Concorrência a vista #nasdaq100
Sempre
que existe sucesso em algum produto ou ideia que atrai muita gente, o
surgimento da concorrência é questão de tempo. A história é repleta desses
casos, e na maioria das vezes quem permanece na dianteira não é quem inventa.
Mesmo
na era digital, eu acredito que o mesmo fenômeno deva acontecer, e o melhor
exemplo são as criptomoedas que têm chamado a atenção dia a dia. O Bitcoin vem
tentando se firmar como moeda — embora ainda esteja longe de adquirir esse
status, dada sua pequena penetrabilidade e principalmente elevada volatilidade.
Agora
o que ocorreria se alguém como o Fed resolvesse criar uma moeda digital — o Fedcoin?
É esse o assunto que trago hoje com um artigo de Noah Smith na Bloomberg.
A
secretária do Tesouro, Janet Yellen,
mencionou recentemente a
ideia de criar o chamado dólar digital — uma nova forma de moeda eletrônica que
facilitaria o sistema de pagamento para os americanos e, presumivelmente,
competiria com o Bitcoin e outras criptomoedas. Mas há pouca lógica para um
dólar online gerenciado pelo governo que se pareça com o Bitcoin. Provavelmente,
o Fed tem maneiras melhores de tornar os pagamentos dos americanos mais fáceis
e baratos.
Yellen
não é
a primeira a
sugerir a ideia de um dólar digital — ou "Fedcoin", como alguns
chamam. O governador lael Brainard considerou
o conceito no
ano passado. E David Andolfatto, vice-presidente sênior do Federal Reserve Bank
of St. Louis, vem estudando a possibilidade há alguns anos. Em 2015, ele escreveu
sobre isso em
seu blog pessoal, observando vários benefícios potenciais.
Um
Fedcoin, observa Andolfatto, permitiria que as pessoas fizessem transações sem
abrir uma conta bancária — seria como dinheiro físico, mas usando um aplicativo
em seu telefone em vez de sua carteira física. Ele argumenta que também seria
mais difícil roubar do que uma conta bancária que pode ser hackeada. Além
disso, deixaria uma trilha eletrônica que permitiria ao governo rastrear
criminosos, se necessário.
Todas
essas são vantagens de uma moeda eletrônica administrada pelo Banco Central. Mas
é crucial notar que nenhum desses recursos precisa empregar o tipo de processo
descentralizado que permite o Bitcoin.
O
Bitcoin foi projetado para operar sem a necessidade de um intermediário
confiável, como um banco. Quando duas pessoas fazem uma transação em dólares,
um banco verifica e registra a transação, e garante que o dinheiro seja
debitado de uma conta e creditado para outra. Com o Bitcoin, essa verificação é
feita por uma rede distribuída de computadores, chamada
"mineradores". Os parâmetros econômicos do sistema pelo qual os
mineradores competem para verificar a transação — e são recompensados com
bitcoins por isso — garantem a confiabilidade de todo o sistema.
Mas
isso também requer enormes recursos. O processo de mineração — chamado de
sistema de "prova de trabalho" — envolve resolver problemas
matemáticos muito difíceis, que exigem muito poder computacional, o que, por
sua vez, requer uma enorme quantidade de energia — tanto quanto a Argentina
inteira, segundo uma estimativa recente. Se esse uso de
energia irá, em última análise, prejudicar o Bitcoin como um sistema monetário
é uma pergunta que ainda precisa ser respondida.
O
que está claro, no entanto, é que não há necessidade de o Fed criar seu próprio
sistema de prova de trabalho para Fedcoin. A prova de trabalho é uma maneira
cara de estabelecer confiança em um mundo descentralizado; o Fed, que é uma
entidade centralizada e já confiável, não precisa gastar grandes quantidades de
eletricidade restabelecendo confiança toda vez que alguém quer gastar um dólar
digital. Em vez disso, poderia simplesmente compensar a transação como qualquer
banco faz, de forma barata e fácil. Enquanto as pessoas confiarem que o Fed não
roubará seu dinheiro (e por que o faria, quando pode imprimir quanto dinheiro quiser?),
um sistema de pagamentos do Fed poderia ser incrivelmente barato sem depender
de nenhuma tecnologia de criptomoeda.
Então
um Fedcoin não deve ser nada parecido com um Bitcoin. Mas isso não significa
que o Banco Central não possa se envolver no processamento de pagamentos. O Fed
poderia certamente criar um aplicativo pelo qual as pessoas poderiam enviar
dólares digitais uns aos outros de uma maneira peer-to-peer, sem uma
conta bancária. Em vez de serem armazenados em um livro-razão distribuído como
uma criptomoeda, esses dólares simplesmente existiriam no próprio banco de
dados centralizado do Fed, que as pessoas poderiam acessar através de seus
telefones — assim como atualmente usam telefones para acessar suas contas
Venmo.
Um
sistema de pagamento eletrônico administrado pelo Fed competiria com
aplicativos de pagamento existentes, como PayPal, Venmo, Stripe, Visa e
MasterCard. Isso colocaria essas empresas em inerente desvantagem, uma vez que
todas elas precisam de bancos para operarem, e o Fed é o seu próprio banco. E
como o Fed é parte do governo, ele nem precisa lucrar, então seu serviço de
pagamento pode ser muito barato de fato. Os serviços de pagamento que cobram
taxas podem ter seus dias contados.
Na
verdade, já que os dólares digitais depositados no Fed seriam uma alternativa a
um depósito em conta bancária, o Fed também estaria competindo com bancos
privados e cooperativas de crédito. Muitas contas correntes já são gratuitas,
mas, como observa Andolfatto, apenas baixar um aplicativo feito pelo Fed seria
mais fácil do que solicitar uma conta bancária, e você provavelmente não teria
que se preocupar com quaisquer taxas ocultas ou inesperadas.
Assim,
o Fed poderia criar seu próprio sistema de pagamentos distribuídos peer-to-peer
e de guarda de dinheiro, e fazê-lo muito mais barato do que o Bitcoin. Mas, ao
fazê-lo, estaria competindo diretamente com grande parte da infraestrutura
financeira e de pagamentos existente no mundo. Talvez isso seja uma coisa boa —
talvez o pagamento e a guarda de dinheiro sejam simplesmente um produto tão
maduro e padronizado hoje que não há razão para haver empresas lucrativas
fazendo isso, e o governo pode eliminá-los de forma segura. Mas isso seria, de
fato, nacionalizar uma indústria, o que é sempre um movimento arriscado. Yellen
está certa em prometer apenas fazer mais pesquisas sobre a ideia.
Um
outro articulista, Mohamed El-Erian, aponta para 3 sinais que o Bitcoin estaria
dando aos governos.
“Mais empresas
estão tendo que considerar a possibilidade de que o Bitcoin esteja evoluindo
para uma forma mais amplamente utilizada de pagamento e armazenamento de valor,
duas características-chave do dinheiro. Alguns temem a inflação e a
degradação da moeda. Outros foram levados ao Bitcoin em busca de um mitigador
de risco financeiro num momento em que rendimentos em títulos públicos estão
baixos (embora um pouco menos recentemente) e sua tradicional correlação
negativa com ativos de risco, como ações, enfraqueceu significativamente. O
Bitcoin faz parte de um conjunto de ativos vistos por alguns como possibilidade
de ganhos rápidos. Isso faz parte de um fenômeno mais geral de tomada de risco
excessivo, que está acontecendo em muitos segmentos dos mercados financeiros.
No nascimento do
Bitcoin e durante sua infância, muitos foram rápidos em descartar o fenômeno
como de curta duração e irrelevante, se não propenso a fraudes. Até agora
provou-se que estavam errados. Hoje, muitos membros do governo estão inclinados
a olhar a criptomoeda de uma forma bastante estreita. Não deveriam. O que está
acontecendo com o preço do Bitcoin é um indicativo de desenvolvimentos mais amplos
que são relevantes para o design e eficácia das políticas.”
O
Bitcoin principalmente vem angariando adeptos diariamente. Qualquer que seja o
motivo para sua atração, representa um valor considerável de U$ 1,0 trilhão. É
negociado 24 horas por dia e 7 dias por semana, o que o torna único.
Essas
evidências são o recado dado por El-Erian, independente do que cada um pensa. O
Mosca vai procurar seguir o Bitcoin sob o ângulo da análise técnica.
No post ouro-x-bitcoin, fiz os seguintes comentários sobre o Nasdaq100: ... “ Tenho uma boa notícia e uma má notícia: a boa é que refiz minha análise chegando à conclusão de que as bolsas deverão continuar subindo - originando um trade de compra a 13.500, com stoploss a 13.000; a má notícia é que a definição foi jogada mais para frente” ...
Como comentei, fomos estopados durante a semana fazendo com que a assunção acima estivesse errada! Parece que a correção está em andamento.
Peço desculpas ao leitor se fico oscilando
entre a possibilidade de uma correção pequena ou grande, o motivo é que não se
pode saber com antecedência. Outro complicador é o fato de se tratar de uma
onda 1 terminando, sendo a onda 2 que se sucede “salgada”.
1)
Correção
pequena
Essa é a opção que considero mais provável e levaria o Nasdaq 100 dentro de um intervalo de 12.600/12.000. Notem que devemos estar terminando a primeira queda – a amarelo, para em seguida uma recuperação parcial – b amarelo, em seguida a queda final – c amarelo.
2)
Correção
grande
Essa é menos provável, mas não posso descartar a princípio. O Nasdaq 100 ficaria dentro de um intervalo de 10.500/8900 – bota “salgado” nisso!
Antes
que meu amigo pergunte, como poderemos saber em quais das duas situações nos
encontramos? Notem que em ambos os casos o movimento é composto por ondas A, B,
C – no primeiro minúsculas e no segundo maiúsculas. Se no cenário 1, a
configuração em intervalos menores indicar proporções inadequadas para essa
situação, o cenário 2 passa a ficar mais provável.
Em função dessas dúvidas de curto prazo, o Mosca vai permanecer como observador acompanhando os mercados. Quando houver maior clareza, devemos propor algum trade, que provavelmente será de venda – não estranhem, não mudei de opinião para o longo prazo, apenas estou cumprindo o lema: Compromisso com o bolso!
O SP500 fechou a 3.811, com queda de 0,48%; o USDBRL a R$ 5,5980 com alta de 1,23% - iniciamos um trade de compra de dólar, conforme mencionado no post de ontem, a R$ 5,52 com stoploss a R$ 5,38; o EURUSD a € 1,2069, com queda de 0,89%; e o ouro a U$ 1.731, com queda de 2,15%.
Fique
ligado!
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