Critérios para escolha de ações #nasdaq100
Os
brasileiros se interessam cada vez mais pelo mercado acionário. A queda dos
juros foi o principal elemento nessa mudança, e acredito que ser uma mudança
sem volta.
Com
a disseminação de aplicativos para operar na bolsa e descontos nos custos,
aliados à curiosidade — principalmente dos mais jovens —, é um desafio na hora
de escolher o que comprar. A análise fundamentalista é seguramente a maior
referência nesse sentido, e uma história bem contada pelo analista, com determinadas
projeções sobre o futuro, pode dar uma lista de boas opções.
Mas
além desta, existem outras técnicas como a análise gráfica (preferência do Mosca)
e uma denominada de momentum, usada pelos fundos quantitativos. É sobre
essa última que vou comentar, através de uma publicação de Jack Foreland no
blog Validea.
Os
investidores às vezes querem fatores de investimento bem compartimentados.
Queremos olhar para um fator e associar um certo tipo de empresa a ele. Isso
nos deixa mais confortáveis com o fator e nos faz acreditar que seu uso
resultará numa melhor noção das ações nas quais iremos investir.
Com
fatores como Valor, este pode ser um exercício razoavelmente produtivo,
pois as ações que aparecem nas telas de Valor são supostamente negociadas
com um desconto baseado em algum tipo de medida de seu valor. As ações de Valor
também tendem a vir de um subconjunto semelhante de indústrias. Isso dá aos
investidores um nível de conforto, em que eles sabem o que estão recebendo
quando investem em Valor.
Momentum, no entanto, é um animal
totalmente diferente. Os investidores tendem a associar o Momentum com
as ações de crescimento — Growth. Se você tentar lembrar de cara uma
ação típica de Momentum, provavelmente vai pensar em nomes como Google,
Facebook ou Amazon. E isso é especialmente verdade quando passamos, como na
última década, por um período dominado pelo Growth.
Mas
a realidade é que o Momentum e o crescimento — Growth — são muito
diferentes um do outro. E isso é uma coisa boa para os investidores, porque o Momentum
gerou um retorno adicional sobre o mercado ao longo do tempo, enquanto o Growth
não.
A
realidade é que o Momentum pode ser qualquer coisa. Às vezes pode ser valor.
Outras vezes é crescimento. Pode investir em empresas de baixa qualidade e, em
seguida, girar e comprar as de alta qualidade. Ele pode investir em ações de
baixa volatilidade, ou as ações High Beta na extremidade oposta do
espectro.
Como
Corey Hoffstein, da Newfound Research, colocou em uma entrevista de podcast um
tempo atrás, Momentum é um camaleão. Não importa até que ponto uma
empresa está indo bem. Não importa se é barato. Tudo o que importa é que o
preço das ações subiu.
O
equívoco sobre o Momentum e o crescimento -Growth
Mesmo
em períodos de longo prazo em que um estilo de investimento domina como vimos o
Growth durante a última década, o Momentum ainda vai girar para
frente e para trás à medida que a liderança de mercado muda a cada momento.
Assim,
embora muitos investidores associem o Momentum com as ações FAANG na
última década, a realidade é que uma carteira de Momentum não os teria
mantido muito mais do que eu.
Digamos
que eu tivesse uma carteira hipotética, reequilibrada mensalmente, e tivesse os
melhores 10% em nosso universo de ações (aproximadamente 270 ações de 2700) baseado
no momentum 12-1 (*), começando no fundo do mercado de 2009. A tabela abaixo
mostra com que frequência essa carteira teria mantido as ações da FAANG durante
esse período.
(*) Retorno dos últimos doze meses menos o retorno do último mês.
Apesar dos enormes retornos dessas ações, essa hipotética carteira de Momentum teria mantido todas elas menos de 50% do tempo e quase nenhuma na maior parte do tempo.
Por
que isso? Há duas razões. Primeiro, há um monte de ações por aí, então mesmo
que essas ações tivessem um bom desempenho ao longo do período, havia outras
ações que estavam se saindo melhor a qualquer momento. Em segundo lugar, o Momentum
funciona melhor quando medido em períodos intermediários, então só porque um
grupo de ações tem momentum de longo prazo não significa que elas apresentaram regularmente
um momentum intermediário ao longo do período.
Momentum
e os outros grandes fatores de investimento
Ok,
então nós estabelecemos que o Momentum é muito diferente do crescimento —
Growth. Mas se não é crescimento, que tipos de ações são recomendadas?
Outra
maneira de olhar para a mudança da natureza do Momentum é olhar para sua
relação com os outros fatores ao longo do tempo. Como o Momentum não se
importa com o porquê de uma ação estar subindo, ele estará alinhado com
diferentes fatores à medida que a liderança do mercado muda.
Como exemplo, aqui está um olhar sobre o principal decil das ações de Momentum em nosso banco de dados, usando nossas pontuações de fator no fundo do mercado em março de 2020 em relação a hoje (pontuações variam de 1 a 99, e pontuações mais altas indicam mais exposição ao fator).
O que você vê nos resultados é exatamente o que esperaríamos com base no que aconteceu no último ano. A hipotética carteira Momentum vem adicionando exposição a ações de valor — Value e ações de baixa qualidade (que tiveram um bom desempenho) e reduzindo a exposição a ações de baixa volatilidade (que tiveram um desempenho ruim). Se as tendências do mercado continuarem, essas mudanças continuarão a aumentar com o tempo e provavelmente veremos estratégias de Momentum continuando a agregar exposição de valor —Value quando chegarem às datas de reequilíbrio. Se você olhar para os períodos passados onde a liderança de mercado mudou, você verá a mesma coisa.
O
Desafio de Entender o Momentum
O Momentum
é, sem dúvida, um dos fatores de investimento mais robustos. É difícil
argumentar com os dados de longo prazo que suportam sua eficácia. Mas se você
vai seguir uma estratégia de Momentum, é importante ficar confortável
com o fato de que os tipos de ações que você vai obter variam
significativamente ao longo do tempo. No final, como Corey Hoffstein disse, o Momentum
é um camaleão. Entender esse fato é fundamental para implementá-lo com sucesso
como estratégia de investimento.
É
bem provável que a maioria dos leitores não conhecia essa forma de escolher
ações, bem como não saberiam como implementar. Esse assunto ainda é muito novo
no mercado brasileiro, mas eu acredito que mais e mais se torna uma estratégia
de investimento.
De
certa forma, a análise gráfica é uma forma de escolha de Momentum pois
busca ativos que apresentam um movimento direcional. Essa estratégia, porém, é
mais ampla com diversos critérios de escolha.
No post aposta - perigosa, fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: ...” A favor de que a mínima tenha sido atingida hoje é o fato de que ficou muito próxima da retração “ideal” apontada em verde com 12.569. Entretanto, no curto prazo, vou ficar observando se um movimento em 5 ondas vai se suceder. Caso isso ocorra, a sugestão de compra será dada em breve. Nessas condições, eu espero o atingimento do primeiro objetivo em 14.600” ...
Desde a publicação do post acima, como se o índice acordasse, pulou na dianteira em relação aos outros, não oferecendo nenhuma retração que propiciasse a oportunidade de entrada que eu estava imaginando. Também não estava disposto a entrar de forma abrupta, haja visto que já temos exposições na bolsa americana e brasileira.
Mas, a teoria de Elliot Wave não falha, em algum momento essa correção irá ocorrer, só não se consegue defini-la a priori, ficando apenas com o mais provável.
Conforme enfatizei no gráfico acima, é provável que nossa entrada seria na correção após o mercado atingir o objetivo demarcado no retângulo azul 14.400, ou se uma correção menor ocorrer antes. Em todo caso, a tendência é de alta como venho pregando a um bom tempo e o nível de 15.700 deve ser atingindo brevemente.
O SP500 fechou a 4.185, com alta de 0,37%; o USDBRL a R$ 5,5826, com queda de 0,61%; o EURUSD a € 1,1980, com alta de 0,13%; e o ouro a U$ 1.774, com alta de 0,67%.
Fique
ligado!
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