menos, como as moedas dos países asiáticos; segundo, para as empresas ficou muito mais barato captar recursos no mercado local e pré-pagar seus empréstimos no exterior.

Mas algo de muito diferente aconteceu desta vez: os motivos que fizeram com que o real se desvalorizasse não tinha nada a ver com os velhos motivos. Sendo assim, o risco Brasil medido pelo CDS brasileiro, ao invés de subir, caiu, deixando vários investidores perdidos. O gráfico do CDS – Credit Default Swap – brasileiro, que mede o risco Brasil atingiu a menor cotação dos últimos 5 anos, abaixo de 100 pontos.


Mais recentemente, o nível de R$ 4,25 foi testado sem sucesso, tratando-se de um false break. O Mosca se envolveu num trade com o objetivo de apostar na alta do dólar, porém rapidamente zeramos a posição, quando se constatou esse evento.

No post do final de 2018 real-refém-do-exterior, o Mosca balizou uma alta para o dólar, projeção essa, que se contrapunha as previsões dos analistas: ... “Conforme se pode verificar a seguir, o dólar estaria na eminência de uma queda que levaria as cotações ao redor de R$ 3,60/ R$ 3,55, para em seguida reverter. A partir daí, voltaria a subir para ultrapassar a máxima de R$ 4,24” ...

A retrospectiva do movimento de alta do dólar ocorreu em boa concordância com as previsões acima. Talvez mais demorado do que eu estava esperando, porém, correções ocorrem desta forma. 

Para 2020 se pode dizer que, as previsões se repetem as premissas de 2018.  De forma semelhante, o Mosca trabalha com dois cenários de alta, um mais demorado e outro mais rápido, sendo o objetivo final de R$ 4,70 (a ser melhor calculado a frente).

Mais rápido – No gráfico acima corresponde a linha traçada em azul. Neste caso, as cotações retornariam a casa do R$ 3,50, para em seguida seguir numa trajetória de alta, levando o dólar ao nível apontado acima (R$ 4,70).

Mais devagar – Essa situação está representada pela linha laranja, contida dentro de um triângulo ascendente - reta inferior em cinza e pela cotação superior ao redor de R$ 4,25.

Em termos de data, a segunda queda deveria terminar em 2020, enquanto a primeira poderia se estender até 2021.

Didaticamente, sempre é possível que sua projeção não se concretize, no caso do dólar, as premissas acimas deveriam ser revistas, caso o dólar recue abaixo de R$ 3,10. Considero essa situação de baixa probabilidade.

O SP500 fechou a 3.191, com alta de 0,71%; o USDBRL a R$ 4,0628, com queda de 1,10%; o EURUSD a 1,1140, com alta de 0,19%; e o ouro a U$ 1.475, sem variação.

Fique ligado!

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