2020: O ano que não acaba


Não poderia repetir o mesmo título usado no ano passado - O ano da surpresa - mesmo que se enquadre perfeitamente. Se o Mosca considerou 2019 dessa forma, o que dizer deste ano? Não vou repetir os acontecimentos de 2020. Como eu, os leitores já devem estar cansados de ler e ouvir sobre a pandemia. O que todos nós queremos é a vacina já!

Os retornos, exceto poucas classes de ativos, foram excepcionais, com destaque para as ações de empresas de tecnologia.

Para cada um de nós, além dos fatores negativos que a Covid-19 trouxe — e não foram poucos —, houve ganhos. No caso do Mosca, eu sublinharia a compreensão e a adoção do Nasdaq 100 como o índice de bolsa de valores prioritário. Como já comentado em diversos posts durante o ano, acredito estarmos no início da fase que denominei de Revolução Digital.

Antes de mencionar os retornos dos vários ativos que sigo, valem dois comentários políticos: um internacional e outro local. Que bom que Trump foi para casa! Um homem totalmente descontrolado, levado por intenções pessoais e até às vezes infantis, criou mais problemas que soluções. Sua última cartada foi querer segurar o pacote de ajuda do governo americano, com um argumento esdrúxulo de que U$ 600 era muito pouco, quando seu próprio partido era contra valores superiores. No domingo votou atrás e resolveu assinar. Tchau, já vai tarde! O local se refere ao Presidente Bolsonaro, que se mostrou – embora totalmente esperado pelo seu retrospecto — um homem levado pela emoção e pela raiva. Suas últimas colocações sobre a vacina são pura inveja e receio do impacto político que beneficiaria o Governador Doria. Mas esta é apenas uma de inúmeras outras. Ainda restam 2 anos!

Em termos de retorno, podemos dividir o ano em 2 períodos muito distintos. Como um indivíduo bipolar: até 23 de março, quedas fortes das bolsas indistintamente do local; após essa data, um período de alta sem descanso. A tabela a seguir mostra esses dois períodos além do retorno considerando o ano inteiro.

Se tivéssemos saído de férias, não estaríamos imunes ao sofrimento. Mesmo que não tivéssemos nenhum contato com os mercados, o próprio lockdown nos levaria a um ambiente sombrio.

Eu considero 2020 como o ano do stress test familiar. Se sua família ultrapassou esses momentos sem que houvesse uma ruptura, estão preparados para situações muito fora da normalidade — no jargão de mercado, 3 sigmas.

Tendo em vista o ano em que passamos, o resultado dos trades propostos pelo Mosca atingiram níveis que considero espetaculares: nada mais, nada menos que 55%. Acredito que a maior qualidade desses resultados se deve à forma cuidadosa de nossas sugestões. Nos meses de maior volatilidade, diminuímos as posições para manter o padrão das eventuais perdas acionadas pelo stop loss.

Em termos de resultados, seguiu nosso padrão observado nos últimos anos, com 6 perdas totalizando -6,74% e 18 ganhos totalizando 61,75%. Um quociente de 1x4 nas perdas é invejável. Não vou conseguir repetir esses resultados no futuro! Obtivemos os ganhos em praticamente todos os mercados, com exceção do ouro. Eu até consigo identificar o motivo: apesar dos indicadores, demorei muito para aceitar que o metal tinha uma tendência de alta.

O ano trouxe outra surpresa: depois de anos de desempenho inferior, os fundos de hedge administrados por humanos conseguiram uma performance muito superior à dos fundos quantitativos. O quadro a seguir apresenta o retorno entre os melhores e piores fundos dessa categoria até novembro. Resolvi incluir o Mosca na lista — afinal, ficaríamos no top 5!


O track record é o que importa no julgamento de um gestor. O retorno muito elevado de um ano deve ser visto com cautela, pois pode ter ocorrido por sorte; já num período mais longo, a consistência é o que vale. Resolvi publicar o track record do Mosca dos últimos 5 anos.


Quem tivesse aplicado US$ 100 no início de 2016 seguindo os trades do Mosca teria hoje U$ 353,19. Me deu vontade de parar por aqui! Hahaha ...

No post final de 2019 __ 2019: o ano da supresa __ fiz os seguintes comentários finais: ...” Neste momento, não saberia dizer como será o post no final do próximo ano: se mais um ano espetacular como 2019 - e existe chance de isso acontecer; ou uma frustração com retornos negativos” ... Um ano espetacular em termo de retornos e negativos em termos sociais.

Para 2021, os dados técnicos sugerem cautela e vou usar o mesmo refrão anterior “deixa o mercado nos levar” ...

Feliz 2021, agora sim, o começo de uma nova década. Que daqui a um ano as angústias sofridas neste ano sejam só lembranças.

Fique ligado!

Comentários