InouDe: A bola da vez
O
tema escolhido pelo Mosca para 2021 está se mostrando acertado, pois
ninguém se atreve a previsões sobre
o Covid-19. Tenho observado uma divisão de opiniões entre os economistas e o
mercado, os primeiros com uma projeção otimista e o segundo nem tanto. Como o
primeiro grupo muda de opinião como eu mudo de camisa e o segundo é o que paga
para ver, vale ficar alerta.
A
Bloomberg através publicou um artigo de Reade Pickert e outro com uma chamada sui
generis: Prepare-se para a grande miragem da inflação nos EUA de 2021.
Miragem? Hummm ...
A
história da inflação dos EUA em 2021 poderia muito bem se resumir a isso: é
tudo uma miragem.
Os
americanos provavelmente verão os preços saltar em uma variedade de setores no
próximo ano, graças em parte à vacina do Covid-19, que potencialmente
turbinará a demanda por vítimas da pandemia, como viagens e bilhetes para
eventos esportivos.
Com
os preços também subindo para alguns insumos, como cobre e madeira, a inflação
poderia muito bem atingir ou superar a meta de 2% do Federal Reserve em alguns
meses. Os mercados financeiros estão cada vez mais precificando uma inflação
mais alta nos próximos anos, e podem se intensificar os debates sobre se o
banco central deve começar a aliviar seu estímulo monetário recorde.
Mas
um ingrediente crítico estará faltando para sustentar uma inflação mais alta:
um mercado de trabalho apertado.
Muitos
economistas veem chance reduzida de uma aceleração mais duradoura e notam que a
aparente subida das métricas de inflação nos próximos meses é em parte reflexo
da matemática. Espera-se que o desemprego permaneça elevado ao longo do ano, e
um ressurgimento da demanda por serviços pode ser compensado pela fraqueza dos
aluguéis e de alguns bens, como automóveis usados.
"Achamos
que a inflação será reduzida porque o desemprego ainda será alto", disse
Michael Feroli, economista-chefe dos EUA no JPMorgan. "Ainda haverá folga
no mercado de trabalho, o que pode manter alguma pressão sobre os
salários".
Na
quinta-feira, o Departamento do Trabalho publicará o índice de preços ao
consumidor para novembro. A mediana das previsões dos economistas pesquisados
pela Bloomberg prevê um aumento de 1,1% em relação ao ano anterior.
Os
analistas consultados pela Bloomberg geralmente esperam que a inflação suba
temporariamente acima de 2% no segundo trimestre de 2021 antes de se estabilizar
ou ficar ligeiramente abaixo desse nível.
Os
investidores estão apostando cada vez mais, porém, que a inflação não vai ficar
tão reduzida.
A
taxa de inflação implícita nos títulos de 10 anos -- uma medida baseada no
mercado das taxas médias de inflação na próxima década -- atingiu 1,91%, a
maior desde maio de 2019. Esse indicador-chave, obtido com títulos indexados à
inflação – TIPS e treasuries nominais, subiu desde que tocou numa mínima de 11
anos de 0,47% em março.
Os
poucos gastos deste ano com serviços provavelmente darão lugar a um ressurgimento
ao longo de 2021, à medida que o país se vacinar. Isso significa que os
americanos estarão mais à vontade participando de atividades como viagens à
Disney World, assistir a jogos da Major League Baseball e desfrutar de jantares
no interior de seu restaurante favorito — eventos que podem dar aos provedores
de serviços uma justificativa para aumentar os preços.
Os
serviços compõem cerca de 60% do índice global de preços ao consumidor e 75% do
núcleo do índice, que exclui alimentos e energia.
Na
semana passada, o ex-presidente do Fed de Nova York Bill Dudley escreveu que
uma recuperação nos gastos com serviços sugere que "aumentos acentuados de
preços podem até ser necessários para equilibrar a demanda com a oferta
disponível, sem dúvida diminuída pela pandemia.”
O
resultado: Aqueles que veem poucos sinais de excesso de inflação "podem
estar se posicionando para uma surpresa desagradável", disse Dudley.
Uma
questão nessa linha: o efeito de bases menores levará a uma inflação mais alta.
Os índices de preços no início do próximo ano serão comparados com os
acentuados recuos experimentados em março e abril, o que pode empurrar a
inflação para a meta de 2% do Fed, ou acima dela.
Os
indicadores de preços de insumos e os custos pagos pelas empresas também estão
aumentando nos últimos tempos, embora as fábricas ainda tenham muita folga na
capacidade.
Acredita-se
que os diretores do Fed estão levando bem em conta os dados do ano que vem. A
meta do Fed é baseada no índice de preços de despesas de consumo pessoal do
Departamento de Comércio, que tende a subir na média um pouco mais lentamente
que o CPI. Os bancos centrais adotaram uma nova política em agosto e sinalizou
uma disposição de permitir que a inflação do PCE exceda sua meta por algum
tempo.
"Em
2019, tivemos uma tempestade realmente perfeita para uma inflação
mais alta", com baixo desemprego, tarifas de mercadorias e um dólar mais
fraco em relação aos anos anteriores, disse Matthew Luzzetti, economista-chefe
dos EUA no Deutsche Bank AG. "E isso na realidade nem sequer nos levou ao centro
da meta, então alcançar uma inflação acima da meta é uma coisa realmente
difícil para o Fed."
Em
6,7% em novembro, a taxa de desemprego é quase duas vezes maior do que nos
meses de fechamento de 2019, quando ficou a 3,5% — mínima de cinco décadas. No
entanto, as remunerações dos trabalhadores desaceleraram à época.
Outro
setor que pode ver inflação mais alta é o atendimento médico, à medida que os
provedores tentam recuperar parte da receita perdida durante a pandemia, disse
Sarah House, economista sênior da Wells Fargo & Co.
Ainda
assim, o número de apartamentos vazios, bem como as dificuldades financeiras
persistentes dos locatários, vai restringir os aluguéis, disse House.
Outro
fator é que "as expectativas de inflação permanecem bem dentro de sua
faixa histórica", disse House.
Bem,
essa é a opinião da maior parte dos economistas, cujo argumento consiste
basicamente num desemprego mais elevado e no tempo necessário para normalizar
essa variável. Agora, o que não se leva em conta é o excesso de liquidez — e põe
excesso nisso —, que pode ter algum efeito. Um deles já pode ser sentido no mercado
imobiliário, cuja demanda subiu muito por conta dos juros baixos.
Outro
fator que o mercado considera inflacionário é a queda do dólar, uma vez que os
produtos importados tendem a ficar mais caros. O gráfico a seguir mostra a
relação entre os títulos indexados à inflação TIPS comparados ao dólar através
do DXY.
A procura por esses títulos vem se elevando desde o início da pandemia, quando houve uma interpretação errada por parte do mercado.
Mas é através dos mercados de derivativos que se observa a grande procura por instrumentos de proteção contra a inflação. No gráfico a seguir, nota-se bem o movimento mencionado acima.
Então, onde devemos apostar? O Mosca vai permanecer agnóstico quanto a esse assunto, preferindo acompanhar a evolução das taxas de juros de 10 anos usando a análise técnica. Embora eu não tenha postado recentemente sobre esse ativo, estou acompanhando atentamente. A razão principal é a falta de direção que predomina nesse mercado.
Conforme
se pode notar no gráfico acima, as taxas subiram lentamente “rodeando” o nível
de 1% a.a. Enquanto os juros não subirem acima de 1,3%, a visão do Mosca é
que ainda haverá uma queda que atingiria abaixo da mínima de 0,30%. Mas também
não quero apostar, pois não existe evidência no gráfico neste sentido.
No post sem-lastro, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ... “O gráfico na janela abaixo é mensal. Como vocês já estão craques na leitura de gráfico, o primeiro objetivo se encontra a 191 mil (mais provável). Se for ultrapassado o próximo seria a 295 mil e em seguida 385 mil” ...
Ao reler o post acima fiquei na dúvida se deveria ter expressado esses objetivos de tão longo prazo. É natural que o investidor que está comprado tenha uma sensação de alegria, ou até euforia, e tenda a baixar a guarda, como costumo dizer. Se essas previsões se concretizarem, posso garantir que existirão períodos de muita indecisão e sofrimento, me fazendo questionar se devia revelar resultados tão elevados. Bem, agora já foi e peço que deixem esses números de lado e vamos nos focar num prazo mais curto.
-
David, você forçou essa coincidência, agora que fica brincando com sua nova
diversão.
As
possibilidades são bastante grandes, e a arte consiste em se chegar a opções
mais prováveis. Mas, respondendo a sua provocação, foi pura coincidência.
O gráfico a seguir aponta como a bolsa brasileira ficou para trás este ano. Observando somente as empresas denominadas de Large Caps – ou seja, as grandes empresas, ficamos em último lugar. Talvez o principal motivo seja que essa empresas no Brasil consistem em petrolíferas e bancos.
O SP500 fechou a 3.702, com alta de 0,28%; o USDBRL a R$ 5,1202, com alta de 0,42%; o EURUSD a € 1,2104, sem variação; e o ouro a U$ 1.870, com alta de 0,39%.
Fique ligado!
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