O FMI perdeu importância #ouro

 


Vocês viram algum destaque sobre a reunião do FMI realizada essa semana? Eu me recordo que li semana passada sobre esse evento em algum lugar, e mais nada, a não ser hoje com as conclusões relatadas num artigo da Bloomberg por Eric Martin. Vejamos o que foi abordado.

Os guardiões da economia global esta semana imploraram aos governos que agissem para evitar uma recuperação em duas velocidades, onde as nações ricas se recuperam mais fortemente da pandemia do que os países mais pobres, que definham sob o peso de doenças e dívidas.

Fundo Monetário Internacional disse que vê os EUA e a China como as locomotivas para o crescimento econômico global. A maior economia do mundo, alimentada por trilhões de dólares em gastos de estímulo, deve superar no ano que vem o seu nível de produção pré-pandemia.

Mas muitas economias emergentes e em desenvolvimento, que lutam contra um crescimento lento e montanhas de dívidas, levarão muito mais tempo. O tema central das reuniões virtuais do FMI com o Banco Mundial foi "dar a todos uma chance justa" — um slogan que ressaltava tanto as preocupações sobre a desigualdade quanto a importância de acelerar a distribuição global de vacinas.

Aqui estão alguns dos destaques das reuniões:



Melhoria Econômica

O FMI disse que as perspectivas para o crescimento econômico global melhoraram desde sua última estimativa em janeiro, prevendo uma expansão de 6% para o ano — o ritmo mais rápido em quatro décadas. O pacote de ajuda de US$ 1,9 trilhão dos EUA, aprovado no mês passado, terá repercussões positivas consideráveis para os parceiros comerciais.

Ainda assim, de acordo com o fundo, as economias emergentes e em desenvolvimento podem levar até 2023 para recuperar seus níveis de produção pré-pandemia, e a economia mundial em 2024 será cerca de 3% menor do que o previsto antes do surto de Covid-19.

De acordo com o FMI, os países mais pobres precisarão investir US$ 450 bilhões para sua reconstrução nos próximos cinco anos e para acelerar sua convergência de renda com economias avançadas, o que ressalta sua necessidade de coletar mais receitas e receber financiamento externo.

Direitos especiais de saque

A nova secretária do Tesouro, Janet Yellen, colocou seu peso atrás de uma proposta de emissão, bloqueada por quase um ano pelo governo Trump, de US$ 650 bilhões em ativos de reserva do FMI, chamados de direitos especiais de saque, ou SDRs.

O Grupo das 20 maiores economias também apoiou o plano, que forneceria US$ 21 bilhões em apoio à liquidez para países de baixa renda, liberando mais recursos para gastar em cuidados de saúde enquanto o mundo luta contra a desigualdade na vacinação.

Redução da dívida

Enquanto isso, o G-20 prorrogou, de junho para o final do ano, sua Iniciativa de Suspensão de Serviços de Dívida, ou DSSI, para os países mais pobres, ao mesmo tempo em que afirma que esta será a prorrogação final do programa iniciado em maio de 2020. Mais de 40 países participantes receberam até agora cerca de US$ 13 bilhões em ajuda temporária.

As nações receberão bilhões de dólares em alívio adicional da dívida. No entanto, nem o DSSI nem a alocação de SDRs evitarão reestruturações de dívidas para os países que precisam delas, e os credores precisarão considerar o perdão da dívida, disse Carmen Reinhart, economista-chefe do Banco Mundial. Já o Chade, a Zâmbia e a Etiópia têm procurado renegociar através do Quadro Comum do G-20, com mais nações propensas a uma eventual adesão.

O fracasso em resolver as questões da dívida pode levar a uma "década perdida" para países da África e Ásia, disse Mohamed El-Erian, presidente do Queens's College da Universidade de Cambridge e colunista da Bloomberg Opinion.

Imposto Global

A cooperação dos EUA com o resto da comunidade econômica global, após anos do mantra "America First" de Trump, não está apenas nos SDRs.

Yellen fez um discurso na segunda-feira antes das reuniões para defender uma taxa harmonizada de imposto corporativo nas principais economias do mundo. O governo Biden também lançou a ideia de um compromisso entre contrapartes em todo o mundo, que aplicaria um novo código tributário internacional a um máximo de 100 gigantes corporativos globais.

Embora permaneçam obstáculos, a surpreendente oferta dos EUA pode ajudar a desbloquear negociações para o consenso previamente paralisadas, e chefes de finanças do G-20 esta semana comprometeram-se a acertar novas regras até meados do ano. Um acordo poderia ter ramificações significativas para o mundo, reforçando a renda de muitos governos enquanto tentam reconstruir suas economias após a pandemia.

O FMI é muito a favor de um imposto mínimo global, disse a economista-chefe Gita Gopinath. "Temos uma grande quantidade de mudanças fiscais, evasão fiscal, países enviando dinheiro para paraísos fiscais", disse ela.

Recuperação Verde

O governo Biden está incentivando agressivamente a política de mudanças climáticas, uma reversão dos anos Trump. É uma prioridade que o FMI compartilha.

Durante um evento com Georgieva, o enviado dos EUA para o clima, John Kerry, sinalizou que Biden emitiria uma ordem executiva quanto á divulgação do risco de mudanças climáticas, o que afetaria empresas financeiras. Um esboço do documento indica que uma estratégia envolvendo todo o governo está programada para ser desenvolvida dentro de 120 dias.

Kerry disse que a proposta de infraestrutura de US$ 2 trilhões de Biden está programada para fazer parte da abordagem favorável ao clima, que inclui fundos para tornar os ativos mais resistentes aos efeitos das mudanças climáticas, como o aumento do nível do mar. Georgieva endossou o foco na infraestrutura verde para a geração de crescimento e empregos.

Como podem notar, foi uma semana com muitos desejos, mas poucas ações, o que tem se tornado o “novo normal”, parafraseando esse termo amplamente usado, vindo dessas reuniões.

Eu me lembro de que ocorria nos anos 80, quando um país tinha que negociar com o FMI uma linha de crédito para não ficar insolvente. Foi uma lista de países que solicitaram auxílio ao FMI: o México, após pedir moratória em 1982, cuja dívida externa montava a U$ 80 bilhões; o Brasil, que estava com grandes dificuldades de captar recursos externos, culminando no mesmo ano com uma renegociação da dívida com aval do FMI.

A negociação com o FMI era um evento nacional. Quando o grupo desembarcava no país para levantar os dados e “propor”, era praticamente uma imposição e definia os passos para seu “de acordo”. O Tool Kit padrão consistia em uma desvalorização da moeda, aumento dos juros e uma recessão como resultado.

Mas e agora, para que serve o FMI? Para dar dinheiro aos países que não irão pagar nunca! A grande mudança é que ter déficit público não é mais uma ameaça — para países desenvolvidos, claro. O primeiro a desafiar esse dogma foi o Japão, que convive com uma relação dívida/PIB superior a 200% há décadas. Os outros foram usando dessa abertura e mais recentemente mergulharam nesse tema por conta da pandemia.

 


E por último: o que significam U$ 50 bilhões hoje, se existem dezenas de companhias que valem muito mais? A Argentina, por exemplo, conhecida como a maior caloteira da história financeira, está buscando negociar uma dívida dessa magnitude há um bom tempo e como bom milongueiro está propondo condições de quem é Muy amigo. Esse valor nada mais é que a oscilação no valor da Apple, Google, Microsoft ou Facebook num dia mais agitado da bolsa!

Por tudo isso, o FMI perdeu seu status de provedor de última instância aos países, passando a ser um bando de economistas rodando seus modelos econométricos, cujos resultados a maioria dos bancos já publicaram anteriormente.

No post a-indústria-sob-pressão, fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ...” demarquei a elipse em azul no movimento que se sucedeu, e ele não é nada inspirador, indicando que novas quedas podem acontecer nos próximos dias. O novo objetivo passa a ser U$ 1.638” ...



A queda acabou acontecendo em seguida, mas não atingiu o nível apresentado acima de U$ 1.638. A mínima atingida foi de U$ 1.677. Desde então, se desenrolou uma alta que pode ser descomposta em 5 ondas, desta forma abrem-se duas possibilidades que vou explicitar a seguir.

A)   Término da queda – Nesta hipótese, o ouro poderia estar em seu primeiro estágio de recuperação de preços. Essa recuperação poderia ser temporária ou definitiva. No primeiro caso, uma nova onda de quedas se sucederia, e no segundo a máxima de U$ 2.064 seria desafiada.



B)    Retomada do movimento de queda – Neste caso, essa última alta recente é apenas um respiro para que o ouro retome seu movimento de queda que prevalece a alguns meses, retomando o objetivo traçado acima de U$ 1.638. 

- David, hoje não estou para muita conversa, essa sua análise não serve para nada! O que você propõe concretamente?

Não fazer nada!

Mas só para responder a seu comentário ríspido, o que eu estou levantando aqui é que existe a possibilidade do ouro estar mudando de direção — sendo assim, muito cuidado para quem está vendido neste momento. Com o decorrer do tempo, uma das duas hipóteses irá prevalecer e aí poderemos propor algo mais concreto.

Quero lembrar dois pontos: o mercado fica 30% em movimentos direcionais, onde queremos estar; e 70% em correção onde queremos estar somente nos limites.

Eu resolvi liquidar a posição vendida em dólares, pois a configuração dos preços, principalmente na abertura de hoje, fugindo ao que eu esperava. Na segunda-feira vou explicar melhor os motivos para essa decisão.



O SP500 fechou a 4.128, com alta de 0,77%; o USDBRL a R$ 5,6821, com alta de 1,98%; o EURUSD a 1,1896, com queda de 0,13%; e o ouro a U$ 1.743, com queda de 0,73%.

Fique ligado!

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